domingo, 29 de novembro de 2020

Vai empreender? Saiba disso antes!

 



Olá pessoal,

 

  Hoje eu falarei sobre uma matéria publicada no site Infomoney (ler matéria aqui) que eu achei muito bacana e decidi compartilhar com vocês leitores do meu blog. O título da matéria diz: “Para empreender, educação financeira é mais importante do que você imagina”. Essa matéria corrobora o que eu venho pregando aqui para todos os empreendedores brasileiros: o conhecimento, incluindo a educação financeira, é essencial para o sucesso de qualquer empreendedor. Não basta você ter criatividade e disciplina se você não tem o conhecimento necessário para administrar o seu negócio. Se você quiser saber um pouco mais a respeito, leia (artigo 1), (artigo 2) e (artigo 3).                                                   

  Se você decidiu empreender, você deve entender o seguinte: não basta apenas ter o conhecimento específico do setor de atuação da sua empresa. Você deve adquirir educação financeira para administrar o seu negócio. Muitos empreendedores, por sinal excelentes, quebram nos primeiros anos por não saberem gerenciar o caixa da empresa. Não separam o dinheiro pessoa física do dinheiro pessoa jurídica (erro clássico), não formam uma reserva de emergência para a empresa, não estabelecem metas financeiras, não sabem dimensionar corretamente a retirada de pró-labore mensal e não sabem escolher a melhor linha de crédito para a empresa. Na minha opinião, esses são os erros mais comuns que eu vejo no meio empresarial.                   

  Compreenda que você deve ser educado financeiramente na pessoa física para aplicar todo o seu conhecimento financeiro também na pessoa jurídica. O conhecimento precede qualquer iniciativa de negócios, seja através de uma empresa, seja através de uma carteira de investimentos. Lembre-se que uma empresa, apesar de demandar muito tempo por parte dos proprietários, também pode ser considerado um investimento na medida em que rentabiliza os recursos integralizados pelos sócios no momento da abertura do CNPJ. Aliás, um negócio próprio é o investimento mais arriscado que pode existir, bem mais do que o mercado financeiro. Se para construir um patrimônio no mercado você deve possuir educação financeira, avalie construir um patrimônio no meio empresarial. A sua educação financeira precisa ser dobrada.                

  O nosso país precisa de gente empreendedora, que não tem medo de se arriscar e deseja deixar um legado. Mas não confunda persistência com teimosia. Apenas trabalho não é suficiente. O estudo aliado ao trabalho é que vai fazer a diferença no longo prazo! 

             

Abraços,

Seja Independente 


sábado, 28 de novembro de 2020

Estou superendividado. O que eu faço?

 



Olá pessoal,

 

  Hoje eu falarei sobre uma situação corriqueira entre os brasileiros que é o superendividamento das famílias. Nesse ano de pandemia, quem já estava superendividado conseguiu se endividar mais ainda, gerando um efeito de bola de neve irrefreável. É uma situação decorrente da falta de educação financeira da nossa sociedade. Já falei um pouco sobre dívidas em outros artigos aqui no blog, (ver aqui) e (ver aqui). Vou explicar a vocês como sair dessa situação, deixando de ser uma pessoa deficitária para se tornar uma pessoa superavitária.                                           

  Se você é uma pessoa que se encontra nessa situação, com várias dívidas contraídas e não sabe por onde começar, saiba que é perfeitamente possível sair desse buraco e se tornar uma pessoa detentora de um patrimônio no futuro. Primeiramente, você precisa mudar a sua mentalidade, eliminar crenças limitantes da sua mente e acreditar que um dia você se tornará uma pessoa independente financeiramente. Se você não fizer essa “limpeza mental” no início, não adianta dar os próximos passos, pois assim que você sair das dívidas você voltará a contrair outras pouco tempo depois, pois os seus arquivos mentais continuam os mesmos. Você arranjará outras desculpas para justificar a sua situação deficitária.              

  Após cumprir a 1º etapa da missão, você deverá focar na amortização integral daquela dívida que mais lhe incomoda ou que tem a taxa de juros maior ou que tem as cláusulas mais leoninas. Após quitar essa dívida, você deverá focar na próxima dívida e assim por diante, em ordem decrescente dos critérios mencionados. Sanadas as dívidas, você começará a poupar dinheiro para investir e dar início à formação do seu patrimônio.   

  Obviamente que ninguém muda do dia para a noite. O reconhecimento da necessidade de mudança em sua vida pode demorar algum tempo, pois mudar é difícil para qualquer ser humano. Mas nunca é tarde para começar. Como eu disse em outro artigo, não passe toda a sua vida sendo um mero pagador de contas. Dê um significado maior a ela.    

 

               

Abraços,

Seja Independente


quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Você sabe negociar?

 



Olá pessoal,

 

  Hoje eu falarei sobre um hábito que é muito importante para o aumento da nossa poupança, que é o hábito de negociar, pedir desconto no ato da compra de um bem ou serviço. Eu sei que a maioria das pessoas não dá importância a isso ou até mesmo sente vergonha. Vou explicar para vocês que não há motivo para ser assim, comprar sem ao menos negociar. Também vou explicar como se deve negociar/pedir desconto.                                                 

  Primeiramente, vocês devem entender que o desconto conseguido por você na compra de um bem ou serviço é uma semente a mais para plantar e colher os frutos no futuro, por mais insignificante que seja. Lembre-se sempre do efeito dos juros compostos, que são a mola propulsora da construção do seu patrimônio. Você pode não sentir nenhuma diferença na sua vida no curto prazo. Mas quando você consegue vários descontos ao longo da sua vida, poupa essas diferenças e as investe com sabedoria, um verdadeiro milagre pode acontecer em sua vida no futuro.          

