terça-feira, 14 de abril de 2020

O futuro do nosso país


Olá pessoal,              
                            
  Quem leu meu último artigo e leu esse artigo no ano passado aqui no blog (ver aqui) deve estar achando estranho o que eu escrevi, como se eu estivesse me contradizendo. Alguns podem estar pensando: “ano passado você estava otimista e agora está pessimista quanto ao futuro do Brasil?”. Mas eu não estou pessimista. Eu estou cético. É um pouco diferente. Vou explicar melhor o que eu quero dizer.    
  Quando você está pessimista em relação a alguma coisa, você está seguro de que o resultado não será satisfatório com base em argumentos contundentes que corroboram tal pensamento. Mas quando você está cético em relação a alguma coisa, você fica em dúvida se o resultado esperado poderá ser alcançado satisfatoriamente com base em argumentos desfavoráveis que põem em xeque os argumentos favoráveis. E é esse o meu pensamento em relação ao nosso país. Existem alguns detalhes que não esmiucei no artigo do ano passado e que podem influenciar no desempenho futuro da economia brasileira. Não sei se o caro leitor já percebeu isso, mas além de continuarmos com um desempenho econômico medíocre, no campo político não temos nenhuma perspectiva de melhora no curto prazo. E isso de certa forma trava o andamento das reformas estruturantes necessárias para o nosso crescimento econômico. Para piorar ainda mais a situação no curto prazo, essa pandemia maldita acarretará mais uma recessão econômica no nosso país. Será o terceiro ano de recessão em uma década. A nossa situação fiscal já está catastrófica com uma dívida bruta correspondente a quase 80% do PIB (ver aqui). Com as medidas anticíclicas adotadas pelo Banco Central essa relação pode chegar a 91% do PIB neste ano (ver aqui). O cenário não é nada animador. No médio prazo não temos nenhuma ideia de quem poderá ganhar a eleição presidencial, podendo acontecer a mesma coisa que aconteceu na Argentina no ano passado.   
  Mas a minha grande preocupação é em relação ao longo prazo. Além dos fatores já frisados tantas vezes nos meus artigos sobre o nosso país, como a perda do bônus demográfico e o péssimo desempenho educacional dos nossos jovens, existem outros fatores que podem impactar negativamente o nosso futuro. Um deles é o nosso atraso tecnológico. O mundo atual se desenvolve através do descobrimento de novas tecnologias nos mais diversos setores da economia. O problema, meu caro leitor, é que esse desenvolvimento acontece numa velocidade impressionante. E quanto maior for essa velocidade, mais para trás ficarão os países emergentes dependentes de commodities, cujos déficits colossais em suas balanças comerciais serão mais frequentes. Outro fator é a insegurança jurídica que permeia todo o nosso ordenamento jurídico. Quem é empresário no Brasil sabe o quão difícil é lidar com essa insegurança nas mais diversas áreas (veja esse artigo). Para vocês terem uma ideia da loucura que é acompanhar as normas tributárias no nosso país, leiam esse estudo do IBPT (ver aqui). É surreal. Isso desanima muitos empreendedores brasileiros e afugenta o investidor estrangeiro. Poderia citar outros fatores aqui, mas para não me estender muito preferi destacar esses dois que eu considero mais evidentes. Sem contar que eu poderia adentrar em outras searas, como a política, por exemplo. Prefiro não adentrar. Poderia criar uma polêmica sem fim e não levar a lugar nenhum.      
  Vejam bem, não estou tentando convencer ninguém a resgatar todos os investimentos nacionais e transferir para o exterior. Apenas estou alertando que TALVEZ seria interessante diversificar geograficamente. E a melhor alternativa é os EUA, que é um país que se caracteriza por sua solidez econômica e pelo seu respeito à propriedade privada. Sem contar que ao investir em ativos norte-americanos o brasileiro estará diversificando também no câmbio (dólar). Enfim, não é uma decisão fácil de ser tomada. Depende muito do perfil do investidor. A minha única recomendação é estudar!


Abraços,
Seja Independente


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