sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Empresário x Investidor


Olá pessoal,

  No artigo de hoje falarei sobre as diferenças entre as atividades de empresário e investidor e como o investidor que é empresário pode conciliar as duas atividades para construir patrimônio no longo prazo. Já ouvi muitos empresários dizerem que é melhor reinvestir os lucros da empresa do que investir os lucros em outros ativos, e humildemente tenho que discordar parcialmente desse pensamento. Vou explicar o porquê dessa minha discordância.
  O investimento em um negócio próprio é considerada a de maior risco dentre as diversas formas de investir, superando o risco dos investimentos em ações. Ao investir em um negócio próprio, você terá de administrar os riscos com funcionários, burocracias inerentes à atividade, recolhimento de impostos e envio de informações ao fisco, controle de qualidade dos produtos e/ou serviços, satisfação de clientes, fornecedores e concorrentes. Já ao investir em ações, você estará adquirindo parte do capital de uma empresa de grande porte, com grande participação em seu mercado, finanças organizadas, administradas por profissionais altamente gabaritados e fiscalizada por todo um mercado de investidores. Todas essas qualidades não eliminam a possibilidade dessas empresas quebrarem, mas diminuem esse risco sensivelmente.   
  Aquele empresário que se diz empreendedor puro sangue e ama o seu negócio, geralmente é o que defende com unhas e dentes o reinvestimento total dos lucros no próprio negócio. Mas em minha humilde opinião não é prudente reinvestir a totalidade dos lucros, pois na medida em que você concentra excessivamente todo o seu patrimônio em um único negócio, o seu risco aumenta consideravelmente. Diversificação é a chave para a construção de um grande patrimônio no longo prazo com uma relação risco/retorno ideal. Mesmo que esse empresário seja muito conservador e aceite investir uma parte dos seus lucros na caderneta de poupança ou fundo de renda fixa do seu banco e em imóveis, ele já estará de certa forma diversificando o seu patrimônio. Nesse caso, basta o empresário trocar as aplicações bancárias e os imóveis pelos investimentos no tesouro direto e nos fundos imobiliários, respectivamente, e isso ele consegue facilmente abrindo uma conta na corretora de valores de sua preferência. Pode parecer besteira ou perda de tempo para esse empresário, mas essa pequena atitude representa um retorno muito maior para ele no longo prazo.
  É necessário que o empresário compreenda que os lucros da sua empresa são a fonte cristalina para a construção de um patrimônio que irá permitir uma renda passiva capaz de sustenta-lo sem a obrigatoriedade de trabalhar incansavelmente para pagar as contas. O trabalho será apenas por prazer. Mesmo reconhecendo a importância de se reinvestir uma parte dos lucros anualmente para que a empresa possa crescer organicamente e gerar mais lucros no futuro, acredito que o futuro de uma empresa sempre será incerto, pois são muitas as variáveis exógenas e endógenas que afetam o negócio. Por exemplo, um funcionário sofre um acidente de trabalho e vem a óbito. Prejuízo financeiro e moral imensurável para a empresa. Outro exemplo, o setor na qual a empresa está inserida passa por constantes mudanças tecnológicas e a empresa não se adaptou, tornando-se obsoleta frente aos seus correntes. Ela irá falir em breve com toda a certeza. Poderia dar vários outros exemplos aqui, principalmente de variáveis endógenas, no caso em se tratando do Brasil, exemplos não faltam mesmo, haja vista a insegurança jurídica que reina em nosso país.
  Enfim, espero que o leitor compreenda a mensagem que tentei transmitir neste artigo. Não sou o dono da verdade e não pretendo aqui persuadir o leitor que é empresário a deixar de reinvestir os lucros. Apenas aconselho a investir uma parte dos lucros em outros ativos existentes no mercado. Espero ter contribuído mais uma vez e desejo bons investimentos e bons estudos!

Abraços,
Seja Independente

sábado, 20 de outubro de 2018

Longevidade e Juros Compostos: uma combinação perfeita!


