Olá pessoal,
Vocês devem ter visto o lançamento da nota de R$200,00 anunciado pelo Banco Central nesta quarta 29/07/2020. Será a primeira vez, em 18 anos, que o real ganhará uma cédula de novo valor. Esse tipo de notícia gera uma repercussão grande na nossa sociedade pelo fato de já termos sofrido muito com surtos hiperinflacionários (já trocamos de moeda 6x nos últimos 50 anos) no passado. Quem tem mais de 30 anos deve se recordar, mesmo que vagamente, de supermercados com prateleiras vazias e os preços dos produtos sendo remarcados mais de uma vez por dia. É um pesadelo que o brasileiro não quer reviver tão cedo e uma notícia como essa com certeza liga um sinal de alerta em todos nós. Mas veremos que cada caso é um caso e esse lançamento não necessariamente gerará hiperinflação no futuro. Vou explicar melhor.
Primeiramente, é necessário lembrar que em vários países desenvolvidos no mundo existem cédulas de valores mais altos, como por exemplo, a cédula de 500 euros que existia até pouco tempo atrás na Europa (fonte). Em muitos casos, o lançamento de cédulas mais “graúdas” visa atender temporariamente um aumento da demanda por dinheiro em espécie, que é exatamente o nosso caso neste momento de pandemia (fonte). Isso significa dizer que os brasileiros estão guardando dinheiro em casa para terem um pouco mais de segurança daqui para frente.
Dito isso, é necessário compreender que, apesar do Real Brasileiro (BRL) ter se desvalorizado mais de 80% desde a sua criação em 1994, esse lançamento de notas de R$200,00 não necessariamente representa um sinal de hiperinflação num futuro próximo, pois a economia ainda está muito retraída e a inflação está nos mínimos patamares históricos. Esse lançamento não representa um “dinheiro novo” ou um aumento da base monetária, mas apenas um ajuste para atender um aumento esporádico na demanda por dinheiro em espécie.
A nossa real preocupação deve ser com o aumento gradativo da base monetária caso o governo decida emitir mais títulos públicos ou imprimir dinheiro. Essa última opção não é necessariamente o que o BACEN fará ao despejar essas cédulas de “guaxinim” na base monetária, é algo maior. É o simples ato praticado por um funcionário do BACEN ao dar um comando no computador que irá inflar a base monetária de todo o sistema financeiro nacional. Imprimir mais “papel bordado” na Casa da Moeda é apenas uma consequência desse comando.
Abraços,
Seja Independente
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