terça-feira, 29 de setembro de 2020

Pague-se primeiro, sempre!

 


Olá pessoal,

 

  Hoje falarei sobre uma regra que com certeza alguns de vocês já devem ter ouvido falar. O ato de “se pagar” primeiro assim que o salário cai na conta é vital para qualquer planejamento financeiro. A disciplina e a organização tratadas no artigo da semana passada (ver aqui) são as duas características que formam esse hábito no investidor, ou seja, ele é o primeiro sinal de que um investidor está realmente comprometido com as suas metas financeiras.                       

  Conforme explicado no artigo sobre disciplina e organização através dos exemplos mostrados, quanto maior for a regularidade dos aportes, maior será o efeito dos juros compostos ao longo da jornada. Esse efeito se torna maior pelo simples fato de que o tempo é finito para cada ser humano e anda sempre para frente, ou seja, não há possibilidade de recompor o tempo que foi perdido. A única possibilidade de compensar é aumentar bastante o valor do aporte após a retomada, para que assim o investidor possa alcançar a meta desejada. Porém, sabemos que mudanças e imprevistos sempre acontecem em nossas vidas, nos forçando muitas vezes a interromper ou diminuir os aportes. Como contornar essa situação?                                            

  Uma estratégia muito utilizada pelos bancos tradicionais que vendem planos de previdência privada para os seus clientes correntistas é deixar as contribuições em débito automático, ou seja, debitam a conta do correntista na data xx de cada mês a crédito do fundo do plano administrado pelo banco. Porém, os investidores que formatam as suas carteiras previdenciárias em corretoras independentes não dispõem desse dispositivo. Para isso sugiro transferir os aportes na data de recebimento do salário, sem inventar desculpas para adiar. Mas se mesmo assim você não conseguir pelo fato de receber um fixo mensal pequeno que dá apenas para sobreviver e a maior parte da sua renda vier das bonificações, sugiro aportar um valor bem pequeno mensalmente e aportar integralmente todas as suas bonificações. 

  Caso haja uma grande necessidade de interromper ou diminuir os aportes, não esmoreça. Assim que a sua situação for normalizada, retorne a aportar, mas com um valor maior para compensar o tempo perdido. Se isso não for possível, procure aumentar a sua renda paulatinamente, inclusive buscando fontes alternativas de renda (ver aqui). Ninguém fará por você o que é necessário para alcançar as suas metas a não ser você mesmo!     

 

Abraços,

Seja Independente 


domingo, 27 de setembro de 2020

+ Rentabilidade, + Risco

 


Olá pessoal,

 

  Hoje falarei sobre uma regra que não se aplica apenas ao mundo dos investimentos, mas também ao mundo dos negócios de um modo geral. Mas muitas pessoas ainda não conseguem notar a importância dela na prática. Quanto mais um investimento ou um negócio, “no papel”, é rentável, mais risco estará embutido em seu bojo. Na prática as circunstâncias sempre interferem nos resultados projetados na concepção do negócio.                      

  Eu noto mais essa indiferença em relação ao risco no mundo dos negócios do que no mundo dos investimentos. E acredito que isso acontece devido à falta de educação financeira de muitos empreendedores brasileiros. Muitos empreendedores, até mesmo os mais experientes, se baseiam única e exclusivamente em suas experiências passadas e nas experiências positivas de empreendedores bem-sucedidos, achando que eles também terão os mesmos resultados, bastando para isso muito trabalho e muita obstinação. Mas eles se esquecem sempre de pesquisar sobre os empreendedores que falharam e “não ficaram vivos para a contar história”, e podem acreditar, esse cemitério é muito maior do que o grupo de sobreviventes que alcançaram o sucesso. É o que chamamos no mundo dos investimentos de heurística de confirmação, que é a tendência de se lembrar, interpretar ou pesquisar por informações de maneira a confirmar crenças iniciais. As pessoas demonstram essa tendência ou viés quando reúnem ou se lembram de informações de forma seletiva, ou quando as interpretam de forma tendenciosa (fonte).                                           

