sábado, 31 de outubro de 2020

Tesouro Direto

 



Olá pessoal,

 

  Hoje eu falarei um pouco a respeito do Tesouro Direto, que é um programa do Tesouro Nacional implementado em 2002 em parceria com a Bolsa de Valores [B³], com a finalidade de dar amplo acesso às pessoas físicas na internet para operações de compra e venda de títulos públicos. Mas não pretendo neste artigo mostrar os diferentes tipos de títulos públicos ofertados no TD e sim discorrer a respeito da marcação a mercado dos títulos. Para que você possa conhecer melhor os títulos públicos, adquira o meu e-book Aprenda a Investir e SEJA INDEPENDENTE, disponível somente na Amazon. Nele você saberá quais são os tipos de títulos ofertados e a diferença entre eles e os títulos privados de renda fixa.             

  Para que você possa investir corretamente no Tesouro, é muito importante que você saiba como funciona a dinâmica de marcação de preços dos títulos, que é a chamada marcação a mercado. Neste artigo de Junho de 2019 eu falei sobre ela. Mas eu não expliquei como funciona na prática. É bem simples de entender. Primeiramente, você deve entender que o preço de um título público é determinado principalmente pela taxa de juros prometida no momento da compra. Quanto maior a taxa de juros, menor será o preço do título. É inversamente proporcional. Isso acontece porque o valor de resgate no vencimento do título já é predeterminado no momento da compra. Ele não é alterado. Os preços variam para o investidor apenas entre o 1º dia após a compra e o último dia anterior ao vencimento do título ou dia de venda do título, caso o investidor venda-o antes do vencimento. Ainda está complicado de entender? Eu vou mostrar um exemplo prático de um título público que eu tenho em minha carteira para que vocês possam visualizar melhor.  




  Acessando o portal do Tesouro Direto, você pode acompanhar todos os seus títulos públicos. Nesse exemplo acima, podemos ver um título público Tesouro Prefixado com juros semestrais que irá vencer em 2027. Percebam no gráfico que a linha azul claro cuja legenda é Preço Real está caminhando acima da linha azul escuro cuja legenda é Preço Teórico. Essa linha azul claro é justamente a marcação a mercado. E ela está acima justamente porque a taxa de juros do título prefixado caiu bastante desde a data de compra do título lá no final de 2016, quando a taxa Selic estava em 14% a.a. (fonte). Quando eu comprei esse título, a rentabilidade contratada era de 12,08% a.a. Hoje esse título não se encontra mais disponível para compra, mas para vocês terem uma ideia, o título Tesouro Prefixado com juros semestrais 2031 hoje tem uma rentabilidade contratada de 7,76% a.a. Baseando-se nesse exemplo e de outros títulos, podemos concluir que os preços estão mais altos pelo fato das taxas de juros contratadas hoje estarem mais baixas do que as contratadas em 2016.




  Mas eu gostaria de lembrar ao colega investidor que podem existir casos de rentabilidade negativa. Nesse exemplo acima, podemos ver um título público Tesouro IPCA+ com juros semestrais que irá vencer em 2026. Percebam no gráfico que a linha do Preço Real está caminhando abaixo da linha do Preço Teórico. Isso aconteceu justamente porque a taxa contratada (IPCA + 2,68% a.a.) na data da compra 29/11/2019 está menor do que a taxa contratada hoje (Tesouro IPCA+ 2026 está pagando IPCA + 3,06% a.a.). Mas preste atenção! Eu só vou ter um prejuízo de fato se eu vender esse título hoje. Se eu carregar esse título até a data de vencimento em 2026, eu não terei prejuízo, pois eu receberei justamente de acordo com a taxa contratada.

  Enfim, é possível auferir bons rendimentos com a marcação a mercado de títulos públicos. Mas se você realmente pretende se aprofundar no estudo do mercado financeiro, o Tesouro Direto não é a melhor opção. Eu, particularmente, prefiro estudar a renda variável, pois é nela que se encontram as melhores oportunidades.

  

Abraços,

Seja Independente                                      





quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Afinal, preço importa?

 



Olá pessoal,

 

  Essa é uma dúvida que sempre paira na mente dos investidores iniciantes e é motivo de discussão constante nos fóruns de investidores na internet. Afinal, o preço da ação importa? Na minha opinião, não existe uma resposta padrão para esse tipo de pergunta, pois depende muito da estratégia adotada pelo investidor. Vou explicar.      

  Pegue-se, por exemplo, o caso da empresa WEG. A ação se valorizou em mais de 200% nos últimos 12 meses (fonte). Realmente ela está cara no momento, com um Preço/Lucro de 82,31 e um Preço/Valor Patrimonial de 15,53 (fonte). Nos fóruns e na mídia especializada há uma divergência grande entre os investidores quanto à compra ou venda da ação. No meu entendimento, se um investidor adota a estratégia Buy and Hold, aportando mensalmente durante vários anos para formar um preço médio, não vejo problema em comprar ações da empresa hoje, mas sugiro comprar bem pouquinho no mercado fracionário. Porém, se o investidor não aporta mensalmente, mas sim a cada trimestre, semestre ou ano, sugiro não comprar no momento. Já se um investidor adota a estratégia Swing Trade, que é aquela em que o investidor compra as ações na baixa e vende na alta para auferir ganho de capital, está totalmente fora de cogitação compra-la no momento, pois o ideal seria vende-la já que o mesmo provavelmente deve tê-la comprado na baixa há alguns anos atrás.             