Olá pessoal,

  No artigo de hoje falarei sobre um assunto bem interessante para quem está começando a investir e que com certeza vai servir de motivação para continuar investindo no longo prazo: a combinação perfeita da longevidade com os juros compostos. Muitos podem estar achando estranho esse título, mas eu vou explicar tentando ser o mais didático possível.
  Muitos já devem saber o efeito milagroso dos juros compostos nos investimentos, gerando verdadeiras fortunas para quem sabe investir ao longo do tempo. Pois bem, esse efeito só acontece se o investidor se mantiver vivo por muito tempo enquanto os investimentos crescem exponencialmente, isso porque o fator multiplicador (1 + i) é elevado à potência pelo número de anos do investimento. Sendo assim, quanto mais tempo o investidor levar para resgatar em vida aquele investimento, maior será o montante ao final do período. Para que se possa ter uma ideia da dimensão do efeito dos juros compostos, pesquise no Google sobre a fábula educacional do xadrez e a função exponencial, contada no livro “O homem que calculava”, do autor Júlio César de Melo e Sousa (pseudônimo Malba Tahan). Acredito que após ler a fábula muitos irão se surpreender com o resultado, assim como eu também fiquei. Mas óbvio que, na prática, ninguém investe durante 64 anos sem consumir boa parte dos rendimentos e do principal (uma parte do principal pode ser doada ou herdada), pois seria loucura. O autor quis apenas mostrar o quão poderosa é a força dos juros compostos. Como dizia o autor da teoria da relatividade Albert Einstein: “Os juros compostos é a força mais poderosa do universo”.




  Acredito que agora você deve estar começando a entender a importância da longevidade para aqueles indivíduos, que assim como eu, se dedicam aos investimentos. Por isso é importante manter hábitos saudáveis, como dieta balanceada e atividade física regular. Muitos podem questionar essa tese alegando que um indivíduo pode ter hábitos nocivos ao longo da vida, como dieta inadequada, alcoolismo e tabagismo, mas pode ter uma boa genética e sendo assim sobrepujar os efeitos que abreviam a longevidade. Mas muitas pessoas também se esquecem de que não adianta apenas viver muito. Também é necessário ter qualidade de vida ao longo da jornada da vida, pois os hábitos nocivos tendem a causar doenças de todo tipo, gerando gastos extras com saúde, como consultas médicas frequentes, tratamentos e exames caros, remédios caros e etc., diminuindo a capacidade daquele investidor de fazer os aportes necessários. Sem contar que algumas pessoas possuem algum problema de saúde crônico, como alergia, hipertensão, diabetes tipos I e II, insuficiência renal, hemofilia e etc., além das infecções comuns a todas as pessoas que nos acometem ao menos uma vez na vida. Também vale lembrar aqui que nunca antes na história da humanidade o ser humano conseguiu uma expectativa de vida tão alta como a da atualidade, sem contar a crescente taxa de natalidade em alguns continentes como a África e a Ásia. Consequentemente, o número de habitantes no nosso planeta tende a aumentar substancialmente nas próximas décadas. E isso demanda muitos gastos com saúde ao redor do mundo. E sabemos que nem todo ser humano nasce para cuidar da saúde dos outros. Sendo assim, a tendência é que os gastos com saúde inflacionem ao longo do tempo. Por isso é tão importante cuidar da saúde se prevenindo ao invés de se remediar constantemente.
  Existem vários exemplos de investidores que são a prova viva de que os juros compostos é a força mais poderosa do universo. O exemplo mais conhecido no mundo é o do megainvestidor norte-americano Warren Buffett. Sua fortuna está hoje avaliada em US$ 72,5 BILHÕES. Começou a investir em ações aos 11 anos de idade em 1942 e desde então não parou de investir. Por isso, a maior parte de sua riqueza, cerca de 94% dela, foi obtida somente após Warren passar dos 60 anos de idade, justamente devido ao efeito dos juros compostos.


Warren Buffett
   Enfim, exemplos não faltam, poderia passar um dia inteiro dando outros exemplos neste artigo, mas por questão de economicidade citei apenas o caso do vovô bilionário Warren Buffett, por ser o mais conhecido. Por isso sempre recomendo que o investidor nunca desista ao longo da caminhada, mesmo sendo cansativo e chato. Costumam dizer que o investimento de longo prazo é como uma maratona de 40 km e não uma corrida de 100 m. Paciência e disciplina são fundamentais para atingir os seus objetivos.




  Espero ter contribuído mais uma vez para a comunidade de investidores com esse artigo motivacional. Bons estudos e bons investimentos!

Abraços,
Seja Independente
 

                                       

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Formação Básica do Investidor