  É por causa desse tipo de comportamento humano que muitos empreendedores continuam persistindo no erro até irem à falência. Eles pensam da seguinte forma: “se fulano da empresa x e sicrano da empresa y conseguiram, por que eu não posso conseguir?”. Mas se esquecem de que cada indivíduo tem um certo nível de competência, tem experiências passadas naquela determinada área e as vezes tem uma combinação de fatores externos a favor e que não necessariamente o mesmo resultado será alcançado por ele. Também se esquecem de que no caso particular do empreendedor brasileiro, todo cuidado deve ser redobrado, haja vista a insegurança jurídica latente que existe em nosso país.  

  É como diz aquele velho mantra: “riscos não devem ser evitados, mas sim administrados”. Todas as variáveis internas e externas devem ser levadas em consideração na concepção de uma estratégia de investimentos ou de negócios. Se por experiência própria um empreendedor verifica que aquele determinado modelo de negócio é por demais arriscado, ele deve substituir esse modelo por outro que seja menos arriscado. Isso se chama gerenciamento de risco. Outra medida cautelar que o empreendedor deve adotar, que inclusive já falei em outros artigos aqui do blog (ver aqui) e (ver aqui), é a de não reinvestir 100% dos lucros na empresa, mas reservar uma parte para reservas de emergências, tanto na pessoa física como na pessoa jurídica, e para a montagem de uma pequena carteira previdenciária.   

  Para entender um pouco mais sobre a heurística ou viés de confirmação e outros vieses cognitivos que acometem a espécie humana, recomendo a leitura do livro Rápido e Devagar, do autor Daniel Kahneman, ganhador do prêmio Nobel de Economia. Inclusive já falei sobre esse livro em outro artigo do blog (ver aqui). Boa leitura!      


Abraços,

Seja Independente


quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Disciplina e organização são essenciais!

 


Olá pessoal,

 

  Hoje falarei sobre 2 características que são essenciais em qualquer planejamento financeiro: disciplina e organização. Posso até dizer que ambos são mais importantes do que a competência técnica do investidor, pois investir para alcançar metas financeiras é como uma maratona e não uma corrida de tiro curto. Vou explicar através de exemplos práticos como faz diferença no planejamento ter esses 2 ingredientes.                      

  A ausência dessas 2 ferramentas mestras é sinônimo de autossabotagem. Senão vejamos o seu significado: “Autossabotagem é quando criamos obstáculos e empecilhos – de forma consciente ou inconsciente – que nos atrapalham na hora de realizar tarefas ou conquistar objetivos” (fonte). E como esse comportamento pode prejudicar o seu planejamento financeiro? Simples: retardando o efeito dos juros compostos ao longo do tempo. Vamos analisar os exemplos abaixo para entendermos melhor:

  1º) Ricardo poupa e investe R$2.500,00 por mês e quer se aposentar aos 70 anos com um patrimônio por volta de 5 milhões de reais e ter um renda média mensal de R$15.000,00. Ele tem um prazo de 40 anos e espera uma rentabilidade média mensal de 0,5%.     


     2º) Márcio poupa e investe o mesmo valor de Ricardo e tem o mesmo objetivo. Porém, a partir do 8º ano, Márcio perde a disciplina e passa a investir R$1.800,00 por mês durante 12 anos, e para compensar o tempo perdido ele passa a investir R$2.920,00 por mês durante os 20 anos finais.

         

   3º) Felipe poupa e investe o mesmo valor e tem o mesmo objetivo dos anteriores. Porém, a partir do 10º ano, Felipe passa a ter sérios problemas financeiros e interrompe os aportes mensais durante 10 anos, voltando a investir R$3.750,00 por mês durante os 20 anos finais.  