  Não sou analista de valores mobiliários e não posso fazer nenhum juízo de valor dessa empresa e de nenhuma outra, mas eu vejo a WEG (minha opinião) como uma ótima empresa para investir no longo prazo, com um faturamento bem diversificado geograficamente e setorialmente, e com uma boa governança corporativa. Podemos dizer que é uma empresa “antifrágil”. Mas nunca saberemos até onde ela pode chegar num horizonte de longo prazo e, sendo assim, torna-se uma tarefa humanamente impossível estimar com precisão quanto ela valerá num prazo determinado. E isso vale para qualquer empresa. É como dizem alguns especialistas do mercado financeiro: “não fique tentando acertar o bumbum da mosca”.           

  Mas de uma coisa eu tenho certeza meu colega investidor. Independente de qual estratégia você adote, sempre procure investir em boas empresas. Cotação acompanha lucro. Não dê ouvidos aos ruídos do mercado. Procure fazer o seu próprio dever de casa, que é analisar a empresa sob todos os aspectos: governança, setor de atuação, reputação, participação de mercado, financeiro, contábil, etc. Lembre-se sempre que uma boa empresa não fecha as portas do dia para a noite. É um processo lento e gradual, quase como um filme em câmera lenta. Se porventura você vier a perder dinheiro com alguma, não se preocupe. Outras boas empresas irão compensá-lo no futuro, tenha certeza disso. 

 

Abraços,

Seja Independente                                      


quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Certificado de Operações Estruturadas (COE)

 



Olá pessoal,

 

  Acredito que vocês já devem ter ouvido falar nessa sigla, não é mesmo? COE significa Certificado de Operações Estruturadas. Esse produto financeiro já é distribuído por bancos e corretoras há alguns anos no Brasil. Uma parte dos investidores que aplicam nesse tipo de produto podem se sentir satisfeitos, é verdade. Mas há controvérsias. Vou explicar.          

  Afinal, no que consiste o COE? O COE é um produto financeiro que consiste em mesclar ativos de renda fixa e ativos de renda variável em um pacote. É um produto semelhante aos fundos de investimentos, mas com algumas diferenças. Eles possuem uma data de vencimento para resgate, um valor mínimo de investimento, um indexador e apresenta ao investidor uma série de cenários diferentes de ganhos e perdas. Eles se dividem em 2 tipos: COE de valor nominal protegido, onde os investidores têm a garantia de que receberão de volta no mínimo o valor que investiu inicialmente (mas sem correção pela inflação), mesmo que os ativos de referência do produto tenham um desempenho negativo. Ideal para quem tem aversão à perda. E COE de valor nominal em risco, onde não há nenhuma garantia de devolução do valor investido inicialmente. Ideal para quem tem o perfil agressivo.

  Porém, um estudo de pesquisadores da FGV mostrou que a esmagadora maioria dos COEs vendidos a investidores de varejo tinham retorno esperado abaixo da chamada taxa livre de risco (representada pela Taxa Selic). Para entender melhor a respeito, leia essa matéria da Voce SA. Nessa matéria, eles explicam que as lâminas informativas do COE até dizem quais são os cenários de ganho e perda esperados. Mas não diz qual é a probabilidade de que determinado cenário se concretize. Outra desvantagem é a falta de liquidez desse produto. Alguns COEs chegam a ter um prazo de carência para resgate de 5 anos. Se o investidor quiser resgatar antes do prazo, poderá arcar com um prejuízo enorme. Outra desvantagem apontada pelo estudo é a de que nos COEs mais rentáveis, o risco de perda é tão grande que seria melhor investir na bolsa seguindo o índice Ibovespa. A lista de desvantagens é grande. O estudo ainda aponta que é praticamente impossível saber o quanto as instituições financeiras cobram para vender os COEs, pelo fato dessa taxa ser bem escondida na “estrutura” do produto (leia esse artigo até o final) . E uma última desvantagem do COE: a falta de cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), ou seja, caso o banco emissor venha a falir, muito provavelmente você perderá o valor investido no COE.




  Antes de investir em qualquer produto oferecido pelo seu banco, se cerque de todas as informações necessárias. Se quiser você pode contratar um consultor de valores mobiliários ou um planejador financeiro para lhe auxiliá-lo nas decisões de investimento. Muitas vezes vale a pena. Lembre-se sempre dos conflitos de interesses. Nem sempre o que é melhor para você será melhor para a instituição. E vice-versa.

  

Abraços,

Seja Independente 


terça-feira, 27 de outubro de 2020

Brazilian Depositary Receipts (BDR)



Olá pessoal,

 

  Muitos de vocês devem ter visto na mídia especializada que a partir do dia 22 do mês corrente os investidores não qualificados – aqueles que possuem menos de 1 milhão de reais investidos – poderão investir em BDR. Mas afinal, o que é BDR? BDR (Brazilian Depositary Receipts) são certificados/recibos de depósito, emitidos no Brasil por instituições depositárias, que possuem como lastro valores mobiliários emitidos no Exterior, como ações de companhias estrangeiras (fonte). Vou explicar para vocês que essa notícia não precisa causar tanto alvoroço assim, pois a meu ver ela não é tão vantajosa assim como a mídia propaga.         

