Olá
pessoal,
Hoje falarei sobre uma regra que não se
aplica apenas ao mundo dos investimentos, mas também ao mundo dos negócios de
um modo geral. Mas muitas pessoas ainda não conseguem notar a importância dela
na prática. Quanto mais um investimento ou um negócio, “no papel”, é rentável,
mais risco estará embutido em seu bojo. Na prática as circunstâncias sempre
interferem nos resultados projetados na concepção do negócio.
Eu noto mais essa indiferença em relação ao
risco no mundo dos negócios do que no mundo dos investimentos. E acredito que
isso acontece devido à falta de educação financeira de muitos empreendedores
brasileiros. Muitos empreendedores, até mesmo os mais experientes, se baseiam única
e exclusivamente em suas experiências passadas e nas experiências positivas de
empreendedores bem-sucedidos, achando que eles também terão os mesmos
resultados, bastando para isso muito trabalho e muita obstinação. Mas eles se
esquecem sempre de pesquisar sobre os empreendedores que falharam e “não ficaram
vivos para a contar história”, e podem acreditar, esse cemitério é muito maior
do que o grupo de sobreviventes que alcançaram o sucesso. É o que chamamos no
mundo dos investimentos de heurística de confirmação, que é a tendência
de se lembrar, interpretar ou pesquisar por informações de maneira a confirmar
crenças iniciais. As pessoas demonstram essa tendência ou viés quando reúnem ou
se lembram de informações de forma seletiva, ou quando as interpretam de forma
tendenciosa (fonte).
É por causa desse tipo de comportamento
humano que muitos empreendedores continuam persistindo no erro até irem à
falência. Eles pensam da seguinte forma: “se fulano da empresa x e sicrano da
empresa y conseguiram, por que eu não posso conseguir?”. Mas se esquecem de que
cada indivíduo tem um certo nível de competência, tem experiências passadas
naquela determinada área e as vezes tem uma combinação de fatores externos a favor
e que não necessariamente o mesmo resultado será alcançado por ele. Também se
esquecem de que no caso particular do empreendedor brasileiro, todo cuidado
deve ser redobrado, haja vista a insegurança jurídica latente que existe em
nosso país.
É como diz aquele velho mantra: “riscos não devem
ser evitados, mas sim administrados”. Todas as variáveis internas e externas
devem ser levadas em consideração na concepção de uma estratégia de
investimentos ou de negócios. Se por experiência própria um empreendedor
verifica que aquele determinado modelo de negócio é por demais arriscado, ele
deve substituir esse modelo por outro que seja menos arriscado. Isso se chama
gerenciamento de risco. Outra medida cautelar que o empreendedor deve adotar,
que inclusive já falei em outros artigos aqui do blog (ver
aqui) e (ver
aqui), é a de não reinvestir 100% dos lucros na empresa, mas reservar uma
parte para reservas de emergências, tanto na pessoa física como na pessoa
jurídica, e para a montagem de uma pequena carteira previdenciária.
Para entender um pouco mais sobre a
heurística ou viés de confirmação e outros vieses cognitivos que acometem a
espécie humana, recomendo a leitura do livro Rápido e Devagar, do autor Daniel
Kahneman, ganhador do prêmio Nobel de Economia. Inclusive já falei sobre esse
livro em outro artigo do blog (ver
aqui). Boa leitura!
Abraços,
Seja
Independente
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