 


         

  Qual é a lição que se tira com esses exemplos? A mais óbvia é que no 1º exemplo, o do Ricardo, o montante final foi bem maior do que os dos exemplos seguintes, pelo simples fato dele ter tido a regularidade necessária para aportar mensalmente durante os 40 anos. Mas a lição mais importante que se tira é a de que o valor do aporte e o tempo são os fatores mais importantes para a acumulação de patrimônio, e isso fez diferença nos exemplos seguintes, o do Márcio e o do Felipe. Percebam que no caso do Felipe, mesmo ele tendo tido problemas financeiros que o obrigaram a interromper os aportes durante 10 anos, ele conseguiu um montante final maior do que o de Márcio, justamente pelo fato dele ter voltado a investir um valor mensal bem maior durante os 20 anos finais, ao contrário de Márcio que diminuiu o valor do aporte durante 12 anos (30% do prazo total).

  A mensagem que eu desejo passar para vocês com esses exemplos é a de que por mais que você tenha problemas financeiros no meio do caminho, e praticamente a maioria esmagadora das pessoas no mundo tem, você poderá alcançar os seus objetivos se você tiver disciplina e organização. No exemplo que eu dei do Márcio, ele perdeu a disciplina por algum motivo e diminuiu o valor dos aportes por um bom tempo, retardando o efeito dos juros compostos. Obviamente que é normal um ser humano em algum momento da vida perder a disciplina e se desorganizar, ou enfrentar problemas alheios à sua vontade que atrapalhem o seu planejamento. Mas se você tem um sonho latente de alcançar um objetivo em sua vida, você irá sobrepujar os obstáculos com facilidade e ter uma performance acima da média, como foi no caso do Felipe. Já perceberam que as pessoas mais bem-sucedidas no mundo nunca param o que fazem de melhor? Constância (disciplina + organização) é o segredo!    

 

Abraços,

Seja Independente

quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Investir no mercado financeiro não é Hollywood!

 


Olá pessoal,

 

  Conforme eu já tinha falado em outro artigo, neste ano a Bolsa de Valores [B³] passou a ter quase 3 milhões de CPF’s cadastrados (ver aqui). Essa quantidade se deve em boa parte ao aumento expressivo ocorrido após a eclosão da pandemia (fonte). Entretanto, muitos investidores novatos entraram na Bolsa de Valores de uma forma que, digamos, não é a ideal. E isso acontece porque ainda predomina na sociedade brasileira a cultura do investimento de curto prazo numa ânsia desenfreada por enriquecimento rápido. Vou explicar.                   

  Para que possamos entender melhor, é necessário saber que existem no mercado financeiro contratos chamados de derivativos. Tratam-se de contratos mútuos no qual se estabelece um preço de compra e venda derivado do preço de outro ativo, denominado ativo-objeto. Esse ativo pode ser financeiro (ações, taxas de juros, moedas, etc.) ou físico (soja, café, boi gordo, milho, ouro, etc.). Esses instrumentos financeiros possuem certo grau de complexidade com as finalidades de proteção, especulação e arbitragem. Pois bem, para não entrar em maiores detalhes e o artigo não ficar extenso, vamos nos ater somente a um tipo de derivativo, chamado de opções. No mercado brasileiro, as opções mais comuns são as opções de ações. Justamente com os ativos mais arriscados que requerem um grau de conhecimento teórico e prático maior, os investidores novatos foram especular de peito aberto, investindo todas as economias que possuem em algo que ainda não dominam (fonte).       

   Para esses novatos, sem querer ser presunçoso, aqui vai um conselho: investir no mercado financeiro não é Hollywood! Quem acha que para enriquecer no mercado, em questão de semanas, basta adotar a mesma estratégia adotada pelos personagens hollywoodianos, como os do filme A Grande Aposta ou como os da série Billions, está enganado. Bolsa não é loteria! Compreendam de uma vez por todas que não existem investimentos com probabilidade de retornos explosivos sem estarem acompanhados de riscos explosivos. Muitos investidores de Wall Street se utilizam de instrumentos financeiros sofisticados, como os derivativos, para alavancar os seus resultados. É verdade. Mas todos aqueles que são profissionais implementam em suas estratégias uma coisa chamada gerenciamento de risco, justamente pelo fato deles saberem que o risco é muito alto. Eles não ficam ricos instantaneamente com uma única operação. Leva tempo para enriquecer, assim como em qualquer outra estratégia.      