  Você deve estar pensando agora: “Ok Pedro, eu já entendi. Mas ainda não vejo como isso pode fazer realmente alguma diferença no meu patrimônio. Afinal, como devo negociar para conseguir algo relevante?”. Uma técnica que eu utilizo muito e que pode surtir algum efeito no longo prazo é ter uma taxa de referência para chegar ao valor que eu desejo gastar naquela compra. Uma boa taxa de referência é a própria Taxa Selic, que é a taxa básica de juros da nossa economia. Por exemplo, vamos supor que você deseja comprar um bem ou serviço no valor de R$1.000,00. O vendedor lhe dá 2 opções de pagamento: 1) 12x de R$83,33 sem juros; ou 2) à vista no cartão de crédito ou boleto, com 5% de desconto. Qual das 2 opções você escolheria? Eu escolheria a opção (2), pois ele permite parcelar em 12x sem alterar o valor, enquanto que à vista ele me dá 5% de desconto, que é uma taxa de desconto maior do que a Taxa Selic atual, 2% ao ano (fonte). Em outras palavras, se eu aplicar esses R$1.000,00 no título Tesouro Selic a 2% a.a., eu vou ter auferido de juros após 1 ano de aplicação pouco menos de R$20,00, enquanto que pagando à vista eu terei R$50,00 poupados e livres para investir. Pegue, por exemplo, o Kindle Paperwhite da Amazon que estou vendendo no meu blog (ver imagem abaixo). É o mesmo caso do exemplo citado anteriormente. É melhor pagar à vista e poupar logo de cara R$20,00.             




  Viu como é simples? Obviamente que comprar um produto na internet é mais cômodo para analisar a forma de pagamento do que na loja física com um vendedor que é treinado para negociar. Quando for comprar um produto muito caro, leve uma calculadora financeira HP e tenha uma taxa de referência em mente, que não precisa ser necessariamente a Taxa Selic. A taxa de referência que você for usar vai depender muito do tipo de produto. Se você for comprar um imóvel ou um carro, você pode consultar previamente a TJLP (taxa de juros de longo prazo), que é mais alta do que a Selic. Se você for comprar passagens aéreas, você pode usar a Selic ou o CDI, por exemplo.

  Portanto, quando você for comprar, pergunte: “Posso parcelar no cartão? Se eu pagar em dinheiro tem desconto?”. Se for uma compra grande, se cerque de todas as condições de pagamento e taxas de referência, e conheça todas as fórmulas de matemática financeira para fazer os cálculos necessários. Ah e antes que eu me esqueça: não ter vergonha de negociar na frente dos outros talvez seja o mais importante. Se alguém lhe criticar, responda: “Estou poupando para o meu eu do futuro e para ajudar as pessoas”.

 

             

Abraços,

Seja Independente 


terça-feira, 24 de novembro de 2020

Black Friday

 



Olá pessoal,

 

  Hoje eu falarei sobre a Black Friday e as armadilhas que podem estar escondidas por trás dela. Black Friday é uma festividade que começou nos Estados Unidos e lá ela acontece um dia depois do Dia de Ação de Graças, feriado muito tradicional naquele país. Esse dia inaugura a temporada de compras natalícias com significativas promoções (fonte).                                                

  Apesar dos órgãos de proteção ao consumidor, como o PROCON, atuarem na fiscalização de eventuais propagandas enganosas (ver esse exemplo do ano passado), sabemos que a prática corriqueira do comércio em geral de inflacionar o preço original do produto para dar um falso desconto na Black Friday passa praticamente despercebida pela grande maioria dos consumidores, ávidos por barganhar uma pechincha nessa época, sem ao menos analisar o preço do produto de uma forma mais crítica. Isso acontece porque as grandes varejistas e atacadistas em geral possuem em seus quadros grandes especialistas em marketing e propaganda conhecedores das mais sofisticadas técnicas para manipular as mentes das pessoas.         

  Mas o mais grave não é isso. O mais grave é o fato de que as pessoas nessa época, por falta de educação financeira, compram muitos produtos sem necessidade, achando que está fazendo um ótimo negócio. Se você não precisa de um determinado produto naquele momento, você não precisa compra-lo. Simples assim. Se o produto está com um desconto de 30% na Black Friday e você resolve compra-lo, você está economizando 30% do seu dinheiro. Mas se você não comprar o produto, você estará economizando 100% do seu dinheiro. É esse raciocínio que você deve ter em mente.        

  Compreendam que as empresas não dão descontos a você na Black Friday porque são boazinhas, porque querem fazer filantropia para ajudar as pessoas. Não! Elas dão descontos a você para vender mais produtos, aumentar o faturamento e, consequentemente, aumentar o lucro líquido delas. Cabe a você proteger o seu dinheiro. Apenas você tem o poder de dar o melhor destino ao seu dinheiro. Pense nisso!

 

             

Abraços,

Seja Independente


domingo, 22 de novembro de 2020

Fundo Garantidor de Crédito (FGC)

 



Olá pessoal,

 

  Acredito que muitos de vocês já devem saber do que se trata o FGC – Fundo Garantidor de Crédito. É como se ele fosse um seguro garantia em caso de falências múltiplas no sistema bancário nacional, evitando que a população em geral perca o seu dinheiro aplicado no banco onde possui conta. Mas vou explicar que na prática não é tão simples assim como parece.                               

