sábado, 4 de julho de 2020

Minha proposta de reforma tributária

Olá pessoal,

  Neste artigo de hoje eu falarei sobre a reforma tributária, que segundo Guedes, está absolutamente pronta (ver aqui). Eu já falei sobre esse assunto, mais especificamente sobre a taxação de dividendos, num artigo do ano passado (ver aqui). Mas hoje eu falarei sobre qual seria a minha proposta de reforma tributária caso estivesse na linha de frente.   Como muitos devem saber e sentir isso na pele diariamente, o sistema tributário brasileiro é um dos mais complexos e injustos do mundo. Existem uma quantidade obscena de tributos previstos no código tributário e outros tributos camuflados de taxas de serviços utilizados, que são cobrados em efeito cascata, configurando diversos casos de bitributação. Para piorar a situação, os tributos indiretos incidentes sobre o consumo são os de maior alíquota e cobrados de forma equânime, do consumidor mais pobre ao consumidor mais rico, ou seja, as alíquotas se tornam regressivas, onerando muito mais o consumidor de menor renda. Se não bastasse tudo isso, o Brasil é o país no mundo onde os contribuintes mais gastam hora/trabalho para cumprir diversas obrigações tributárias acessórias (ver aqui).
  Diante desse quadro eu elaboraria a seguinte proposta: simplificaria todos os impostos incidentes sobre a renda e o patrimônio em um único imposto que incidiria somente sobre a RENDA. Esse imposto de renda incidiria somente sobre as rendas mais altas, a partir de 10 salários mínimos, e de forma progressiva, aplicando uma alíquota inicial de 20% para a faixa entre 10 e 19 salários mínimos, 25% para a faixa entre 20 e 29 salários mínimos, e assim sucessivamente, podendo essa alíquota chegar a 40% para aqueles que têm renda mensal acima de 50 salários mínimos. Para as empresas reduziria a alíquota do IRPJ (que englobaria todos os federais) para o mínimo possível e compensaria com uma alíquota maior sobre os dividendos, podendo utilizar a mesma tabela progressiva do imposto de renda pessoa física. Já em relação aos impostos incidentes sobre o consumo, eu simplificaria todos em um único imposto, chamado IVA (imposto sobre valor agregado), que seria cobrado somente na venda para o consumidor final. Esse imposto teria a menor alíquota possível, sem a concessão de subsídios e isenções. Para aqueles que têm um patrimônio líquido declarado acima de R$500 milhões, eu cobraria um imposto sobre grandes fortunas (IGF), estabelecendo uma alíquota mínima de 0,05% sobre o PL declarado.    
  Devemos reconhecer que qualquer reforma tributária que seja aprovada no Congresso Nacional não irá diminuir a carga, mas apenas simplificar o máximo possível o sistema. Atualmente o Brasil não tem condições de aliviar o peso dos tributos, pois a máquina pública ainda é gigantesca e necessita de recordes sucessivos de arrecadação nos próximos anos para não colapsar. A diminuição da máquina ainda levará muitos anos para ser realizada. Até lá os governos deveriam reformar todo o aparato estatal para proporcionar mais saúde, educação, segurança e infraestrutura para todos os contribuintes brasileiros, para que assim possamos pagar os nossos tributos sem a sensação de estar sendo roubado.


Abraços,
Seja Independente

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