  Investir, na verdade, é entediante. É algo mais parecido como assistir a grama da sua casa crescer lentamente do que apostar uma grana no cassino. Você precisa ler relatórios periodicamente, gastar sola de sapato visitando as empresas (para quem é gestor de fundos) e ter muita paciência em épocas difíceis para não se desfazer dos papéis. Mas quem prefere investir majoritariamente com derivativos, day trade e outras estratégias mais arriscadas, não está errado. Apenas se faz necessário ter mais cuidado ao optar por elas. Lembrem-se sempre que, segundo o megainvestidor Warren Buffett, a regra nº 1 dos investimentos é não perder dinheiro e a regra nº 2 é não se esquecer da regra nº 1. Não saber gerenciar os riscos te tira do jogo. Mas se você souber, sobreviverá a cada rodada.

 

Abraços,

Seja Independente

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Por que é recomendável investir em ações?

Antiga ação ao portador


Quando não existia computador era assim


Olá pessoal,

 

  Muitos de vocês que ainda não investem no mercado financeiro já devem ter se perguntado por qual motivo todos os investidores investem em ações de empresas, já que o mercado acionário é visto como algo muito arriscado. Vocês verão que existe um motivo por trás disso e que não é tão complicado assim como vocês imaginam.                  

   Como já havia explicado em outro artigo (ver aqui), ao investir em ações, você estará adquirindo parte do capital de uma empresa de grande porte, com grande participação em seu mercado, finanças organizadas, administradas por profissionais altamente gabaritados e fiscalizada por todo um mercado de investidores. Todas essas qualidades não eliminam a possibilidade dessas empresas quebrarem, mas diminuem esse risco sensivelmente. E para que esse risco seja minimizado nos seus investimentos, você investe em várias empresas, para que o impacto negativo gerado pela quebra de uma não afete de maneira relevante toda a sua carteira. É a chamada diversificação.   

  Mas o real motivo por trás desse tipo de investimento, considerado por muitos como o melhor, é que a ação de uma empresa de grande porte em muitas ocasiões supera com certa folga todos os índices de inflação acumulados no longo prazo. Em outras palavras, ele repõe a inflação ou conserva o seu poder de compra e ainda gera um excedente de rentabilidade (plus). Para quem é familiarizado com economia e matemática financeira, pode-se dizer que ele gera uma rentabilidade real positiva no longo prazo. Para que possamos entender melhor, vamos compará-lo com os títulos de renda fixa atrelados a algum índice inflacionário como o IPCA ou o IGP-M. Esse título, como por exemplo, o título público IPCA+ 2035, irá repor todo o IPCA acumulado do período e pagar uma taxa além dessa reposição. Mas conforme já expliquei em outros artigos (veja esse último), cada indivíduo e cada família tem o seu próprio índice de inflação no período, podendo divergir em muito da média divulgada dependendo da cesta consumida. Já a ação de uma empresa sólida pode sobrepujar o seu próprio índice de inflação no período, independente de quão alta tenha sido a valorização da sua cesta de bens e serviços consumidos.                        

   E você deve estar se perguntando agora por qual motivo isso acontece. E a resposta é simples: as empresas de grande porte com ações listadas em bolsas de valores conseguem repassar os seus custos para os seus clientes, por mais que esses custos tenham se valorizado muito no período. Se a inflação dos alimentos sobe muito, supermercados com ações listadas na B³, como o Carrefour e o Pão de Açúcar, repassam essa inflação para os clientes. Se a inflação das tarifas bancárias sobe muito, os bancos tradicionais repassam essa inflação para os clientes. Se a inflação da energia elétrica ou da água encanada sobe muito, concessionárias de energia elétrica, como a Eletrobrás, e concessionárias de saneamento, como a Sabesp (SP) e a Sanepar (Paraná), repassam essa inflação para os clientes. O mesmo fenômeno ocorre em todos os outros setores da economia, até mesmo nos menos resilientes. Aqueles que têm dificuldade para repassar no longo prazo vão à falência, irremediavelmente.              


