Olá pessoal,
Hoje eu vou abordar um assunto muito importante para os investidores,
que são os fundos de investimento. Existe atualmente uma variedade muito grande
de fundos de investimento, inclusive alguns são desconhecidos pela maioria dos
investidores, que são aqueles fundos destinados aos investidores qualificados e
profissionais. Vou explicar neste artigo as características de cada classe de
fundos e as suas desvantagens, e os cuidados que todo investidor deve ter ao
selecionar os fundos para a sua carteira.
Primeiramente, vamos falar sobre as principais classes de fundos de
investimentos regulamentadas pela CVM, aquelas que são mais acessíveis para o
público investidor em geral. Existem os fundos de renda fixa, os fundos de
ações, os fundos multimercados e os fundos cambiais. Algumas delas têm as suas
subclassificações. Por exemplo, dentro da classe de renda fixa, existem os
fundos Referenciados, os fundos de Curto Prazo, os fundos de Longo Prazo, os
fundos Simples e os fundos de Dívida Externa (veja
aqui). Dentro da classe de ações, existem os fundos BDR Nível 1 e os fundos
Mercado de Acesso (veja
aqui). Já os fundos multimercados e os fundos cambiais não possuem
subclassificações. Todos esses fundos de investimento são, via de regra,
abertos, o que significa dizer que eles podem ter as suas cotas resgatadas pelo
cotista depois de um prazo de carência. Mas existem outros fundos de
investimentos regulamentados pela CVM que são fechados, ou seja, as suas cotas
não podem ser resgatadas a qualquer momento, apenas nos casos de encerramento
do fundo ou venda das cotas no mercado secundário. Dentre eles, os mais
conhecidos são os fundos de investimentos imobiliários, cuja aquisição das
cotas é realizada da mesma forma das ações, pelo home broker (veja
aqui).
Agora vamos falar sobre as desvantagens dos fundos de investimentos. Uma
desvantagem que é comum a todos eles, com a exceção dos fundos de ações, dos
fundos imobiliários, dos fundos de previdência privada e dos fundos de
debêntures incentivadas, é o imposto de renda come-cotas. O que seria
esse “come-cotas”? É uma antecipação do recolhimento do imposto de renda que
ocorre a cada seis meses, no último dia de maio e no último dia de novembro. Esse
nome vem justamente do fato desse imposto deduzir as cotas que os cotistas têm
no fundo, ao invés de reduzir o valor da cota. Esse IR incide sobre os
rendimentos do fundo e não sobre o valor total aplicado. Dito isso, é muito
importante para o investidor que gosta de investir através de fundos atentar
para esse detalhe. Mas a decisão de aportar nesses fundos vai depender principalmente
dos objetivos a serem alcançados. Por exemplo, um investidor pretende morar no
exterior definitivamente daqui a alguns anos e decide investir num fundo
cambial para não perder poder de compra nos primeiros meses no exterior. Mesmo
com esse custo antecipado, o investidor terá as suas necessidades atendidas de
forma segura. Outra desvantagem inerente a todos os fundos, sem exceção, é a majoração
das taxas de administração dos fundos ao longo do prazo de duração deles. Essa
taxa é a remuneração do administrador do fundo e de toda a sua equipe,
inclusive do gestor que gerencia o portfólio de ativos do fundo. Em alguns
casos, é plausível majorar essa taxa após vários anos de boa gestão e entrega
de rentabilidade acima da média do mercado. Lembrando que essa majoração só
pode ser efetivada após autorização dos cotistas em Assembleia Geral
Extraordinária de Cotistas. Mas em vários outros casos não se justifica a majoração
da taxa. Na Assembleia, os cotistas são convencidos a aceitarem essa majoração,
sem uma justificativa razoável, corroendo a rentabilidade do fundo ao longo do
prazo de duração dele.
Imposto de renda come-cotas |
Existem outras desvantagens em relação aos fundos de investimentos, mas
me ative apenas aos que considero como mais importantes, para o artigo não
ficar muito extenso. Por essas e outras razões que eu invisto apenas em fundos
imobiliários e ETF (Exchange Traded Fund), pois são fundos que no meu ponto de
vista apresentam mais vantagens do que desvantagens. Os fundos imobiliários não
sofrem incidência de IR come-cotas, pagam rendimentos mensais isentos de
imposto de renda e costumam gerar valor ao longo do tempo (são ativos de renda
variável). Já os ETF são excelente instrumento de diversificação, já que são atrelados
a um determinado índice e costumam ter baixa taxa de administração. Lembrando aqui
que não estou recomendando nenhum tipo de investimento. Cabe ao investidor
tomar todos os cuidados antes de investir em um determinado fundo: ler o
regulamento e o prospecto do fundo para tomar ciência dos riscos inerentes a
ele, entender a política de investimento do fundo e saber se a mesma se encaixa
com os seus objetivos, conhecer quem são o administrador e o gestor do fundo,
saber a quantidade de cotistas e o valor do patrimônio líquido do fundo, etc.
Os fundos de investimento geralmente são os primeiros investimentos
realizados pelos investidores iniciantes. Mas é necessário entender como eles funcionam
antes de decidir se investe ou não investe. Caso o futuro cotista não tenha
interesse em se tornar um verdadeiro investidor e não tenha tempo para estudar
um pouco a respeito, é interessante contratar um profissional habilitado para
assessorá-lo nesses momentos. É um custo que se paga. Afinal, com o nosso
dinheiro suado não dá para brincar, não é mesmo?
Abraços,
Seja Independente
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