sábado, 17 de agosto de 2019

Diversificação e descorrelação de ativos!


Olá pessoal,
                                                                                                                                                        
  Hoje irei escrever novamente uma autocrítica sobre a minha conduta como investidor, assim como fiz no artigo “Não superestime as suas competências!”, publicado em maio deste ano. Mas desta vez a autocrítica se relaciona a erros menos graves. Trata-se da diversificação com a melhor alocação possível de ativos descorrelacionados. Vou explicar do que se trata essa descorrelação. Existem dois tipos de risco em qualquer carteira de investimentos: o risco sistemático e o risco não sistemático ou específico. O primeiro se refere aquele risco que impacta toda a sua carteira indistintamente, como por exemplo, uma crise financeira mundial, as eleições de um presidente que não agrada os mercados, etc. Já o segundo se refere a um risco que impacta especificamente uma empresa ou um subsetor da economia, como por exemplo, uma empresa envolvida em caso de corrupção ou a regulação de um subsetor que interfere diretamente em seus preços praticados no mercado.




  No meu caso em particular, o que foi que aconteceu? No início da minha formação de carteira, procurei dar preferência somente a ações de empresas de um mesmo subsetor dentro daqueles setores resilientes ou como costumam falar, “blindados” contra crises econômicas, ou anticíclicos, como são o caso dos setores financeiro, elétrico, saúde e educação. Para ser mais específico, eu tinha em minha carteira dois bancos, duas seguradoras, duas geradoras de energia elétrica, duas administradoras de plano de saúde e duas educacionais. É como se eu tivesse investindo nas concorrentes do mesmo subsetor para ver no que dava, sem ter ideia do risco que estava correndo. Uma regulação forte em qualquer subsetor pode impactar profundamente os fundamentos econômicos das empresas inseridas nele. Vimos o caso do setor elétrico, quando a ex-presidente Dilma Roussef interferiu diretamente nos preços das concessionárias de energia elétrica, apesar de ter sido uma regulação temporária. Também estamos vendo uma mudança mercadológica no setor bancário, onde os grandes bancos estão sendo ameaçados pelas corretoras de valores mobiliários, como é o caso da XP Investimentos, que por sinal já foi adquirida pelo Banco Itaú (sinal de alerta ligado), como também estão sendo ameaçados pelos bancos digitais, como são os casos dos bancos Nubank, Inter, Neon, Original, C6 Bank e vários outros que surgem como batata brotando da terra. Querem ver outro caso? O setor educacional, que até eclodir a maior crise econômica da história do Brasil, recebia o incentivo do FIES, programa de financiamento estudantil para estudantes de baixa renda, impactando positivamente o faturamento das empresas educacionais. Com o corte do FIES após a crise, essas empresas perderam muito faturamento e estão tendo que se reinventar para crescer.
  Enfim, ainda surgirão muitos exemplos de riscos para os setores da economia, no Brasil e no exterior, ainda mais nesse início do século 21 onde mudanças disruptivas surgem diariamente. Daí a importância de se diversificar com sabedoria, investindo em ativos descorrelacionados. Como eu tinha dito no final do artigo publicado em maio, esse artigo serve como uma dica valiosa para aqueles que estão começando a investir. E o mais importante é nunca deixar de aprender, reconhecer os erros e fazer as devidas correções ao longo do caminho. Não desanime com os erros, por mais prejuízo que você tenha com eles, porque são eles que irão catapultar o seu sucesso, se você extrair as devidas lições decorrentes de cada um deles. A estrada é tortuosa e dolorosa, mas a recompensa sempre chega para quem acredita!
 
Abraços,
Seja Independente