Histórico de retorno dos ativos 1802 - 2013


  Obviamente que sempre existirá o risco de uma empresa sólida quebrar, conforme havia explicado anteriormente. Mas adotando uma estratégia conservadora que consiste em investir em empresas com uma demanda resiliente, como energia elétrica, água encanada, alimentos e bebidas, serviços bancários, serviços médicos e outros, e numa quantidade em que você possa acompanhar o desempenho de todas elas ao longo do período, com certeza você irá valorizar o seu dinheiro bem acima de qualquer índice inflacionário. Lembre-se que o risco estará apenas presente naquilo em que você não sabe o que está fazendo. Portanto, estude para diminuir esse risco, perca o medo e tenha coragem para agir. 

 

Abraços,

  Seja Independente 

domingo, 6 de setembro de 2020

Afinal, qual índice de inflação seguir!?

 


Olá pessoal,

 

  Muitos de vocês devem ter visto um vídeo do deputado estadual de Minas Cleitinho Azevedo (se ainda não viu, veja o vídeo abaixo), comparando preços antes e depois da pandemia. A inflação dos alimentos disparou nas últimas semanas. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o setor supermercadista tem sofrido forte pressão de aumento nos preços devido à política fiscal de incentivo às exportações, e o crescimento da demanda interna impulsionado pelo auxílio emergencial do governo federal (fonte).  


    

   Mas eu gostaria de chamar a atenção de vocês para um dado recente que mostra um descompasso entre o IPCA, índice de inflação oficial, e o IGP-M, índice utilizado no reajuste de aluguéis. Enquanto o primeiro registrou uma alta de 2,28% nos últimos 12 meses, o segundo registrou uma alta de 13% no mesmo período (fonte). Como explicar tamanha diferença? Simples: O IGP-M subiu bem mais que o índice oficial pelo fato dele ser mais atrelado à variação do dólar, que teve uma valorização de 34,19% no período. Para que possamos entender melhor, é necessário mostrar como esses índices são calculados. O IPCA – Índice de preços para o consumidor amplo – é o índice de inflação oficial do Brasil, calculado e divulgado pelo IBGE. Ele tem como público-alvo famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos nas regiões metropolitanas das principais capitais do país e a cesta de bens e serviços típicos deste público-alvo inclui alimentação e bebidas, transportes, habitação, saúde e cuidados pessoais, despesas pessoais, vestuário, comunicação, artigos de residência e educação. Já o IGP-M – Índice geral de preços do mercado – é um índice amplamente utilizado nos reajustes dos contratos de aluguéis e de energia elétrica, calculado e divulgado pela FGV. Ele é composto por outros índices, que são o IPA, o IPC e o INCC.

  Esse tipo de notícia mostra de forma contundente que qualquer índice de inflação é uma média geral englobando uma determinada cesta de bens e serviços de um determinado público-alvo em um determinado período. Portanto, cada indivíduo e cada família tem o seu próprio índice de inflação no período, podendo divergir em muito da média divulgada dependendo da cesta consumida.          

   A principal função de uma carteira de investimentos é preservar o poder de compra do indivíduo ao longo do tempo e nem sempre uma carteira conservadora composta majoritariamente por títulos atrelados à inflação conseguirá cumprir essa missão. Portanto, por mais conservador que você seja, aloque parte da sua carteira de investimentos em ativos de renda variável, como ações e fundos imobiliários. Nem que seja pouco. No longo prazo, o seu dinheiro agradece!      


Abraços,

Seja Independente

sábado, 5 de setembro de 2020

Mais um feriado da independência... Ops... Independência!?!?

 

Proclamação da Independência do Brasil


Olá pessoal,

 

  E lá vamos nós para mais um feriado da independência, viajar com a família e aproveitar para relaxar um pouco, afinal, ninguém é de ferro não é mesmo? Mas você já parou para se perguntar se a realidade do nosso país é condizente com a de um país que se tornou independente politicamente? No meu ponto de vista, o Brasil continua sendo uma colônia de exploração, onde a monarquia portuguesa deu lugar a uma elite político-econômica que escraviza a nossa população pagadora de impostos há mais de um século, e vem se perpetuando no poder desde então, renovando os seus personagens e aprimorando as ferramentas da Matrix que nos aprisiona. 