  Eu já falei a respeito do FGC em diversos artigos (ver aqui), (ver aqui) e (ver aqui), inclusive no meu e-book Aprenda a Investir e SEJA INDEPENDENTE, disponível na Amazon.  O FGC é uma entidade privada e sem fins lucrativos que protege os investidores que colocam seu dinheiro em instituições financeiras associadas a ele. Essa proteção acontece em casos de intervenção e liquidação extrajudicial e quando o Banco Central reconhece o estado de insolvência da instituição. Os bancos e as instituições associadas ao FGC depositam mensalmente no fundo o equivalente a 0,01% do total de depósitos feitos nos investimentos. Portanto, o patrimônio do FGC vem das próprias instituições financeiras. O FGC garante até o limite de R$250 mil por CPF ou CNPJ, por conjunto de depósitos e investimentos em cada instituição ou conglomerado financeiro, limitado ao teto de R$1 milhão, a cada período de 4 anos, para garantias pagas para cada CPF ou CNPJ. No caso das contas conjuntas, o valor da garantia é limitado a R$250 mil, ou ao saldo da conta quando inferior a esse limite, dividido pelo número de titulares, sendo que o crédito do valor garantido será feito de forma individual.         

  Conforme eu havia explicado nos artigos e no e-book, o FGC é um fundo com recursos limitados e em algumas situações extremas pode não conseguir honrar os seus compromissos. Geralmente os credores recebem a garantia em até 2 meses. Mas existem casos em que a garantia é creditada após vários meses ou até mesmo anos. Enquanto o seu dinheiro não é creditado, ele não rende e com isso ele perde poder de compra. Quanto maior for o volume de recursos a serem creditados, maior será essa perda. É o chamado custo de oportunidade. Para evitar a perda do poder de compra do seu colchão financeiro, sugiro diversificar as aplicações entre diferentes bancos e corretoras. No caso de CDBs de bancos de menor porte, sugiro aplicar um percentual entre 10 e 20% do total do colchão. Pode ser aplicado em mais de um banco, fica a critério do investidor. Nos bancos tradicionais, você pode aplicar uma parte na caderneta de poupança e uma parte no título Tesouro Selic. Nas corretoras, você pode aplicar uma parte num fundo de investimento atrelado ao Tesouro Selic com taxa de administração zerada e com prazo de resgate D+0, e a outra parte no título Tesouro Selic. Diversificando a sua reserva, você diminui bastante os riscos.           

  Quem leu o meu e-book aprendeu uma coisa muito importante: a renda fixa não é tão segura assim como as pessoas imaginam, justamente pelo fato dela possuir um risco que não existe na renda variável, o risco de crédito. Como as suas reservas devem estar aplicadas em ativos com alta liquidez e baixo risco de mercado (renda fixa), você deve atentar para o risco de crédito existente em cada ativo. Portanto, não se vislumbrem com as taxas de retorno prometidas pelos CDBs e LCIs dos bancos de menor porte ofertados nas corretoras. E nem com as taxas de retorno prometidas pelos bancos digitais. Diversifiquem. Monitorem.  

               

Abraços,

Seja Independente        


sábado, 21 de novembro de 2020

Initial Public Offering (IPO)

 

IPO da Vivara em Outubro de 2019


Olá pessoal,

 

  Acredito que vocês já devem ter ouvido falar nessa sigla, não é mesmo? IPO significa Initial Public Offering, em português, Oferta Pública Inicial. “Mas é oferta de que exatamente?”, perguntaria você. Oferta de ações da companhia, meu caro colega. Imagine que você tem uma empresa, digamos, um restaurante. No futuro, você pode expandir a sua rede de restaurantes através de uma injeção massiva de capital, ofertando total ou parcialmente as ações da empresa para terceiros na bolsa de valores, ou seja, você financia a sua empresa captando investidores no mercado.                             

  Existem 2 formas principais de uma empresa se financiar: tomando um empréstimo bancário, que dependendo do montante e dos juros cobrados, pode se tornar inviável; e ofertando as suas ações na bolsa de valores, vendendo-as para o público em geral por um preço que compense os custos com a subscrição do capital (underwriting). Quando a empresa faz a oferta inicial das suas ações para o público em geral (bolsa de valores), ela capta recursos que irão direto para os seus cofres no chamado Mercado Primário. Após isso, os investidores detentores das ações da empresa podem vendê-las para outros investidores no chamado Mercado Secundário. Esse Mercado existe justamente para dar liquidez às ações das empresas negociadas nas bolsas de valores.         

  Eu, particularmente, não acho uma boa ideia comprar ações em IPO (Mercado Primário), pois como a companhia é novata na bolsa de valores, você não tem acesso ao histórico da empresa para fazer a sua análise e, na maioria das vezes, o preço da ação da companhia no IPO é superestimado. Resumindo, investir no Mercado Primário pode se tornar mais arriscado.        

  Observamos recentemente algumas empresas abrindo o seu capital na Bolsa de Valores de São Paulo [B³], como foram os casos da Petz, Pague Menos, Moura Dubeux, Estapar e Grupo Mateus. Esse movimento é muito importante para a economia nacional e deve ser comemorado pelos investidores em geral. Mesmo que você não invista na empresa no seu IPO, você terá no futuro mais uma opção de ação para investir no Mercado Secundário. E isso é maravilhoso!

               

Abraços,

Seja Independente 



quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Governança Corporativa

 



Olá pessoal,

 

  Hoje eu falarei sobre um assunto de extrema relevância no mundo dos investimentos, a Governança Corporativa. Vou explicar a importância da Governança nas empresas e, consequentemente, para o mercado de capitais. Sem ela, as bolsas de valores se tornariam um ambiente hostil aos investidores individuais, restringindo o acesso às empresas listadas aos investidores de grande porte.                       

  Mas afinal, o que vem a ser Governança Corporativa? Governança Corporativa é o conjunto de processos, costumes, políticas e regulamentos que regulam a maneira como uma empresa será dirigida. Ela tem como objetivos dar proteção aos investidores, trazer maior transparência ao mercado, atrair mais investidores e desenvolver o mercado de capitais. Na Bolsa de Valores de São Paulo [B³], as empresas listadas são classificadas em 3 níveis de Governança: Nível 1, Nível 2 e Novo Mercado. As empresas do Novo Mercado, nível mais alto de Governança, devem ter 100% de ações ordinárias, que são aquelas que dão direito a voto na Assembleia de Acionistas, e um Tag Along de 100% para essas ações.    