  Conforme eu tinha falado nesse artigo sobre investimento no exterior, essa modalidade de investimento no exterior não é a minha preferida. Mas eu não expliquei o motivo e é bem simples: esses produtos possuem baixíssima liquidez, pois as instituições depositárias não costumam emitir muitos recibos de depósito lastreados em ações estrangeiras, sem falar que não existem no Brasil opções de BDR lastreadas em outras classes de ativos, como os fundos imobiliários estrangeiros (REIT). Além disso, não é a mesma coisa de você investir diretamente numa ação estrangeira, pois na verdade você investe em um recibo de depósito que está lastreado numa determinada ação. Existe uma diferença aqui. Primeiramente, você não se torna sócio da empresa estrangeira ao adquirir o BDR. Segundo, as instituições depositárias desses recibos são na verdade intermediadoras entre as ações dessas companhias estrangeiras e você que investe nelas. Portanto, elas cobram taxas para repassar os dividendos a você que é o titular da BDR e ainda recolhem o IOF, diminuindo assim a rentabilidade. Terceiro, os BDRs envolvem custos tributários maiores. Como os EUA tributa os dividendos, estes são repassados líquidos de impostos, além das taxas e o IOF (é mole?). Além disso, o BDR não tem incentivo fiscal como as ações, ou seja, caso você venda futuramente auferindo ganho de capital, você terá que recolher 15% de imposto de renda. Para vocês terem uma ideia, caso você abra uma conta na Avenue (leia esse outro artigo aqui sobre investimento no exterior), por exemplo, e venda uma ação lá com ganho de capital, você terá isenção fiscal até o limite de 35 mil reais (isso mesmo, em reais) dentro de um mês.   

  Mas se mesmo após todas essas justificativas você ainda não se sentir a vontade para investir diretamente nos EUA, não tem problema. Você pode começar investindo no ETF IVVB11, que conta com uma diversificação já pronta para você e cobrando uma taxa de administração bem baixa. Mas lembre-se sempre que ao investir em ativos do exterior através do IVVB11 ou de BDRs, os seus recursos aplicados estarão sob a jurisdição brasileira. Como eu já expliquei em diversos artigos aqui no blog, o nosso futuro é incerto. Proteja-se!            



Abraços,

Seja Independente                                      


 

sábado, 24 de outubro de 2020

Por que eu preciso investir através de uma corretora de valores independente?

 



Olá pessoal,

 

  Muitos de vocês devem questionar por qual motivo os educadores financeiros recomendam as corretoras de valores mobiliários independentes, ou seja, aquelas que não são vinculadas aos bancos tradicionais, para começar a investir. Existem motivos de sobra para você optar por elas. Vou explicar.    

 Os negócios do mercado financeiro brasileiro se concentram, majoritariamente, no setor bancário. Sabemos que esse setor no Brasil é excessivamente concentrado, com 5 bancos dominando 80% do mercado. Essa concentração favorece o aumento do spread bancário, que é a diferença entre os juros cobrados pelos bancos nos contratos de empréstimo e os juros pagos pelos bancos na tomada de crédito (CDB e poupança). Também favorece o aumento das taxas de serviços e das taxas administrativas dos fundos de investimentos geridos e distribuídos por eles. Para vocês terem uma ideia do quão alto é o spread bancário brasileiro, até o ano passado ele era o 2º mais alto do mundo (fonte). Mas para o investidor do mercado financeiro, o que mais impacta os investimentos são as taxas administrativas absurdas cobradas nos fundos e as taxas de corretagem e custódia salgadas cobradas na corretora do banco. Como existe pouca competição e pouca diversidade no setor, não existe interesse em reduzir taxas e oferecer mais opções.      

  É diante desse cenário que surgem as corretoras independentes. Essas instituições financeiras surgem com um propósito bem diferente dos bancos tradicionais. O foco passa a ser o cliente, disponibilizando para ele um atendimento personalizado, dedicando uma atenção full time a ele. Nesse artigo publicado em junho eu falo um pouco a respeito. Através das corretoras o investidor pode acessar uma diversidade maior de investimentos a custos bem mais acessíveis do que nos bancos tradicionais, e ao mesmo tempo minimizando o máximo possível a influência dos conflitos de interesses existentes no mercado financeiro. E tudo isso é possível pelo fato dessas corretoras possuírem estruturas enxutas, com poucos funcionários com vínculo trabalhista e nenhuma agência de relacionamento, investindo majoritariamente em tecnologia. Essas instituições contratam profissionais certificados de forma autônoma, através dos escritórios de agentes autônomos de investimentos (ler artigo em destaque). Também contratam outros profissionais certificados, como os analistas de valores mobiliários, como também profissionais de diversas áreas, como economistas, engenheiros de software e profissionais de TI. Trabalham de forma totalmente online, desobrigando-as de abrirem agências físicas, limitando-se ao aluguel ou propriedade (depende da corretora) de um escritório em algum prédio comercial. Após a pandemia, muitos estão adotando o modelo home office.        

  O colega investidor deve ter em mente que os custos envolvidos nos investimentos impactam a rentabilidade deles no longo prazo. A lógica dos juros compostos também se aplica aos custos. Você pode até tentar formar algum patrimônio no mercado financeiro através das corretoras dos bancos tradicionais, mas é muito mais factível você formar um patrimônio volumoso nas corretoras independentes.

 

Abraços,

Seja Independente 


sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Preciso ser um expert em finanças para investir?

