Hoje eu vou falar sobre o ETF (Exchange Traded Funds), as suas vantagens
e desvantagens e a função que ele desempenha numa carteira de investimentos. Já
citei essa modalidade de investimento em diversos artigos do blog (ver
aqui), (ver
aqui), (ver
aqui), (ver
aqui), (ver
aqui) e (ver
aqui). Eu sei, já falei muito sobre ele nesse blog, mas nesse artigo
procurarei explorar mais o conceito dele.
Afinal, o que é um ETF? ETF é um fundo negociado em bolsa de valores e
que pode ser constituído pelas mais diferentes classes de ativos, como ações,
fundos imobiliários, títulos de renda fixa, commodities,
moedas, etc. Mas, ao contrário dos fundos tradicionais em que o investidor aplica
e resgata os recursos do fundo, no ETF você compra e vende as cotas de outro investidor
em ambiente de bolsa, da mesma forma das ações e dos fundos imobiliários. Ou
seja, a cota apenas muda de dono e os ativos que o fundo possui não precisam
ser negociados, preservando o patrimônio. Outra diferença em relação aos
fundos tradicionais é a facilidade de acesso, pois nos tradicionais
exige-se um valor mínimo para aplicação inicial que muitas vezes costuma ser
alto para a maioria dos investidores. Já no ETF o lote padrão é de 10 cotas. O
ETF IVVB11 está cotado a R$ 162,10 neste momento (fonte). Então o
valor mínimo da aplicação inicial agora seria de R$ 1.621,00 fora a corretagem
e os emolumentos da B³. O investidor pode pesquisar agora nas plataformas das
corretoras onde possui conta e que distribuem cotas de fundos tradicionais que
aplicam recursos no exterior, como a Rico e a XP, os valores mínimos exigidos
para cada aplicação para efeito de comparação. Outra vantagem do ETF é a baixa
taxa de administração, contribuindo para a formação de patrimônio do
investidor no longo prazo. O ETF IVVB11, por exemplo, tem taxa de administração
de 0,24% ao ano (fonte).
Os fundos tradicionais de mesma natureza costumam cobrar taxas de administração
bem mais altas. Outra vantagem do ETF é que eles são mais rentáveis por replicarem
um índice de uma determinada classe de ativos, ou seja, são fundos passivos
que seguem um determinado benchmarking.
Portanto, eles não tentam bater os índices de mercado através da gestão ativa
do portfólio. Existem diversos estudos que comprovam que os fundos ativos em
sua grande maioria não conseguem bater o seu índice de mercado (benchmarking) no longo prazo, pelo
contrário, perdem feio (leiam
esse livro). E por serem passivos eles também se tornam mais práticos
para o investidor, pois o mesmo não precisa ficar analisando centenas de
ações, fundos imobiliários, títulos de renda fixa etc. Essa vantagem se torna
mais evidente ao investir no exterior, pois se para selecionar ações no Brasil
já toma tempo, avalie nos EUA que é de longe a maior bolsa do mundo. A não ser
que você seja um analista ou gestor de um fundo de ações e viva apenas disso, o
que não é o caso da maioria dos investidores. No Brasil para quem gosta de
investir e tem um pouco de conhecimento é preferível investir de forma
individual, na minha opinião.
Mas como não existe almoço grátis, sempre existem as desvantagens. A
primeira delas é a tributação do ganho de capital na venda das cotas, pois o
ETF não conta com a isenção do imposto de renda nas vendas mensais de ações cujo
valor total não ultrapasse R$20.000,00. A alíquota de IR é de 15%. Mas se o
investidor analisar num contexto mais abrangente verá que essa desvantagem é
compensada pelo fato de que existe isenção de IR na compra e venda de ações
realizadas pelo gestor do ETF, já que o índice acionário muda de composição
periodicamente. No caso de uma carteira individual o investidor ao fazer
mudanças na carteira teria um custo tributário muito mais elevado. Portanto,
não é bem uma desvantagem dependendo do ponto de vista. Outra desvantagem é a
de que o investidor terá uma rentabilidade bem menor no longo prazo, já que
pelo fato do índice ser composto também por ações de péssimas empresas ele terá
uma performance bem menor do que uma carteira composta somente por ações de
boas empresas. Outra desvantagem é a de que os dividendos pagos pelas empresas
detentoras das ações que compõe o ETF não são distribuídos aos cotistas, mas
sim reinvestidos dentro do próprio ETF. Para quem deseja renda passiva única e
exclusivamente, esse talvez não seja o melhor ativo para se investir. Outra
desvantagem é a possibilidade de fechamento do ETF, interrompendo
momentaneamente o planejamento de longo prazo do investidor e podendo gerar
custos tributários adicionais.
Enfim, não recomendo o investimento integral em ETFs indistintamente,
mas apenas recomendo que o investidor considere essa modalidade de investimento
para a sua carteira previdenciária, por serem práticas, razoavelmente rentáveis
e acessíveis. No meu ponto de vista têm a função primordial de descorrelacionar
os ativos de renda variável que compõe a carteira, principalmente ao investir
no exterior (diversificação geográfica). Mas recomendo muita cautela ao
investir em mais de um ETF, pois ao investir em apenas um o investidor já
estará diversificando bastante. Investindo em vários se corre o risco de
pulverizar a sua carteira, ao invés de diversificar. Fica a dica.
Abraços,
Seja Independente
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