Olá
pessoal,
Muitos de vocês devem estar acompanhando o
evento promovido pela XP EXPERT 2020 e devem ter assistido o painel do Ministro
da Economia Paulo Guedes, onde ele fala ao final que o nosso país é o paraíso
dos burocratas, paraíso do rentista e paraíso do contencioso (ver aqui). Vamos
explorar um pouco sobre cada um desses flagelos no nosso país.
Quando se diz que o Brasil é o paraíso dos
burocratas, não se trata de uma hipérbole. Acha que é mentira? Pois fiquem
sabendo que o Brasil amarga já há alguns anos o último lugar entre todas as
nações pesquisadas do Índice de Competitividade Global, publicado pelo Fórum
Econômico Global (fonte).
Se você contesta a credibilidade dessa ou de qualquer organização que promova
esse tipo de ranking onde o nosso país sempre amarga a última posição, tudo
bem. Existem brasileiros que sentem essa dificuldade na pele e, assim como eu,
não se surpreendem com essa triste estatística.
Quando se diz que o Brasil é o paraíso do
rentista, também não se trata de nenhum exagero. É fato que tem havido um
grande esforço por parte deste governo para reduzir a taxa básica de juros e
forçar os rentistas a saírem da zona de conforto da renda fixa e se arriscarem
um pouco mais na renda variável. Mas os grandes bancos também figuram como uns
dos maiores rentistas do país, se não forem os maiores. Desde a primeira década
do plano real, quando os juros reais médios batiam na casa dos 14% a.a., os
bancos crescem como nunca, não apenas cobrando taxas administrativas abusivas nos
seus fundos de investimentos distribuídos aos correntistas, mas também
praticando o 2º maior spread bancário do mundo (fonte).
Mesmo com a taxa Selic em 2,25% a.a., ainda vemos os bancos cobrando juros extorsivos
no cartão de crédito rotativo (303,43% a.a.) e no cheque especial (117,06%
a.a.) (fonte).
Portanto ainda somos o paraíso dos rentistas.
Quando se diz que o Brasil é o paraíso do
contencioso, aí é que não se trata mesmo de nenhum exagero. O nosso país é
campeão disparado em litígios tributários (fonte).
Um contencioso tributário equivalente a 73% do PIB nacional não representa
apenas o manicômio do nosso sistema tributário, mas também uma insegurança
jurídica geral que se estabeleceu na nossa cultura e é um inferno para quem
quer empreender.
Eu acredito que o atual governo esteja se
esforçando para extirpar essas metástases que se alastraram pelo nosso país.
Mas não depende somente deles. Depende também de um Congresso que apesar de ser
considerado reformista, sofre pressões de corporações elitistas para manter os
seus privilégios, sem contar que muitos parlamentares são oriundos dessas
corporações. Não vai ser fácil. A reforma da previdência vai ser café pequeno
perante as reformas que ainda estão por vir!
Abraços,
Seja
Independente
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