  Na prática, a Governança Corporativa visa eliminar os conflitos de interesses entre os acionistas da companhia e os seus presidentes, executivos e diretores, enfim, todo o topo da cadeia de comando da companhia. Enquanto os acionistas desejam o crescimento e a consequente geração de valor no longo prazo, o alto escalão corporativo deseja uma remuneração anual cada vez maior, incluindo todos os penduricalhos, como participações nos lucros, bonificações, benefícios e auxílios com diárias, alimentação, transporte, etc. Portanto, a Governança Corporativa visa alinhar os objetivos de todos os stakeholders envolvidos.      

  Infelizmente, devido ao fato do Brasil ainda ser um país subdesenvolvido com um “capitalismo de Estado”, onde impera a cultura do compadrio, ou seja, os acionistas majoritários das companhias listadas na Bolsa formam alianças com lideranças políticas (existem exceções obviamente) para obter favores palacianos e, sendo assim, aumentar o poder de influência da companhia nas regulações do mercado em que ela atua, favorecendo a criação de monopólios e oligopólios. Nem mesmo empresas de grande porte e empresas listadas no segmento Novo Mercado estão a salvo de práticas escusas por parte de seus acionistas fundadores e/ou dirigentes, vide os casos da Petrobras (petrolão), JBS (Joesley Day) e Qualicorp (José Serra). Além disso, some-se o fato de que a bolsa brasileira tem um número bastante reduzido de companhias listadas comparado ao de outras bolsas ao redor do mundo. Isso favorece uma assimetria de informações muito grande, prejudicando muito o acionista individual minoritário.      

  A Governança Corporativa visa justamente combater as falhas do sistema, ou melhor dizendo, do “Mecanismo” (já assistiram no Netflix?). É como se fosse uma espécie de selador de vedação para que eventuais furos no casco não permitam o vazamento da água do oceano para dentro do navio. Se o selador for mal aplicado, a água do oceano irá vazar para o interior do navio, fazendo-o naufragar. A mesma coisa acontece numa companhia, com a diferença de que ao invés dos tripulantes a bordo morrerem afogados, eles são demitidos, presos, investigados e ficam com a reputação abalada.

  Apesar dos casos ocorridos citados anteriormente, a [B³] tem avançado muito no quesito governança e nós devemos continuar confiando nas companhias listadas para que assim elas possam expandir os seus negócios e alavancar o crescimento do Brasil. Não existe no mundo nenhum país desenvolvido sem uma bolsa de valores pujante. Se você decidiu investir o seu dinheiro na bolsa, dê um voto de confiança às empresas. O país e o seu patrimônio agradecem!        

       

Abraços,

Seja Independente 


terça-feira, 17 de novembro de 2020

As minhas ações podem ser roubadas?

 



Olá pessoal,

 

  Conforme eu já tinha dito em artigos anteriores e no meu e-book Aprenda a Investir e SEJA INDEPENDENTE, disponível na Amazon, muitos brasileiros que ainda não investem e já tem uma certa idade imaginam que a bolsa de valores ainda funciona como antigamente onde os pregoeiros gritavam e gesticulavam incessantemente com um telefone no ouvido. Era o chamado pregão viva-voz. Diante desse cenário, esses investidores devem imaginar o quão vulnerável o sistema da bolsa pode ser, estando sujeito a todo tipo de fraude. Mas vou explicar que não é bem assim.                      

  Atualmente, um sistema de computadores e circuitos integrados fazem todo o trabalho das mesas de operações. Além disso, a bolsa de valores brasileira, a [B³], possui um Sistema de Liquidação e Custódia, que se divide em 3 setores:

1)      Câmara de Compensação => Tem como funções calcular as posições compradas e vendidas, atuar como contraparte central garantidora e controlar o risco de mercado;

2)      Câmara de Liquidação => Tem como função controlar e processar a troca de dinheiro por títulos;

3)      Central Depositária => Tem como funções contabilizar e guardar os ativos, e pagar os proventos e bonificações.                 

  Cada setor desses funciona como uma peça da engrenagem de um veículo, funcionando harmoniosamente com cada uma das outras peças. Fica muito difícil, para não dizer praticamente impossível, alguém burlar o sistema e fraudar as suas ações custodiadas na bolsa. A [B³] possui hoje um dos sistemas de custódia de ativos mais avançados do mundo, baseado nas boas práticas de controle interno e governança das maiores bolsas de valores do mundo.     

  Contudo, se porventura houver alguma fraude no sistema e os seus ativos custodiados serem roubados, o que é pouquíssimo provável de acontecer, a Bolsa de Valores de São Paulo [B³] conta com um mecanismo interno chamado Mecanismo de Ressarcimento de Prejuízos (MRP), conforme já explicado nesse artigo, cuja função é indenizar o investidor lesado em até R$120 mil. Caso o valor total seja superior a esse montante, a Bolsa irá ressarcir a diferença após a comprovação de que a fraude ocorreu em virtude de falhas do sistema interno dela. Mas é como eu disse anteriormente, é muito improvável que isso ocorra.

  Se você é uma pessoa muito conservadora e que tem muito medo de perder o seu dinheiro aplicado em “algo que você não pode tocar”, sugiro que você diversifique ao máximo o seu patrimônio em classes de ativos, em reservas de valor (criptomoedas, metais preciosos, obras de arte, vistos de permanência para países desenvolvidos, etc.) e em dezenas de fontes de renda. Você precisa se conscientizar de que o risco sempre estará presente aonde você for. Se você sonha em um dia ter liberdade financeira e/ou riqueza abundante, comece desde já a administrar o seu medo e a aprender a gerenciar os riscos.

       

Abraços,

Seja Independente                                      


domingo, 15 de novembro de 2020

A corrida dos ratos!

