quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Certificado de Operações Estruturadas (COE)

 



Olá pessoal,

 

  Acredito que vocês já devem ter ouvido falar nessa sigla, não é mesmo? COE significa Certificado de Operações Estruturadas. Esse produto financeiro já é distribuído por bancos e corretoras há alguns anos no Brasil. Uma parte dos investidores que aplicam nesse tipo de produto podem se sentir satisfeitos, é verdade. Mas há controvérsias. Vou explicar.          

  Afinal, no que consiste o COE? O COE é um produto financeiro que consiste em mesclar ativos de renda fixa e ativos de renda variável em um pacote. É um produto semelhante aos fundos de investimentos, mas com algumas diferenças. Eles possuem uma data de vencimento para resgate, um valor mínimo de investimento, um indexador e apresenta ao investidor uma série de cenários diferentes de ganhos e perdas. Eles se dividem em 2 tipos: COE de valor nominal protegido, onde os investidores têm a garantia de que receberão de volta no mínimo o valor que investiu inicialmente (mas sem correção pela inflação), mesmo que os ativos de referência do produto tenham um desempenho negativo. Ideal para quem tem aversão à perda. E COE de valor nominal em risco, onde não há nenhuma garantia de devolução do valor investido inicialmente. Ideal para quem tem o perfil agressivo.

  Porém, um estudo de pesquisadores da FGV mostrou que a esmagadora maioria dos COEs vendidos a investidores de varejo tinham retorno esperado abaixo da chamada taxa livre de risco (representada pela Taxa Selic). Para entender melhor a respeito, leia essa matéria da Voce SA. Nessa matéria, eles explicam que as lâminas informativas do COE até dizem quais são os cenários de ganho e perda esperados. Mas não diz qual é a probabilidade de que determinado cenário se concretize. Outra desvantagem é a falta de liquidez desse produto. Alguns COEs chegam a ter um prazo de carência para resgate de 5 anos. Se o investidor quiser resgatar antes do prazo, poderá arcar com um prejuízo enorme. Outra desvantagem apontada pelo estudo é a de que nos COEs mais rentáveis, o risco de perda é tão grande que seria melhor investir na bolsa seguindo o índice Ibovespa. A lista de desvantagens é grande. O estudo ainda aponta que é praticamente impossível saber o quanto as instituições financeiras cobram para vender os COEs, pelo fato dessa taxa ser bem escondida na “estrutura” do produto (leia esse artigo até o final) . E uma última desvantagem do COE: a falta de cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), ou seja, caso o banco emissor venha a falir, muito provavelmente você perderá o valor investido no COE.




  Antes de investir em qualquer produto oferecido pelo seu banco, se cerque de todas as informações necessárias. Se quiser você pode contratar um consultor de valores mobiliários ou um planejador financeiro para lhe auxiliá-lo nas decisões de investimento. Muitas vezes vale a pena. Lembre-se sempre dos conflitos de interesses. Nem sempre o que é melhor para você será melhor para a instituição. E vice-versa.

  

Abraços,

Seja Independente 


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