 



Olá pessoal,

 

  É bem verdade que muitos brasileiros que ainda não investem devem achar o mercado financeiro algo inalcançável, reservado apenas para os experts no assunto, sendo esses supostamente detentores de um QI acima da média. Mas não tem nada disso. Se você quiser entender um pouco mais a respeito do que eu estou falando, adquira o meu e-book Aprenda a Investir e SEJA INDEPENDENTE. Vou explicar por qual motivo muitos imaginam o mercado como algo exótico e complicado de entender.   

  Aqueles que ainda não investem e já tem uma certa idade imaginam que a bolsa de valores ainda funciona como antigamente onde os pregoeiros gritavam e gesticulavam incessantemente com um telefone no ouvido. Era o chamado pregão viva voz. E por que a nossa bolsa funcionava dessa forma? Para responder essa pergunta vou fazer uma breve retrospectiva: nas décadas de 80 e 90, o Brasil sofria com uma hiperinflação galopante, e para conte-la, o governo colocava a taxa de juros básica na lua, criando a figura do rentista, que é aquele cidadão abonado que aplica o seu patrimônio na renda fixa e aufere ótimos rendimentos sem fazer esforço nenhum. Além disso, o mercado de capitais brasileiro era excessivamente concentrado em poucas empresas, sendo muitas delas estatais. Esses fatores propiciavam a entrada majoritária de especuladores na bolsa, que eram aqueles indivíduos ultra-ricos que sabiam especular na bolsa, auferindo ganhos rápidos. Teve até um que se tornou famoso na época, chamado Naji Nahas, tido como o responsável pela quebra da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro em 1989 (fonte). Na época, eram raríssimos os investidores de longo prazo seguidores do Buy and Hold, como Luiz Barsi Filho, Lírio Parisotto e Luiz Alves Paes de Barros.    


Pregão viva voz


  Mas para a nossa felicidade, a taxa de juros básica foi caindo ao longo das décadas, chegando ao patamar atual de 2%, o mercado de capitais se fortaleceu e, com isso, a visão de longo prazo começou a se propagar entre os investidores iniciantes da bolsa de valores. Ainda existem muitos especuladores na nossa bolsa, é verdade. Não como acontecia na época do pregão viva voz, que foi extinto em 2009 e, desde então, um sistema de computadores e circuitos integrados fazem todo o trabalho dos operadores das mesas de operações. Mas os investidores estão começando a entender definitivamente que investir em ações de empresas e cotas de fundos imobiliários é a mesma coisa de comprar uma participação societária em negócios empresariais. E com um pouco de estudo é perfeitamente possível selecionar os melhores para compor a sua carteira de investimentos. Também é importante ter a disciplina necessária para alcançar as metas. Agora eu te pergunto: essas atitudes (estudo e disciplina) exigem mesmo de você um QI alto?

 

 

Abraços,

Seja Independente                                      


quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Posso investir todo o meu patrimônio em fundos de investimentos?

 


Olá pessoal,

 

  Essa é uma pergunta que é feita por uns 9 de cada 10 investidores conservadores, acredito eu. Afinal, é muito mais prático você colocar o seu dinheiro nas mãos de vários gestores profissionais, cada um se encaixando num objetivo que faz parte de toda a sua estratégia global de investimentos. Para que você possa conhecer melhor os tipos de fundos de investimentos, (leia esse artigo aqui). Vou explicar para vocês o meu ponto de vista.   

  Respondendo a pergunta do título: se você quiser, sim! Você pode investir 100% do seu patrimônio em fundos, mas lembre-se de que não existe almoço grátis no mercado financeiro. Você terá que arcar com a taxa de administração e uma eventual taxa de performance, caso esteja previsto no regulamento do fundo e o mesmo consiga ultrapassar o benchmark (índice de referência). Mas o pior não é isso. Você terá que gastar tempo para estudar os melhores fundos de investimentos para cada objetivo que compõe a sua estratégia. Caso você não tenha tempo para tal atividade, sugiro gastar dinheiro com a contratação de um consultor de valores mobiliários ou um planejador financeiro para lhe ajudar a encontrar os melhores fundos de investimentos. Não aconselho você seguir as recomendações do seu gerente do banco, lembre-se dos conflitos de interesses. Mas caso você confie nele, aconselho a estudar um pouco por conta própria para que você tenha capacidade de filtrar as informações necessárias para uma correta tomada de decisão.       

  Não tem jeito colega. Se você quiser alcançar a independência financeira, você terá que pagar um preço, mesmo que você delegue o seu patrimônio a vários gestores de fundos. Caso seja essa a sua decisão, procure logo ajustar as suas expectativas, definindo uma média de rentabilidade mais condizente com a sua estratégia. Lembre-se que ao aceitar uma rentabilidade menor, mesmo exigindo um valor patrimonial final muito grande, você terá que compensar essa lacuna de alguma forma. Você pode aumentar substancialmente os aportes ou pode começar desde já a investir para aumentar o poder dos juros compostos. A segunda opção vai exigir menos de você, financeiramente. Basta você ter a disciplina necessária para aportar todo mês. Fica a dica!

        

Abraços,

Seja Independente                                     

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Qual é o melhor método de estudo para começar a investir?

 



Olá pessoal,

 

  Muitas pessoas que estão começando a investir agora devem se perguntar diariamente se o método de estudo que estão seguindo é o melhor para começar a investir no mercado financeiro. No meu entendimento, não existe um método padrão a ser seguido, mas sim aquele que é mais apropriado para cada perfil de risco. Vou explicar melhor.

