domingo, 19 de julho de 2020

Servidor público precisa se preocupar com investimentos?


Olá pessoal,


  O artigo de hoje será direcionado para todos os servidores públicos que se preocupam com o seu futuro financeiro. Afinal, é realmente necessário se preocupar com isso, já que em alguns cargos a remuneração é excelente e o RPPS (Regime Próprio de Previdência Social) juntamente com a previdência complementar pode garantir o sustento na velhice? Vamos analisar cada caso.
  Para aqueles servidores mais veteranos que ingressaram no serviço público até 31/12/2003, a situação é um pouco mais tranquila, pois irão se aposentar com base na última remuneração. Já para os que ingressaram após essa data a aposentadoria será um pouco diferente, com base numa média aritmética de todos os salários de contribuição, sendo que para receber o benefício equivalente a 100% dessa média, é necessário contribuir por 40 anos, caso contrário receberá o equivalente a 60% dessa média mais 2% por cada ano que passar de 20 anos de contribuição. Já para os que ingressaram após a vigência do fundo complementar (FUNPRESP), em 2013, receberão apenas até o teto do RGPS (fonte).
  Portanto, para esses servidores que ingressaram após 2003 e após 2013, e contribuem para a FUNPRESP, é necessário compreender que eles receberão o teto do RGPS e a maior parte do benefício (caso ganhem em média bem acima desse teto) será despendida pela FUNPRESP, cuja capacidade de pagamento dependerá da competência de todos os gestores que passarem pela instituição durante uma boa parte da sua vida (da primeira contribuição até o último recebimento). Apesar do benefício da dedutibilidade na declaração do imposto de renda (leia esse artigo aqui), talvez essa previdência complementar por si só não seja suficiente para manter o seu padrão de vida na velhice, que por sinal tenderá a aumentar com despesas relacionadas à sua saúde.





  O servidor público também deve compreender que a Previdência Social atual funciona pelo regime de repartição, onde as contribuições dos servidores ativos servem para custear as aposentadorias dos servidores inativos, ou seja, os servidores ativos não levam nada concretamente para o futuro deles, pois as regras estão mudando para pior constantemente, vide a última reforma da previdência aprovada no ano passado. Devido às mudanças demográficas, não apenas no Brasil, mas em vários outros países do globo, vários países estão reformando os seus sistemas de previdência, tornando-os mais “onerosos” para os seus beneficiários, exigindo contribuições e idades mínimas (tempo de contribuição) maiores.




  Mesmo para aqueles servidores que recebem uma ótima remuneração e possuem uma série de outros benefícios, talvez seja necessário refletir um pouco mais a respeito do futuro. Imaginem vocês terem um excelente padrão de vida durante vários anos e não mais do que de repente serem acometidos por uma moléstia grave ou começarem a padecer de doenças crônicas típicas da idade avançada que exigem um tratamento médico mais caro. Imaginem a inflação dos preços cobrados pelos planos de saúde quando você já estiver velho. Imaginem o fundo de pensão da empresa estatal para a qual você trabalhou durante décadas da sua vida interromper o pagamento dos seus benefícios em virtude de malversação dos recursos. Se vocês acham que o seguro de vida do seu banco irá te socorrer nesses casos, vocês estão muito enganados. Repensem!


Abraços,
Seja Independente

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