  Vamos fazer uma breve retrospectiva histórica do nosso país desde a independência para que assim vocês possam entender o meu ponto de vista. Na época do Brasil Império, tivemos dois imperadores, Dom Pedro I e o seu herdeiro do trono Dom Pedro II, que governou o país por décadas. Ambos foram verdadeiros ditadores (lembra-se do Poder Moderador?). Na época da República Velha, os dois primeiros presidentes foram os Marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto (Marechal de Ferro), ambos verdadeiros ditadores também. Após eleições em 1894, sucederam-se na presidência da República membros das oligarquias regionais do Sudeste cafeeiro e de outras regiões, onde os mesmos, com o apoio dos coronéis locais, exerciam a sua influência política através do voto de cabresto. De Prudente de Morais a Washington Luís houve uma centralização excessiva de poder político-econômico. Após a Revolução de 1930, que pôs fim à República Velha, chega ao poder Getúlio Vargas, um dos maiores ditadores que esse país já teve, governando o país em dois períodos distintos: de 1930 a 1945 e de 1951 a 1954, ano em que se suicidou. Depois dele Juscelino Kubitschek governou de 1956 a 1961, construindo Brasília e endividando ainda mais o povo brasileiro. Após os governos centralizadores de Jânio Quadros e João Goulart, é instaurada a Ditadura Militar, que durou 21 anos e prendeu, matou e exilou diversos opositores. Após a redemocratização em 1985, tivemos governos centralizadores balizados pela Constituição “Cidadã” de 1988, com direito a dois presidentes afastados através do processo de impeachment e um ex-presidente preso. Tragicômico!  


Proclamação da República Federativa do Brasil

   

  Percebam que durante toda a nossa história houveram diversas rupturas políticas e um modelo de Estado centralizador, tornando-se um ambiente altamente hostil ao capital privado e ao desenvolvimento econômico. As raízes do nosso atraso econômico não diferem muito das raízes de outros países emergentes, com a diferença que o Brasil é um país continental, cheio de riquezas naturais e de pessoas trabalhadoras. O que não dá para tolerar é ainda termos uma população grande de pessoas abaixo da linha da pobreza, semianalfabetas (sabem escrever apenas o nome), morando em barracos sem saneamento básico (problema resolvido pelos países desenvolvidos ainda no século XIX), enquanto a classe política mancomunada com piratas privados (Guedes, Paulo) e toda uma extensa corte de “amigos do rei” se refestelam todo ano com supersalários e regalias, ao ponto deles terem que fazer reformas previdenciária, administrativa, orçamentária (pacto federativo) e tributária, para que o sistema continue funcionando, assim como um carrapato que precisa continuar sugando o sangue de um pobre animal.         

   É como disse certa vez o economista Ricardo Amorim: “Há 197 anos, o Brasil se tornava independente de Portugal. Deixamos de ser colônia para sermos explorados por uma cleptocracia local. Portugal cobrava o Quinto. Hoje, o Estado fica com 2 Quintos de tudo que produzimos. A maior parte vai para os que se apropriam do Estado”. Cleptocracia significa sistema de governo que se baseia na prática da corrupção, da apropriação ilegal do capital financeiro de um país, em benefício próprio (fonte). Acredito que já passou muito da hora do brasileiro trabalhador e de bom caráter decidir qual é o tipo de país que ele quer deixar para os seus filhos, netos, bisnetos, etc. Como eu já falei em vários artigos aqui no blog, um país é formado por pessoas e cultura. Muitos querem que o país mude, que a sua vida mude, mas poucos se propõem a mudar!      

      

Abraços,

Seja Independente

quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Simplifique a sua vida!