  Indo direto ao ponto, sem arrodeio: investidor muito conservador, que não se interessa pelo mercado financeiro, preza sobretudo pela segurança e não pode ouvir falar em desvalorização de carteira, não dará prioridade a qualquer método de estudo, por mais simples que seja. Ele delegará os seus investimentos a um profissional do mercado ou fará um curso intensivo para aprender a investir de uma forma automática e segura, na melhor das hipóteses.     

  Já o investidor agressivo é aquele que já tem um certo conhecimento do mercado, tem um nível de tolerância ao risco maior e, em muitos casos, empreende na área ensinando as outras pessoas a investirem. Para esse tipo de investidor, fazer um curso é bem-vindo, mas não é suficiente. É interessante, no meu ponto de vista, tirar alguma certificação profissional, ou pelo menos ser aprovado no exame obrigatório para tirar a certificação, que é o meu caso (fui aprovado no exame da ANCORD no início desse ano para me tornar assessor de investimentos). Também é muito interessante ler muitos livros, artigos e notícias sobre economia e investimentos, como também produzir conteúdo na internet, que é o que eu faço atualmente.

  Já o investidor moderado, e eu deixei para falar sobre ele por último de propósito, é aquele que está entre o conservador e o agressivo. Ele aceita um pouco de risco na sua carteira, mas sempre prezando pela segurança. Nesse perfil de risco, encontramos investidores que agem como conservadores e outros que agem como agressivos. É um tipo de investidor que está em constante metamorfose, procurando referências para traçar o seu próprio método de estudo. E aqui vai uma dica valiosa para você que é moderado: procure, inicialmente, ler muitos livros e conteúdo de boa qualidade na internet, independente de ser pago ou não. A leitura, associada à prática, é essencial paro o processo de aprendizagem.

  Para mim, o melhor método de estudo é e continua sendo a leitura de bons livros e artigos de sites e blogs. Com esse método, eu consigo ter referência de vários profissionais de várias partes do mundo, sem arcar com custos significativos e a minha disposição sempre que eu quiser ler novamente. Fica a dica!

       

Abraços,

Seja Independente                                      


terça-feira, 20 de outubro de 2020

Como dar os primeiros passos no mercado financeiro!

 



Olá pessoal,

 

  Hoje eu mostrarei para vocês como dar os primeiros passos no mercado financeiro de uma forma direta e sucinta. Você verá que não é tão complicado assim obter resultados nesse meio e que não é cassino como muitos propagam por aí.

  Primeiramente, você deve formar a sua reserva de emergência aos poucos. Para saber como dar os primeiros passos na formação de sua reserva, adquira o meu e-book Aprenda a Investir e SEJA INDEPENDENTE, disponível na Amazon. Nele você poderá ter alguns parâmetros para mensurar o valor ideal para a sua reserva como também as aplicações ideais para a sua formação, que são aquelas que têm maior liquidez. Após isso, é muito prudente que você contribua para a Previdência Social para ter direito a benefícios sociais como salário-maternidade, auxílio-doença, auxílio-acidente, entre outros. Encare essa contribuição como um seguro social que lhe proverá em momentos de muita dificuldade onde você não poderá auferir renda através do seu labor e ainda esteja formando o seu patrimônio. Também estude a possibilidade de contratar um seguro de vida, dependendo da sua situação familiar, financeira e patrimonial. Para isso, recomendo contratar um planejador financeiro para lhe orientar. Eu, particularmente, acredito que o seguro de vida seja para poucas pessoas (leia esse artigo aqui), mas é algo muito particular e que pode se encaixar bem em um planejamento financeiro de longo prazo. 

  Após essa etapa inicial, você deve abrir uma conta numa corretora de valores mobiliários independente (que não seja de banco tradicional), começar a estudar sobre investimentos e investir na prática com pouco dinheiro. Uma dica de ouro que eu posso dar para quem está começando agora é: mesmo que após o questionário de perfil de risco da corretora você seja classificado como investidor agressivo, e você próprio ache mesmo que seja agressivo, aconselho mesmo assim a começar a investir como um investidor conservador, alocando a maior parte da carteira em ativos de renda fixa com liquidez e ao mesmo tempo estudando a renda variável. Quando você tiver adquirido mais conhecimento e se sentir confortável em alocar mais em renda variável, comece a realocar a sua carteira, resgatando as aplicações em renda fixa e aportando em renda variável.     

  Uma coisa é fato: não existe almoço grátis! Para você alcançar a sua independência financeira você terá que pagar um preço. Ou você estuda pelo menos o básico para aprender a investir de forma conservadora por conta própria, ou você delega os seus investimentos a um profissional do mercado de sua confiança e paga o preço dele. Independente de qual caminho você escolha, recomendo você começar o mais breve possível. Lembre-se do fator tempo!



Abraços,

Seja Independente                                      


sábado, 17 de outubro de 2020

Tutorial para abrir conta em corretora (na prática)

 



Olá pessoal,

 

  Hoje eu mostrarei para vocês como abrir uma conta numa corretora de valores mobiliários na prática. Não é nenhum bicho de sete cabeças. Pelo contrário, é mais simples que abrir uma conta em um banco tradicional. Vou mostrar para vocês o passo-a-passo de como abrir uma conta na XP, mas não é uma recomendação e o processo é praticamente o mesmo em outras corretoras. Vamos perder o medo e abrir essa conta abençoada? Let’s go.