 



Olá pessoal,

 

  Acredito que vocês já tenham assistido o vídeo da corrida dos ratos. Caso contrário, assistam até o final e reflitam a respeito da mensagem que ele tenta transmitir. Eu sei que muitos podem acha-lo uma bobagem, fruto de uma mente avessa ao capitalismo e ao estilo de vida moderno presentes na nossa civilização. Mas se você prestar bem atenção ao vídeo, verá que a mensagem é bem pertinente, corroborando fatos que ocorrem corriqueiramente no mundo atual. Senão, vejamos.                    

  Devemos reconhecer que nas últimas décadas houve uma explosão no consumo de álcool, drogas ilícitas e antidepressivos, e no número de suicídios. Os motivos que desencadearam esse cenário nefasto são diversos, mas com certeza podemos destacar os problemas financeiros. Afinal, somos bombardeados diariamente por propagandas apelativas, fomentando o consumo desenfreado entre as pessoas. Problemas psicológicos e psiquiátricos também podem causar atitudes que levam a problemas financeiros, como vocês podem ver nessa matéria do site Valor Investe. Esse tipo de problema é decorrente de uma coisa chamada falta de educação financeira. É isso mesmo que você leu, falta de educação financeira. Dinheiro pode se tornar um santo remédio quando você sabe administrá-lo com sabedoria. Mas para isso é necessário que você modifique o seu mindset (mentalidade), renovando as suas crenças em relação ao dinheiro e às prioridades da sua vida. Aprenda a dar valor às coisas simples que realmente importam na sua vida, como passar mais tempo com os seus filhos e visitar os seus pais idosos. Isso não tem preço. A vida não precisa se resumir a pagar boleto bancário. É como diz aquela frase do filme Clube da Luta: “Trabalhamos em empregos que odiamos, para comprar porcarias que não precisamos para impressionar pessoas que não se importam conosco”. É mais do que normal trabalharmos em empregos que não gostamos, afinal precisamos sobreviver. Mas não precisamos comprar coisas que não precisamos para impressionar pessoas que não dão importância ao que nós temos.               

  Criar o hábito de poupar e investir de maneira correta pode operar milagres na sua vida no longo prazo. Procure adquirir conhecimento. Torne-se um autodidata. Isso vai te levar à riqueza. Não viva toda a sua vida sendo um mero pagador de contas. Dê um significado maior à sua vida!    

   

Abraços,

Seja Independente 


sábado, 14 de novembro de 2020

Devo cortar o cafezinho?

 



Olá pessoal,

 

  Hoje eu falarei sobre um mito que ainda persiste entre alguns brasileiros no tocante ao corte de algumas despesas para aumentar a poupança: a de que é necessário cortar os gastos com lazer, incluindo o famoso cafezinho, para aumentar a poupança necessária para investir e realizar os seus sonhos. Vou explicar para vocês que não há necessidade de cortar esse tipo de gasto. Você deve aprender a controla-los.                     

  Se você é uma pessoa que tem dificuldade de poupar e controlar os seus gastos, mas quer começar a investir para atingir os seus objetivos, você deve antes de qualquer coisa criar um orçamento de gastos mensais, identificando a natureza do gasto. Essa é a tarefinha de casa do jardim de infância. Pode parecer algo muito básico, mas muitos não fazem por pura preguiça, acreditem. Nesse orçamento, você identificará os gastos com lazer e estipulará para ele um teto. Esse teto não poderá ser ultrapassado em hipótese alguma. Caso você seja uma pessoa refinada, que gosta de bons restaurantes, de viagens internacionais e de bons drinques, você pode diminuir a frequência desse tipo de consumo ou manter a frequência diminuindo o teto de outros tipos de gastos, como transporte e moradia, por exemplo. Lembre-se sempre que o seu orçamento deve caber dentro da sua renda mensal para que você poupar e investir mensalmente.         

  Você não precisa se privar do seu lazer para começar a investir. Coma o seu japonês ou o seu fast food todo mês, tome aquele seu cafezinho gourmet com a sua confraria toda semana, vá à praia com a sua família tomar aquele chopp gelado com camarão empanado no molho rosé todo mês, enfim, tudo aquilo que te dá prazer. O grande segredo é você ter o equilíbrio necessário para viver bem e alcançar os seus objetivos no futuro. Caso você tenha muita dificuldade em se controlar no tocante ao seu lazer a ponto de sabotar todo o seu planejamento financeiro, sugiro você revisar os seus objetivos ou aumentar a sua renda mensal. Você decide!    

 

Abraços,

Seja Independente


quarta-feira, 11 de novembro de 2020

“Se eu aplicar R$10 mil na Bolsa, eu vou ganhar quanto?”.

 



Olá pessoal,

 

  Hoje eu falarei sobre uma pergunta recorrente que eu ouço e que vários investidores com certeza ouvem de familiares e amigos próximos que não investem e carecem de educação financeira: “Fulano, se eu investir X reais na Bolsa, eu vou ganhar quanto?”. Quem nunca ouviu algo similar que atire a primeira pedra. Esse tipo de pergunta é uma prova incontestável da nossa falta de educação financeira, da nossa dificuldade em gerenciar as nossas próprias finanças. Mas isso não é culpa da pessoa em si, pois se trata de uma herança cultural que foi herdada por nós cidadãos brasileiros do século 21. Eu mesmo, assim como tantos outros, carecia de educação financeira até poucos anos atrás. Vou explicar porque você não deve fazer esse tipo de pergunta na próxima conversa sobre investimentos.                    

