sábado, 25 de maio de 2019

Não superestime as suas competências!


Olá pessoal,

  Hoje irei escrever quase que uma autocrítica sobre a minha conduta como investidor e que vale como uma dica preciosa para todos os investidores iniciantes como eu. É essencial não apenas reconhecer o seu círculo de competência, mas também não superestimá-lo. Vou explicar com maiores detalhes essa dica. O que quer dizer exatamente círculo de competência? É o nível de competência que você possui para exercer determinadas profissões, funções, atividades, hobbies e afins. É de suma importância que o indivíduo tenha a humildade para reconhecer as limitações de suas competências e agir como tal. Caso contrário, sofrerá as graves consequências de uma má conduta fora do seu círculo de competência.



  No meu caso em particular, o que foi que aconteceu? No início da minha formação de carteira, deixei a empolgação, a ansiedade e a ganância tomarem conta da minha conduta e me expus demais às ações, sem uma diversificação adequada em outras classes de ativos. Após analisar algumas empresas, achei que tivesse a mesma capacidade de análise dos melhores analistas do país e, sendo assim, investi somas relevantes em algumas ações, achando que estava fazendo um ótimo negócio, mas sem enxergar os riscos. Ora, se até mesmo para os melhores analistas ainda é difícil, avalie para os amadores. Já assisti vários vídeos no youtube de educadores financeiros, alguns analistas profissionais, outros não (apenas entendidos no assunto), sobre alguns ativos polêmicos, como é o caso da Cielo, onde cada um tinha a sua opinião a respeito. Uns alegavam que a Cielo tinha perdido os seus fundamentos (a maioria), e outros não. Percebam que até para quem é profissional mesmo e entende do assunto há vários anos é difícil ter um entendimento pacífico, sem ressalvas, sem entrelinhas, sem detalhes, sem vieses.



  É importante lembrar aos colegas que por mais que vários livros tenham sido lidos e recursos financeiros tenham sido recebidos para aportar, o mais importante é estudar e ir começando aos poucos, investindo mais em renda fixa com liquidez (tesouro Selic), em algumas ações no mercado FRACIONÁRIO e em pequenas cotas de fundos imobiliários. À medida que o tempo de estudo for aumentando e a bagagem de conhecimento for crescendo, é hora de aprender a balancear/calibrar a carteira, investindo mais em alguns ativos e menos em outros. Mas ainda assim com muita parcimônia, investindo recursos miúdos. Também aconselho a se preocupar mais em formar uma reserva de emergência nessa fase, principalmente para quem pretende ter filhos, mas ainda não tem.
  Enfim, estou tendo algumas dificuldades agora para calibrar a minha carteira. Nada que seja grave, mas que requer um pouco mais de cuidado. Como eu disse antes, esse artigo serve como uma autocrítica e também como uma dica valiosa para aqueles que estão começando a investir. O mais importante é nunca deixar de aprender, reconhecer os erros e aprender com eles e continuar levando consigo todas as lições aprendidas ao longo do caminho.

Grande abraço a todos,
Seja Independente


quarta-feira, 1 de maio de 2019

Reforma desidratada e a diversificação!

Olá pessoal,

  Hoje irei escrever com base numa matéria publicada hoje no site Infomoney (ver aqui), onde o deputado Paulinho da Força, líder da Força Sindical, afirma o seguinte: “O que estamos discutindo dentro do Centrão é que precisamos fazer uma reforma que não garanta a reeleição de Bolsonaro”. Particularmente eu acho surreal ler uma notícia dessas em pleno Feriado do Trabalhador, que é o que mais sofre com esse atraso da Reforma. É estarrecedor e uma prova incontestável de que historicamente no nosso país, a classe política sempre se preocupou em 1ª lugar com o poder e não com o povo. Quem lê os meus artigos vai entender que essa notícia corrobora tudo o que eu vinha falando em outros artigos sobre o futuro do Brasil, como “Analisar os fundamentos da economia é muito importante!” e “Não sejamos otimistas demais!”.

Deputado Paulinho da Força

  Para quem acompanha a política brasileira, assim como eu, sabe perfeitamente que o grupo partidário chamado “Centrão” tem extrema relevância para a Reforma da Previdência, pois é um grupo que conta com vários partidos, tendo a maior quantidade de parlamentares dentro do Congresso Nacional. Portanto, se esse grupo resolver adotar essa ideia de desidratar a Reforma a fim de inviabilizar uma eventual reeleição de Bolsonaro ou algum outro candidato ligado a ele, eles vão conseguir. E quem vai perder com isso é o povo brasileiro. Porque na verdade o que eles, parlamentares, estarão fazendo, é adiar por mais alguns anos a derrocada da economia brasileira ou como diz o Ministro Paulo Guedes, adiando a queda do avião com todos a bordo, inclusive com as futuras gerações. Essa Reforma já deveria ter sido feita há vários anos atrás, é tanto que os ex-presidentes petistas Lula e Dilma afirmaram durante os seus respectivos mandatos que seria necessária uma Reforma da Previdência. Pois é, logo eles!
  Diante de tal risco iminente batendo à nossa porta, é necessário que os investidores apertem os cintos e já comecem a calibrar as suas carteiras diversificando em vários ativos diferentes, como eu tenho dito nos artigos anteriores. Os fundos imobiliários, a meu ver, são a principal alternativa para diversificar a carteira de renda variável para quem está começando, pois são menos arriscados e distribuem rendimentos mensalmente, permitindo ao investidor reinvestir nos fundos de forma mais frequente. Não é de se espantar que o brasileiro, historicamente, sempre investiu em imóveis físicos, pois não são ativos arriscados como as ações e na maioria das vezes se valorizam no longo prazo, sem contar a opção de aluga-los para auferir rendimentos mensais. Portanto, sempre foram um porto seguro para os brasileiros que nunca tiveram familiaridade com a Bolsa de Valores e ao mesmo tempo sabiam que nunca poderiam confiar numa estabilidade político-econômica brasileira. Existe ainda uma outra alternativa de diversificação, mas não para aumentar patrimônio e sim para proteger a carteira, que são os fundos cambiais. São ativos muito voláteis e devem ser usados apenas para se proteger de uma eventual crise nacional gigantesca. Esses fundos são como uma reserva de valor local e por isso não devem compor mais do que 1% do valor total da carteira. No caso da renda fixa, mais precisamente os títulos públicos, não há garantia nenhuma de que eles trarão retorno para o investidor em uma eventual derrocada total da economia brasileira, como a que nós vimos na década de 80 e início de 90. Eles têm como funções diminuir o risco sistêmico da carteira e constituir reserva de emergência. Mas não podem proteger o investidor de uma inflação galopante, ou seja, não podem garantir o poder de compra do investidor nesse caso.
  Portanto, meus nobres colegas, não se empolguem tanto com esse novo governo liberal e conservador. O Executivo não governa sozinho e mesmo que governasse não conseguiria arrumar a casa em apenas quatro anos. Não esperem que haja uma mudança abrupta na economia nacional e a bolsa se valorize exponencialmente em tão pouco tempo. A mudança é lenta e gradual. Enquanto isso, vamos estudando muito e lendo sobre vários assuntos concernentes aos investimentos todo dia, para que possamos obter êxito no final dessa maratona, olhar para trás e dizer: “valeu a pena”.

Grande abraço a todos,
Seja Independente