quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Taxa Selic a 2% a.a. até quando?

 



Olá pessoal,

 

  Hoje eu falarei um pouco a respeito da manutenção da Taxa Selic a 2% a.a. por parte do Comitê de Política Monetária (COPOM), órgão integrante do Banco Central do Brasil (BACEN). Ela vem sendo mantida nesse patamar desde o início de Agosto. Mas a mídia especializada já especula uma subida em breve, provavelmente nas últimas reuniões do Comitê em 2020 ou nas primeiras em 2021. Vou mostrar para vocês a vida difícil que o BACEN terá daqui para frente para determinar o patamar da nossa taxa básica de juros.                

  Muitos de vocês que já investem e acompanham o noticiário econômico sabem que a rentabilidade real dos títulos de renda fixa indexados à Selic e ao CDI (para entender mais a respeito, adquira o meu e-book Aprenda a Investir e SEJA INDEPENDENTE, disponível somente na Amazon) está negativa, ou seja, a taxa contratada é menor do que a taxa de inflação oficial (IPCA). E está mais negativa ainda se levarmos em consideração outros índices de inflação, como o IGP-M. O Governo está adotando uma política monetária expansionista, baixando os juros para estimular indivíduos e empresas a tomarem empréstimos para tocar negócios, investir em renda variável, consumir mais, enfim, fazer a economia girar mais rápido, gerando mais emprego e renda para a população. Em contrapartida, na medida em que o Governo baixa a taxa básica de juros, ela deixa de pagar mais juros no serviço da dívida dela, a chamada Dívida Pública. Com menos juros da dívida sendo pagos, sobra mais dinheiro no Orçamento Público para investir em outras áreas de interesse social, como educação, saúde e segurança. Resumindo, todos saem ganhando.

  O problema meus amigos, é que com a pandemia da Covid-19, a coisa degringolou de vez. Para enfrentar os efeitos adversos da pandemia, o Governo instituiu o orçamento de guerra, aumentando substancialmente os gastos públicos (na casa das centenas de bilhões de reais). A relação (Dívida Pública Bruta/PIB) já se aproxima da casa dos 100%, comprometendo a capacidade de pagamento do serviço (juros) da Dívida Pública (que já era alta antes da pandemia) no curtíssimo prazo. Para o Governo não ter que dar calote nos seus credores, terá que imprimir mais dinheiro. Esse mecanismo já se provou insustentável no passado. Com mais impressão de dinheiro, maior tende a ser a inflação, obrigando o BACEN a aumentar a taxa básica de juros de forma desenfreada.

  Diferentemente do que alguns ainda acreditam, eu não acredito que as reformas terão a capacidade de melhorar o cenário econômico e deixar a Taxa Selic ancorada nesse patamar mínimo histórico de 2% a.a., pelo menos no curto prazo (1 ano). Os efeitos advindos das reformas aparecem apenas no médio e longo prazo, e as obrigações do Governo são para agora no início de 2021 (fonte). O Governo terá que tirar dinheiro de alguma fonte de recursos para quitar essas dívidas. Caso contrário, voltaremos a ver fantasmas do passado, inclusive a Taxa Selic em patamares estratosféricos.     



Abraços,

Seja Independente 

 

 


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