Olá pessoal,

  Neste artigo falarei sobre as áreas de conhecimento que o investidor deve dominar para que possa ter sucesso na sua carreira de investidor. Na verdade esse artigo é um complemento do artigo sobre o conhecimento, mas um pouco mais analítico, com mais digressões sobre o assunto, e mais voltado para a parte prática.
  Para que um investidor consiga primeiramente sobreviver ao mercado financeiro para depois obter êxito futuramente, ele deve estar constantemente informado e explorando o máximo de conteúdo disponível na internet, nos livros e nos cursos. É importante também que antes de qualquer coisa o investidor comece investindo pouco dinheiro e formando a sua reserva de emergência. Assim que for adquirindo conhecimento, o investidor se sentirá mais seguro para aumentar os aportes mensais.
  São várias áreas de conhecimento que o investidor deve dominar com clareza para que possa ter o discernimento necessário na hora de investir. Para não ter que citar todas, vou citar as que eu considero mais importante. O investidor deve entender de Política. Saber o que é Socialismo (Carl Marx, Lênin, Stálin). Saber o que é Capitalismo. O investidor deve entender de Geopolítica/História. Saber os principais acontecimentos do mundo moderno e as respectivas lições extraídas de cada uma delas (Guerras mundiais I e II, Guerra Fria, Ditaduras ao redor do mundo). O investidor deve entender de Economia. Saber o que é uma economia de livre mercado (Adam Smith, David Ricardo, Malthus, Escola Austríaca de Economia), o que é uma economia intervencionista (John Maynard Keynes). Saber o que foi o padrão ouro. Saber o que é o padrão papel-moeda. Saber como se origina a inflação. Saber um pouco de microeconomia (oferta e demanda, demanda inelástica, bens complementares, bens substitutos). O investidor deve entender pelo menos o básico de Matemática Financeira. Saber o que é juros compostos e o seu efeito exponencial nos investimentos. Saber calcular o valor presente de qualquer investimento ou empréstimo. O investidor deve entender pelo menos o básico de Contabilidade. Saber distinguir um ativo de um passivo e entender o grande segredo por trás da fórmula [Patrimônio Líquido = Ativo – Passivo]. Existem vários outras áreas importantes, mas prefiro deixar o colega investidor satisfazer a sua curiosidade por conta própria. O Google e o Youtube existem para isso. São ótimas ferramentas de estudo e de fácil acesso.
  O investidor mais conservador que investe boa parte do patrimônio em renda fixa (acima de 50%) pode questionar a necessidade de ter essa formação básica, essa vasta gama de conhecimento, para obter êxito nos investimentos, já que a renda fixa é “segura” e não traz grandes surpresas ao longo do tempo. Mas é aí que está o grande X da questão. Dependendo da inflação acumulada ao longo do período e a qualidade da renda fixa desse investidor, ao invés de ter êxito ele pode ter um grande prejuízo, sem ele mesmo saber, pois renda fixa não é a mesma coisa de poder aquisitivo. Para entender melhor o que estou dizendo, basta ler novamente o meu artigo sobre ‘Renda Fixa e Inflação’. Portanto, é importante que o investidor, por mais conservador que ele seja, tenha um pouco de conhecimento em cada área, principalmente em Economia. Querem ver outro exemplo de como é importante ter conhecimento nessas áreas, como Matemática Financeira, por exemplo? Mesmo na renda fixa existe um vasto leque de opções de investimento, desde CDB e LCI dos grandes e pequenos bancos, debêntures de empresas, fundos de investimento em renda fixa, fundos multimercados, até as opções mais seguras, que são os títulos do Tesouro Direto. Cada um deles possui uma taxa pré-fixada ou pós-fixada e um prazo de vencimento, além de outras características importantes, mas vamos nos ater apenas a essas duas para sermos mais objetivos. Para que o investidor consiga atingir os seus objetivos financeiros, seja uma aposentadoria, um imóvel próprio, um veículo próprio, ou uma viagem dos sonhos com a família, o investidor deve saber usar a fórmula de capitalização por juros compostos para que possa fazer uma estimativa de quanto vai resgatar líquido de taxas e impostos no dia do vencimento. Sem contar o trabalho que terá para analisar outros fatores que também influenciam no montante líquido que será resgatado, como o rating das instituições financeiras que vendem os produtos bancários, pois existe a possibilidade de calote nesse caso, e a taxa de administração que incide nos fundos de investimento.
  Mas caso o investidor conservador não tenha se convencido dessa necessidade de estudar pelo menos um pouco cada assunto, ou seja, opte pela ignorância (pelo menos nos investimentos e não na profissão) e delegue o seu patrimônio a um gestor de um fundo de investimento, seja através de um banco ou de uma corretora, saiba que os riscos continuarão a existir. Você terá que confiar num gestor ou numa equipe de gestores que você não conhece, não sabe se tem competência suficiente, se tem outros interesses além de cuidar do seu patrimônio (sempre tem), enfim, você pagará caro por um serviço ao longo de vários anos e não sabe se realmente terá o retorno desejado.
  Enfim, espero que o investidor compreenda a mensagem que tentei trazer nesse artigo e a partir de agora invista mais consciente. Espero ter contribuído mais uma vez para a comunidade de investidores. Bons estudos e bons investimentos.


Abraços,
Seja Independente