  A 1º regra básica para iniciar um plano de investimentos é entender que existem 3 elementos básicos que alicerçam qualquer tomada de decisão de investimento: liquidez, segurança e rentabilidade. Já falei sobre isso nesse artigo de setembro de 2019. Muitos brasileiros ainda acham que a rentabilidade é o único fator que interessa quando se trata de investimento. Mas isso está errado. Qualquer investimento precisa ter também o mínimo de segurança e o mínimo de liquidez. Caso contrário, você estará assumindo um risco demasiadamente alto com um dinheiro que talvez você possa precisar futuramente. Lembre-se sempre que o futuro é incerto e o seu cobertor poderá ficar curto em um dia muito frio.     

  A 2º regra é, após compreender perfeitamente a 1º regra, iniciar o seu plano ou estratégia de investimentos com base no seu perfil de risco e nos seus objetivos. É muito importante que o investidor se conheça e saiba de fato quais são os seus objetivos. Se você é uma pessoa com perfil conservador, não gosta tanto de poupar e não abre mão de suprir todas as necessidades de lazer na sua vida, você certamente deverá prezar pela liquidez em seus investimentos. Já se você é uma pessoa com perfil moderado ou arrojado e almeja ter uma tranquilidade financeira no futuro acima de qualquer coisa, você certamente deverá prezar pela rentabilidade e pela segurança. Mas independente de qual seja o seu perfil e os seus objetivos, tenha sempre um bom colchão financeiro para lhe amparar em momentos de dificuldade.     

  Portanto, na próxima roda de conversa sobre investimentos, reformule sua pergunta. Ao invés de perguntar “Quanto eu ganho?”, pergunte “Conseguirei alcançar os meus objetivos seguindo determinada estratégia de investimentos?”, ou “Será que ficarei à vontade vendo o meu dinheiro rendendo/o meu patrimônio crescendo dessa forma?”, ou “Poderei obter determinada rentabilidade com o meu perfil de risco e o prazo que eu tenho para alcançar os meus objetivos?”. Lembre-se sempre que, como em qualquer coisa na vida, para obter as respostas certas você precisará fazer as perguntas certas.            

 

Abraços,

Seja Independente                                      


domingo, 8 de novembro de 2020

Sobre o Day Trade

 



Olá pessoal,

 

  Hoje eu falarei sobre um assunto espinhoso que veio à tona na mídia nesta última semana com um fato ocorrido no mercado financeiro nacional e uma matéria publicada na revista VEJA: a estratégia Day Trade. Para saber a respeito do fato ocorrido, (leia aqui). Para ler a matéria, (leia aqui). Ah, e antes que eu me esqueça, também foi publicada uma matéria sobre o Day Trade na revista Você S/A recentemente (leia aqui).                  

  Você deve estar pensando agora: “Poxa Pedro, você quer mesmo que eu leia todas essas matérias antes de continuar a leitura do seu artigo?” E eu respondo: Sim Senhor! Você deve ler todas essas matérias para que abra os seus olhos para o que eu vou escrever: NÃO EXISTE FÓRMULA MÁGICA PARA ENRIQUECER DO DIA PARA A NOITE NA BOLSA DE VALORES. Não existe nenhuma garantia de rentabilidade futura em qualquer estratégia de investimentos no mercado financeiro. Se algum digital influencer no Youtube aparece em algum anúncio prometendo rentabilidade muito acima da média do mercado, pule sem pensar 2x. Procure controlar a sua ganância e não se iluda com esse marketing agressivo, com os vendedores dos cursos ostentando carros esportivos, roupas de grife, joias, etc. É por causa deles que o mercado financeiro é tido como algo perigoso e com o qual as pessoas devem se afastar para não serem lesadas. Esse cuidado que nós devemos ter vale não apenas para o Day Trade, mas também para outros tipos de promessas de ganhos fáceis, como as pirâmides financeiras (leia esse artigo).    

  Mas afinal, o que é Day Trade? Day Trade é uma estratégia em que o investidor compra e vende um ativo no mesmo dia. É basicamente isso. Esse ativo pode ser uma ação ou um derivativo. É uma estratégia especulativa, semelhante ao cassino. Eu, particularmente, não gosto desse tipo de estratégia, mas não tenho nada contra quem a adota e quem vende cursos de estratégias especulativas. Eu até conheço pessoas que são traders profissionais e vendem cursos, mas com a diferença de que elas não prometem ganhos fáceis tentando iludir as pessoas ingênuas. Elas alertam os clientes a respeito dos riscos envolvidos. Todos eles são registrados na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), portanto, são fiscalizados constantemente. Muitos traders vendedores de cursos nem são registrados na CVM. Muito menos os fundos de investimentos abertos por eles.      

  Os brasileiros devem entender de uma vez por todas que investir através da Bolsa de Valores é comprar pequenas frações do capital social de uma empresa de grande porte com alcance nacional, ou seja, adquirir micro participações societárias das maiores empresas do país. Como também adquirir cotas de exploração comercial dos imóveis mais valorizados do país (fundos imobiliários). Para entender melhor a respeito, leia o meu e-book Aprenda a Investir e SEJA INDEPENDENTE. O Day Trade é uma estratégia utilizada na Bolsa para auferir ganhos no curtíssimo prazo, mas que enriquece apenas no longuíssimo prazo, assim como a estratégia Buy and Hold (adotada por mim) e todas as outras estratégias que venham a surgir futuramente, inclusive as especulativas. Eu continuo adotando a minha estratégia, pois com ela eu me torno sócio das empresas, investindo de uma forma indireta na economia real do país, e não especulando. Para especular prefiro o cassino!         

 

Abraços,

Seja Independente                                      


sábado, 7 de novembro de 2020

Dívida boa x Dívida ruim

 



Olá pessoal,

 

  Muitos de vocês devem estar questionando se existe dívida boa já que toda dívida tira dinheiro do seu bolso através dos juros. Mas existe sim e vou explicar para vocês a diferença entre dívida boa e dívida ruim.  