  Primeiramente, você vai digitar o endereço da corretora na barra de endereço e clicar em abra sua conta.




  Após o clique, vai aparecer a tela para você preencher os seus dados pessoais. No final ele pergunta se você já possui um assessor de investimentos. Em caso afirmativo, vai aparecer um link para você digitar o código e nome do seu assessor. O assessor de investimentos ou agente autônomo de investimentos é o profissional que irá assessorá-lo nos seus investimentos caso você não tenha tempo e interesse para estudar e investir por conta própria e caso também você tenha disponibilidade financeira para arcar com a corretagem dele. Já falei sobre os profissionais A.A.I. nesse artigo e nesse outro artigo aqui. Após finalizar o preenchimento ele vai pedir para você confirmar os seus dados clicando em “ESTÁ TUDO CERTO, PODEMOS PROSSEGUIR”.




  Na próxima etapa, ele pede para selecionar o tipo de documento que você prefere registrar e preencher os dados do documento selecionado. Atentar para ter em mãos o documento selecionado.




  Na etapa seguinte, ele pede para preencher alguns dados de identificação e algumas informações. Na parte de Declarações, atentar para legendas no rodapé da página (muito importante), pois a marcação de qualquer item faz muita diferença no seu cadastro. Por exemplo, se você for uma pessoa politicamente exposta, você terá que preencher vários outros documentos para finalizar o seu cadastro na corretora. Se esse for o seu caso, não desanime. Continue dando andamento ao seu cadastro. Na parte de Comunicação, cabe a você decidir se quer receber informações sobre sua conta Whatsapp e novidades e oportunidades da XP. Se você não quer se envolver com o mercado financeiro, eu lhe aconselho a desmarcar ambas as opções. 









  Na etapa de Dados Residenciais, basta preencher os dados do seu endereço. Mas atente para a marcação da opção no final onde você declara possuir residência fiscal, imóvel ou endereço fora do Brasil, se for o seu caso. A sua omissão pode acarretar sérios problemas para você no futuro, pois os órgãos federais brasileiros conseguem cruzar dados fiscais dos seus cidadãos com vários países no mundo.





  Na etapa de Dados Patrimoniais, ele pede para você informar a sua conta bancária que será creditada quando você fizer um resgate dos seus recursos no futuro. Depois, clique em “SALVAR CONTA”. Depois disso, ele solicita algumas informações confidenciais, como renda mensal, saldo de aplicações financeiras, a origem dos seus recursos e os produtos que você pretende adquirir na XP. Infelizmente é necessário preencher esses dados, mas caso você se sinta desconfortável em informar o saldo das suas aplicações financeiras, você poder digitar um valor simbólico, como 100 reais por exemplo.








  Na etapa de Dados Profissionais, ele solicita informações referente à sua ocupação profissional. Depois clique em “FINALIZAR”.




  Depois disso você será direcionado para uma página de Chat. Nele, a corretora lhe questionará em relação a investimentos para saber o seu perfil de risco. No final ele vai lhe dizer se você é conservador, moderado ou agressivo. Se estiver de acordo clique em “SALVAR E AVANÇAR”. Depois disso ele vai enviar os seus dados de acesso com login, senha e assinatura eletrônica para o e-mail informado por você no cadastro.




  Após isso você irá se logar e trocar a sua senha provisória por uma definitiva criada por você. Atente para as exigências requeridas pela XP para a criação da sua senha no rodapé da página. Após isso você se logará novamente clicando a sua senha no teclado virtual. Você será convidado a responder um questionário para redefinir o seu perfil de risco.








  Pronto, você já pode “brincar” com o seu dinheiro na corretora. Lembre-se de trocar a senha e a assinatura eletrônica a cada 12 meses por questões de segurança (muito importante). Nenhuma instituição financeira no mundo está a salvo de ataques cibernéticos. Mas não se preocupe tanto com isso, esse tipo de ocorrência é raro e as corretoras investem pesado em segurança cibernética. Procure criar um login e senha no CEI (Cadastro Eletrônico do Investidor) para acompanhar os seus investimentos custodiados na [B³]. Assim você consegue ter uma visão global de todo o seu patrimônio no mercado financeiro. Enfim, essas são as informações que você precisa para ter um bom começo. Não desejo boa sorte para você, mas sim bons estudos! 




    

Abraços,

Seja Independente                                      


quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Se a corretora quebrar eu perco tudo?

 



Olá pessoal,

 

  Muitos de vocês devem se questionar em relação à segurança dos seus investimentos em bolsa de valores. Afinal, se a corretora quebrar, eu perco todos os meus investimentos? Não, você não perde todos os seus investimentos. Vou explicar para vocês como funciona a proteção da [B³] quando ocorre a falência de uma corretora. 

  Quando uma corretora quebra, mas o seu dinheiro já está aplicado, os seus investimentos estarão vinculados ao seu CPF, bastando apenas transferir a custódia para uma nova conta em outra corretora. Já no caso de você ter deixado muito dinheiro parado na conta da corretora, o Mecanismo de Ressarcimento de Prejuízos (MRP) indenizará você em até R$120 mil reais, mas somente após análise e julgamento da Bovespa Supervisão de Mercados (BSM), que é o órgão criado pela [B³] para supervisionar e fiscalizar os mercados administrados pela organização (fonte). Portanto, não há garantia de que você será reembolsado e por isso é aconselhável que você aplique o dinheiro imediatamente após o crédito na conta da corretora. 