 



Olá pessoal,

 

  Muitos de vocês devem estar achando o título deste artigo estranho, afinal você pode simplificar a vida de várias maneiras. Mas como esse blog trata de finanças e economia, vou discorrer sobre a simplificação patrimonial e financeira que, podem ter certeza, impacta de maneira relevante a sua vida.              

   Vocês já se perguntaram por qual motivo todos os educadores financeiros, assim como eu, recomendam investir através da bolsa de valores para formar patrimônio? Não sabem? A resposta se resume a uma única palavra: liquidez. Quando você investe em ações de empresas sólidas, cotas de fundos imobiliários e cotas de ETF’s e/ou fundos de investimentos, você consegue rentabilizar o seu patrimônio e ao mesmo tempo consegue resgata-los para formar caixa quando bem entender, ou seja, tem liquidez. Dependendo do ativo específico em que você investe, você pode convertê-lo em dinheiro em questão de dias, sem correr um risco de liquidez muito alto, ou seja, sem correr o risco de vender por um preço bem abaixo do preço de aquisição (prejuízo).  

  E em relação ao imposto de renda na venda com ganho de capital? No caso das ações, se você vender até R$20 MIL num determinado mês, você não precisa recolher o imposto de renda incidente sobre o ganho de capital. Se você vender acima desse limite, recolhe 15%. No caso dos fundos imobiliários, independente do valor você recolhe 20% de imposto de renda incidente sobre o ganho de capital. No caso dos ETF’s, independente do valor você recolhe 15% de imposto de renda incidente sobre o ganho de capital. No caso dos fundos de investimentos, vai depender do tipo de fundo. Se for de renda fixa, multimercado ou cambial, recolhe o imposto de renda sobre o rendimento de acordo com uma tabela regressiva conforme modelo abaixo. Se for de ações, recolhe 15% sobre o rendimento independente do prazo de aplicação. Mas não se preocupe, o próprio gestor do fundo recolhe na fonte esse imposto de renda e credita o valor do resgate já descontando o imposto.



   Qual é o grande problema de investir apenas em imóveis físicos, que é a forma mais tradicional de investir dos brasileiros? Risco de liquidez muito alto, ou em bom português, falta de liquidez. E para piorar a situação, muitos brasileiros investem de forma alavancada, ou seja, financiando os imóveis. A bolha do subprime nos EUA em 2008 foi causada por essas alavancagens (assistam o filme A Grande Aposta no Netflix). Mas não se iludam: o risco de uma bolha como essa acontecer no nosso país é ínfimo, haja vista termos um gigantesco déficit habitacional (fonte), ou seja, temos uma demanda muito grande. Mas voltando ao assunto, quando você investe em imóveis com financiamento, além de pagar juros exorbitantes para o banco, você ainda corre o risco de ter que vender com prejuízo, caso você precise de dinheiro imediatamente, mas não tenha nenhuma reserva de emergência. O seu prejuízo é dobrado! Além da falta de liquidez, some-se o fato de que as despesas são muito altas no caso de vacância do imóvel. Podemos destacar a taxa condominial, o IPTU e todas as despesas correlatas à manutenção do imóvel. Tudo isso gera uma dor de cabeça muito grande. Mesmo que você seja rico e tenha capital suficiente para formatar uma holding imobiliária, procure diversificar uma parte do seu capital total na bolsa de valores através dos fundos imobiliários, caso você goste muito dessa classe de ativos (imóveis). Esses fundos investem em imóveis dos mais diversos segmentos, localizados em regiões altamente valorizadas e administrados por empresas especializadas, que por sua vez cobram uma taxa de administração dos seus cotistas.

  Simplifique a sua vida se livrando de problemas decorrentes de más decisões de investimento. Procure investir em algo que lhe dê rentabilidade e um mínimo de liquidez. Como diz um ditado: “não procure sarna para se coçar”. Nenhuma modalidade de investimento precisa lhe dar dor de cabeça para rentabilizar o seu patrimônio. Investimento existe para que você possa desfrutar das coisas mais importantes da sua vida. Pensem nisso!    

      

Abraços,

Seja Independente