quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Governança Corporativa

 



Olá pessoal,

 

  Hoje eu falarei sobre um assunto de extrema relevância no mundo dos investimentos, a Governança Corporativa. Vou explicar a importância da Governança nas empresas e, consequentemente, para o mercado de capitais. Sem ela, as bolsas de valores se tornariam um ambiente hostil aos investidores individuais, restringindo o acesso às empresas listadas aos investidores de grande porte.                       

  Mas afinal, o que vem a ser Governança Corporativa? Governança Corporativa é o conjunto de processos, costumes, políticas e regulamentos que regulam a maneira como uma empresa será dirigida. Ela tem como objetivos dar proteção aos investidores, trazer maior transparência ao mercado, atrair mais investidores e desenvolver o mercado de capitais. Na Bolsa de Valores de São Paulo [B³], as empresas listadas são classificadas em 3 níveis de Governança: Nível 1, Nível 2 e Novo Mercado. As empresas do Novo Mercado, nível mais alto de Governança, devem ter 100% de ações ordinárias, que são aquelas que dão direito a voto na Assembleia de Acionistas, e um Tag Along de 100% para essas ações.    

  Na prática, a Governança Corporativa visa eliminar os conflitos de interesses entre os acionistas da companhia e os seus presidentes, executivos e diretores, enfim, todo o topo da cadeia de comando da companhia. Enquanto os acionistas desejam o crescimento e a consequente geração de valor no longo prazo, o alto escalão corporativo deseja uma remuneração anual cada vez maior, incluindo todos os penduricalhos, como participações nos lucros, bonificações, benefícios e auxílios com diárias, alimentação, transporte, etc. Portanto, a Governança Corporativa visa alinhar os objetivos de todos os stakeholders envolvidos.      

  Infelizmente, devido ao fato do Brasil ainda ser um país subdesenvolvido com um “capitalismo de Estado”, onde impera a cultura do compadrio, ou seja, os acionistas majoritários das companhias listadas na Bolsa formam alianças com lideranças políticas (existem exceções obviamente) para obter favores palacianos e, sendo assim, aumentar o poder de influência da companhia nas regulações do mercado em que ela atua, favorecendo a criação de monopólios e oligopólios. Nem mesmo empresas de grande porte e empresas listadas no segmento Novo Mercado estão a salvo de práticas escusas por parte de seus acionistas fundadores e/ou dirigentes, vide os casos da Petrobras (petrolão), JBS (Joesley Day) e Qualicorp (José Serra). Além disso, some-se o fato de que a bolsa brasileira tem um número bastante reduzido de companhias listadas comparado ao de outras bolsas ao redor do mundo. Isso favorece uma assimetria de informações muito grande, prejudicando muito o acionista individual minoritário.      

  A Governança Corporativa visa justamente combater as falhas do sistema, ou melhor dizendo, do “Mecanismo” (já assistiram no Netflix?). É como se fosse uma espécie de selador de vedação para que eventuais furos no casco não permitam o vazamento da água do oceano para dentro do navio. Se o selador for mal aplicado, a água do oceano irá vazar para o interior do navio, fazendo-o naufragar. A mesma coisa acontece numa companhia, com a diferença de que ao invés dos tripulantes a bordo morrerem afogados, eles são demitidos, presos, investigados e ficam com a reputação abalada.

  Apesar dos casos ocorridos citados anteriormente, a [B³] tem avançado muito no quesito governança e nós devemos continuar confiando nas companhias listadas para que assim elas possam expandir os seus negócios e alavancar o crescimento do Brasil. Não existe no mundo nenhum país desenvolvido sem uma bolsa de valores pujante. Se você decidiu investir o seu dinheiro na bolsa, dê um voto de confiança às empresas. O país e o seu patrimônio agradecem!        

       

Abraços,

Seja Independente 


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