  Portanto, para que você não corra nenhum risco de perda, é prudente que você aplique os seus recursos assim que forem creditados na conta da corretora. Se por algum motivo de força maior você não puder aplicar no mesmo dia do crédito, aplique no dia útil seguinte. Uma forma muito segura de evitar a perda do seu dinheiro é transferir um valor baixo que não impacte tanto o seu patrimônio, como também ter uma conta em outra corretora para reserva de emergência e/ou outras classes de ativos que compõe a sua carteira previdenciária.  

  Quando falamos em diversificação de investimentos, englobamos todos os aspectos. O risco sempre estará presente em qualquer atividade em que você se envolva, não apenas nos investimentos. Se você for uma pessoa que tenha muito medo de perdas, sugiro diversificar o máximo possível, em todos os aspectos. Abra conta em 3 ou mais corretoras se for o caso, diversifique a sua carteira em classes de ativos o máximo possível, diversifique a sua reserva de emergência em vários ativos de alta liquidez, mas por favor, comece agora a investir e não dê mais essa desculpa de que pode perder tudo, pois eu lhe mostrei agora que você não vai.

 

Abraços,

Seja Independente                                      


quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Devo abrir conta em quantas corretoras?

 



Olá pessoal,

 

  Muitos de vocês devem ter dúvidas quanto à abertura de contas em corretoras de valores. Afinal, em quantas corretoras eu devo abrir conta? Qual tipo de corretora é a ideal para mim? Eu mostrarei para vocês o meu entendimento em relação a essas questões.  

  De um modo geral, esses questionamentos podem ser balizados pela definição do perfil de risco e da estratégia global de investimentos. Por exemplo, se você tem um perfil conservador e não tem muito conhecimento sobre o mercado financeiro, é interessante abrir a sua conta em uma corretora com suporte técnico mais especializado e com uma equipe de profissionais à sua disposição, como é o caso da XP, da Rico, da Easynvest, da modalmais, da Genial, entre outras. Se você tem um perfil mais agressivo e já tem certo conhecimento sobre o mercado, é interessante abrir a sua conta em uma corretora low cost, com taxa zero em todas as operações, como é o caso da Clear. Tomando por base a estratégia, você pode abrir a sua conta apenas para a carteira previdenciária em uma corretora de valores de sua preferência, e pode abrir uma conta apenas para a reserva de emergência e/ou reserva de oportunidade em outra corretora independente ou na corretora do banco onde você possui conta-corrente. Fica a critério de cada um.                                                          

  Uma dica que eu posso dar para quem está começando é avaliar minuciosamente todos os tipos de corretagem cobrados pela corretora. Algumas são mais salgadas, como é o caso da XP e da Genial, mas oferecendo um suporte técnico mais especializado e uma equipe de profissionais à disposição. E várias outras estão zerando corretagem para alguns produtos, atraindo um volume maior de clientes para elas, como é o caso da Rico, da Easynvest e da Clear.

  Mas independente de qual(is) corretora(s) vocês escolham, lembrem-se sempre que existem estratégias mais custosas, onde você gira mais a carteira e gera um rebate (comissionamento) maior para a corretora, como são os casos dos derivativos, do day trade e do swing trade. Mas existem estratégias que geram pouco rebate, como é o caso do buy and hold. Você pode complementar as estratégias, caso deseje. Mas lembre-se sempre que os custos fazem diferença no longo prazo. Os juros compostos se aplicam a eles também!

     

Abraços,

Seja Independente                                      


sexta-feira, 9 de outubro de 2020

O meu e-book Aprenda a Investir e SEJA INDEPENDENTE

 



Olá pessoal,

 

  É com grande alegria e satisfação que informo a vocês que estou lançando o meu e-book Aprenda a Investir e SEJA INDEPENDENTE pelo KDP da Amazon.

  Nesse livro eu vou mostrar para vocês de uma forma direta e sucinta: os mitos acerca de aposentadoria e investimentos que pairam nas cabeças dos brasileiros e que devem ser eliminados; a importância de começar a investir de forma correta o quanto antes; e os primeiros passos para começar a investir no mercado financeiro de uma forma simples e segura.

  Também mostrarei que existem vários motivos que levam as pessoas a investirem para alcançar a independência financeira e que qualquer pessoa comum, sem necessariamente possuir um QI alto, pode alcança-la no tempo desejado, desde que tenha planejamento, disciplina e paciência.

  Espero que todos vocês que acompanham o meu blog adquiram o livro, leiam, releiam e anotem quaisquer dúvidas que venham a surgir. Terei o maior prazer em ajudar cada um de vocês, pois acredito que a educação financeira pode operar milagres nas vidas dos brasileiros e me sinto muito feliz em puder me tornar mais um vetor de transformação social entre tantos outros que transmitem a educação financeira por esse Brasil afora. Segue abaixo o link para compra.


https://www.amazon.com.br/gp/product/B08KMSL87J?pf_rd_r=ND1Y3G7P49RWHTR85XH1&pf_rd_p=72a7651a-a7d8-4551-b248-c61480b6ce6e


Abraços,

Seja Independente                                      


quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Afinal, vale a pena investir sabendo que eu posso morrer amanhã?