  Dívida boa é aquela que alavanca um empreendimento que irá gerar renda para você no futuro. Você decide iniciar um negócio, mas não dispõe de nenhum capital. Então você vai ao mercado tomar crédito, podendo ser com bancos ou com investidores individuais. O grande segredo está na negociação da taxa de juros a ser cobrada pelo credor. Se a taxa de retorno sobre o capital investido for maior do que a taxa de juros cobrada no período de amortização do crédito, a dívida terá valido a pena. Caso contrário, você terá que financiar o estoque de crédito com um novo crédito, o que denominamos de rolagem de dívida. É sempre bom lembrar que em países onde o spread bancário é muito alto, como é o caso do Brasil, esse tipo de alavancagem é mais arriscado, na medida em que a taxa de juros tende a ser mais alta do que a taxa de retorno do capital investido em muitos casos.                                                    

  Já a dívida ruim é aquela que tem como finalidade corrigir um desequilíbrio financeiro. Ela não contribui para a geração de uma renda futura para você. Ela tira dinheiro do seu bolso para “tapar um buraco aberto por você”. Em alguns casos extremos é justificável contrair dívida ruim, pois nesses casos a reserva de emergência é completamente exaurida, restando como única opção a dívida. Sabemos que no nosso país muitas pessoas, por falta de educação financeira, contraem dívida ruim para corrigir constantes desequilíbrios financeiros, pois gastam mais do que ganham, seja por motivos fúteis (atender caprichos pessoais), seja por motivos nobres (pagar aulas de reforço do filho com dificuldade na escola).  

  Antes que algum investidor se apresse e contraia dívida para alavancar a sua carteira de investimentos, alerto desde já: stop now! Você não sabe qual o rumo que o mercado financeiro tomará no curto prazo, podendo acarretar sérios prejuízos financeiros caso esteja alavancado. Esse alerta serve tanto para quem adota a estratégia Buy and Hold como para quem adota o Day Trade ou o Swing Trade. Caso você seja um trader experiente e saiba o que está fazendo, tudo bem. Mas se não for o caso, tome muito cuidado.

  Um livro que trata muito bem sobre essa diferença entre tipos de dívidas é o famoso Pai Rico Pai Pobre, do autor norte-americano Robert Kiyosaki. Para ser sincero, existe um viés geográfico ao abordar esse tema, pois o autor se baseia nas condições do mercado de crédito norte-americano e outros países desenvolvidos, onde o spread bancário é bem menor, diferente das nossas condições e de outros países emergentes. Mas mesmo assim podemos compreender essa diferença e aplica-la nos nossos negócios. Se você quiser ser um investidor melhor, adquira educação financeira o quanto antes. Ler os livros da coleção Pai Rico Pai Pobre é um bom começo!          


Abraços,

Seja Independente 


sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Como proteger a minha herança?

 



Olá pessoal,

 

  Acredito que essa seja uma pergunta que lateja nas mentes de todos os brasileiros constantemente. Afinal, como proteger o nosso patrimônio conquistado com muito suor e lágrimas após ter pagado tanto imposto a um governo historicamente perdulário, ineficiente e corrupto? Todos nós sabemos que se trata de mais um caso de bitributação, podendo até ser tri-tributação, pois pagamos imposto de renda ao recebermos o nosso salário, pagamos impostos sobre o nossos bens (IPTU, ITR, IPVA, etc.) e ainda temos que pagar o ITCMD (imposto de transmissão causa mortis e doação) depois que morremos, é mole? É um imposto odioso, que além de ser um assalto legalizado (tributa algo que já foi tributado), ainda desrespeita a família do falecido contribuinte num momento de luto. Vou mostrar a vocês algumas opções para proteger a sua herança das garras do Estado.                  

  A primeira opção que vem a mente de muitos brasileiros e que é a mais acessível para a maioria, é a Previdência Privada. Já falei sobre ela em vários artigos aqui no blog, (ver aqui) e (ver aqui). A grande vantagem da Previdência Privada é justamente a transmissão direta da massa crítica de recursos acumulados no plano para os seus beneficiários (cônjuge e descendentes) após o seu falecimento. Esses recursos não passam por inventário e, portanto, não se sujeitam à tributação do ITCMD e outros custos incidentes sobre o espólio (honorários advocatícios, emolumentos cartoriais e outros). Porém, meus caros colegas, nunca é demais lembrar que ainda vivemos num país com insegurança jurídica. Alguns Estados como Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná desconsideram a natureza jurídica das Previdências Privadas e as equiparam aos fundos de investimentos tradicionais (fonte 1), (fonte 2), (fonte 3) e (fonte 4). Além desse agravante, some-se ainda o fato que as taxas de administração cobradas pelas companhias de seguro são salgadas, corroendo uma boa parte do montante previdenciário acumulado ao longo do tempo. Diante desse cenário, não a vejo como uma boa opção.      

  A segunda opção, que é menos acessível à maioria dos brasileiros, é a constituição de uma Holding Familiar. E o que vem a ser essa tal Holding? Holding Familiar é um modelo de pessoa jurídica que reúne diversos ativos e patrimônios de uma família dentro de uma mesma empresa (fonte). A principal vantagem dela é justamente a diminuição da carga tributária, pois através do grupo é possível criar um planejamento tributário. Apesar de ser menos acessível, considero-a uma opção melhor do que a anterior.

  Independente de qual seja a sua opção, tenha em mente que é perfeitamente possível blindar o seu patrimônio aqui e em vários outros países no mundo. Poupe a sua família do inconveniente de inventariar a sua herança logo depois da sua morte. Procure deixar ainda em vida a sua herança livre e desembaraçada para eles, para as outras pessoas que você ama e/ou para a sua cidade/comunidade (caso deseje). Com certeza será melhor aproveitada!     

 

Abraços,

Seja Independente

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Pare de pagar tanto imposto!