 



Olá pessoal,

 

  Hoje falarei sobre um questionamento recorrente entre as pessoas em relação à necessidade de investir para o futuro. Afinal de contas, vale mesmo a pena investir sabendo que eu posso morrer amanhã, ou daqui a alguns meses ou anos? Vou mostrar para vocês que sim, vale a pena poupar uma parcela da sua renda e investir para o seu futuro.

  Por mais que você esteja convicto de que não há necessidade de poupar e investir pelo fato de achar que pode morrer a qualquer momento, saiba que as probabilidades estão a favor da sua existência neste planeta. É muito mais provável que você continue vivo amanhã, depois de amanhã, semana que vem, mês que vem, ano que vem... etc. Porém você nunca sabe como estará a sua saúde ou a saúde dos seus dependentes ou do seu cônjuge daqui a alguns anos ou décadas. Você ainda pretende arriscar? Pagar para ver? I don’t think so! Some-se a isso o fato de que você não tem ideia de como estará a economia do seu país ou o futuro da sua profissão e vários outros fatores externos que podem impactar as suas finanças, podendo leva-lo a pobreza.                                                   

  Se você tiver discernimento ao longo da sua vida para contribuir para a Previdência Social, nem que seja com base no salário mínimo, você terá algo na sua aposentadoria, mas somente para a sua subsistência e olhe lá se não for insuficiente, pois caso seja terá que pedir ajuda aos filhos. Nesse caso, sugiro que você os trate muito bem para que eles tenham um mínimo de consideração por você quando não tiver mais condições de laborar. Quem já é idoso no Brasil e precisa continuar trabalhando para sobreviver, sabe o quão difícil é conseguir uma colocação no mercado de trabalho depois de certa idade, por mais qualificado que seja. Inclusive, essa dificuldade tende a se agravar com o tempo segundo estudos (fonte).  

  Lembre-se de que não existe apenas uma forma de investir para garantir uma aposentadoria digna no futuro. Você pode ter receitas perenes de royalties, aluguéis de bens móveis e imóveis, distribuição de lucros de empresas familiares e quaisquer outras receitas que não exigem o consumo do seu tempo. O mercado financeiro é a forma mais democrática de investir para a aposentadoria, pois com valores muito pequenos é possível investir mensalmente, sem muita burocracia. Hoje, para mim, é a melhor forma. E para você, qual é a melhor forma?        

 

Abraços,

Seja Independente                                      


segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Por que o dólar está tão alto!?

 



Olá pessoal,

 

  Já pararam para se perguntar por que o dólar está tão alto? Acredito que todo cidadão brasileiro, independente de ser investidor ou não, questiona esse aumento tão grande do câmbio nos últimos anos. Afinal, essa depreciação da nossa moeda em relação ao dólar se reflete em quase todos os bens e serviços que consumimos, desde a farinha de trigo que faz o pão até o preço de um Iphone novo. Vou explicar porque isso está acontecendo.                         

  Estamos assistindo nos últimos 4 anos uma queda brutal na taxa básica de juros, a Taxa Selic, de 14,25% em 08/2016 a 2% no momento atual. Para termos uma ideia do quão baixa está a nossa taxa básica, a inflação oficial (IPCA) acumulada nos últimos 12 meses está em 2,44% (fonte), ou seja, quem tem dinheiro aplicado no Tesouro Selic está tendo uma rentabilidade real negativa. Se levarmos em consideração outros índices de inflação, como o IGP-M, que variou quase 18% nos últimos 12 meses (fonte), a rentabilidade real negativa dispara. Você já deve estar se perguntando: “O que isso tem a ver com a disparada do dólar?”. E eu respondo: tudo!                                                

  Conforme eu tinha falado num artigo publicado recentemente (ver aqui), no início do Plano Real em 1995, o governo optava por debelar a hiperinflação anterior ao Plano com uma política monetária extremamente contracionista, pagando uma Taxa Selic de 53% a.a. e uma rentabilidade real estupenda, incentivando os investidores estrangeiros a aplicarem seus recursos na Selic, o que desencadeou uma enxurrada de dólares no país, valorizando artificialmente o real e controlando assim a hiperinflação dos preços dos bens e serviços. E o que estamos vendo agora? Estamos vendo justamente o contrário, com o Banco Central segurando a taxa básica em 2% a.a. e oferecendo uma rentabilidade real negativa, o que desestimula o investidor estrangeiro a aportar os seus dólares aqui, visto que o Brasil ainda é considerado um país emergente com pouca credibilidade e não oferece nenhum prêmio para compensar esse risco. Para vocês entenderem o porquê do Brasil ainda ser considerado um país de risco para investir, basta consultar o grau de investimento do país e você verá que somos classificados como grau especulativo (Ba2) (fonte). Grau de investimento ou Rating é a avaliação do risco de crédito dada por uma agência de classificação de risco a uma entidade econômica, seja um país ou uma empresa (fonte). Veja a tabela de classificação abaixo.




  Para que o Brasil retome o grau de investimento necessário para transmitir segurança aos investidores internacionais, é preciso eliminar algumas barreiras, como a insegurança jurídica, a falta de infraestrutura, a deficiência da rede pública de ensino e o déficit fiscal crônico. O caminho não é fácil e há muito que fazer para que, em bom português, sejamos considerados um país sério que honra os seus contratos. Caso continuemos sem dar a partida no motor, tudo permanecerá como está, com dólar alto, inflação crônica e uma população eternamente desacreditada em relação ao seu futuro.      

 

Abraços,

Seja Independente