 



Olá pessoal,

 

  Hoje eu falarei um pouco a respeito de uma estratégia utilizada pelos investidores do mercado financeiro para postergar por tempo indeterminado o pagamento do imposto de renda: o Buy and Hold. Se você quiser entender um pouco mais sobre essa estratégia, adquira o meu e-book Aprenda a Investir e SEJA INDEPENDENTE, disponível somente na Amazon. Vou explicar porque existe essa possibilidade de postergação do pagamento do imposto de renda.                  

  O imposto de renda incidente sobre o ganho de capital na venda de ações até o valor limite de R$ 20 mil no mês é 0% (zero por cento). Se você vender uma parte das suas ações num determinado mês por R$ 15 mil, por exemplo, mesmo auferindo um ganho de capital de, digamos, R$ 5 mil reais, você não precisará recolher nenhum centavo se quer de imposto de renda, pois se enquadrará na faixa de isenção do imposto de renda para ganho de capital com ações. Deu para entender? ISENTO! Acompanhe o meu raciocínio: se você adotar a estratégia Buy and Hold, ou seja, comprar as ações e segurar por tempo indeterminado, você terá a chance de fazer crescer o seu patrimônio por décadas, sem ter que pagar um centavo se quer de imposto de renda durante todo o período. Ainda existe uma cereja nesse bolo, apesar do Ministro da Economia Paulo Guedes estar querendo remover essa cereja: a isenção do imposto de renda na distribuição dos dividendos. Lembrando a todos que o Ministro pretende diminuir a alíquota dos impostos federais incidentes sobre o lucro das companhias, para justamente compensar a tributação dos dividendos. Para entender melhor sobre isso, leia esse artigo do ano passado.    

  Já quando você adota outras estratégias de investimentos, como o Day Trade, você já não conta mais com essa isenção do imposto de renda. Pelo contrário, você passa a pagar mais imposto de renda, pois a alíquota de imposto de renda sobre o ganho de capital nas vendas de ações no Day Trade é de 20% (fonte). Mesmo que a Receita Federal permita o abatimento de prejuízos de meses anteriores no cálculo do imposto de renda sobre o ganho de capital apurado nas operações, talvez não seja tão vantajoso assim, pois você gastará muito tempo para calcular o imposto incidente sobre as operações mensais.

  Além da isenção do imposto, você ainda pagará menos impostos incidentes sobre bens e serviços consumidos ao criar o hábito de poupar e investir. Lembre-se que no caso particular do Brasil, a carga tributária incidente sobre o consumo é uma das maiores do mundo, se não for a maior. No nosso país, definitivamente, faz muito sentido investir no mercado financeiro.   

  

Abraços,

Seja Independente 

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Taxa Selic a 2% a.a. até quando?

 



Olá pessoal,

 

  Hoje eu falarei um pouco a respeito da manutenção da Taxa Selic a 2% a.a. por parte do Comitê de Política Monetária (COPOM), órgão integrante do Banco Central do Brasil (BACEN). Ela vem sendo mantida nesse patamar desde o início de Agosto. Mas a mídia especializada já especula uma subida em breve, provavelmente nas últimas reuniões do Comitê em 2020 ou nas primeiras em 2021. Vou mostrar para vocês a vida difícil que o BACEN terá daqui para frente para determinar o patamar da nossa taxa básica de juros.                

  Muitos de vocês que já investem e acompanham o noticiário econômico sabem que a rentabilidade real dos títulos de renda fixa indexados à Selic e ao CDI (para entender mais a respeito, adquira o meu e-book Aprenda a Investir e SEJA INDEPENDENTE, disponível somente na Amazon) está negativa, ou seja, a taxa contratada é menor do que a taxa de inflação oficial (IPCA). E está mais negativa ainda se levarmos em consideração outros índices de inflação, como o IGP-M. O Governo está adotando uma política monetária expansionista, baixando os juros para estimular indivíduos e empresas a tomarem empréstimos para tocar negócios, investir em renda variável, consumir mais, enfim, fazer a economia girar mais rápido, gerando mais emprego e renda para a população. Em contrapartida, na medida em que o Governo baixa a taxa básica de juros, ela deixa de pagar mais juros no serviço da dívida dela, a chamada Dívida Pública. Com menos juros da dívida sendo pagos, sobra mais dinheiro no Orçamento Público para investir em outras áreas de interesse social, como educação, saúde e segurança. Resumindo, todos saem ganhando.

  O problema meus amigos, é que com a pandemia da Covid-19, a coisa degringolou de vez. Para enfrentar os efeitos adversos da pandemia, o Governo instituiu o orçamento de guerra, aumentando substancialmente os gastos públicos (na casa das centenas de bilhões de reais). A relação (Dívida Pública Bruta/PIB) já se aproxima da casa dos 100%, comprometendo a capacidade de pagamento do serviço (juros) da Dívida Pública (que já era alta antes da pandemia) no curtíssimo prazo. Para o Governo não ter que dar calote nos seus credores, terá que imprimir mais dinheiro. Esse mecanismo já se provou insustentável no passado. Com mais impressão de dinheiro, maior tende a ser a inflação, obrigando o BACEN a aumentar a taxa básica de juros de forma desenfreada.

  Diferentemente do que alguns ainda acreditam, eu não acredito que as reformas terão a capacidade de melhorar o cenário econômico e deixar a Taxa Selic ancorada nesse patamar mínimo histórico de 2% a.a., pelo menos no curto prazo (1 ano). Os efeitos advindos das reformas aparecem apenas no médio e longo prazo, e as obrigações do Governo são para agora no início de 2021 (fonte). O Governo terá que tirar dinheiro de alguma fonte de recursos para quitar essas dívidas. Caso contrário, voltaremos a ver fantasmas do passado, inclusive a Taxa Selic em patamares estratosféricos.     



Abraços,

Seja Independente