Olá pessoal,
Quem leu meu último artigo e leu esse artigo no ano passado aqui no blog
(ver
aqui) deve estar achando estranho o que eu escrevi, como se eu estivesse me
contradizendo. Alguns podem estar pensando: “ano passado você estava otimista e
agora está pessimista quanto ao futuro do Brasil?”. Mas eu não estou pessimista.
Eu estou cético. É um pouco diferente. Vou explicar melhor o que eu quero
dizer.
Quando você está pessimista em relação a alguma coisa, você está seguro
de que o resultado não será satisfatório com base em argumentos contundentes
que corroboram tal pensamento. Mas quando você está cético em relação a alguma
coisa, você fica em dúvida se o resultado esperado poderá ser alcançado
satisfatoriamente com base em argumentos desfavoráveis que põem em xeque os
argumentos favoráveis. E é esse o meu pensamento em relação ao nosso país.
Existem alguns detalhes que não esmiucei no artigo do ano passado e que podem
influenciar no desempenho futuro da economia brasileira. Não sei se o caro
leitor já percebeu isso, mas além de continuarmos com um desempenho econômico
medíocre, no campo político não temos nenhuma perspectiva de melhora no curto
prazo. E isso de certa forma trava o andamento das reformas estruturantes
necessárias para o nosso crescimento econômico. Para piorar ainda mais a
situação no curto prazo, essa pandemia maldita acarretará mais uma recessão
econômica no nosso país. Será o terceiro ano de recessão em uma década. A nossa
situação fiscal já está catastrófica com uma dívida bruta correspondente a
quase 80% do PIB (ver
aqui). Com as medidas anticíclicas adotadas pelo Banco Central essa relação
pode chegar a 91% do PIB neste ano (ver
aqui). O cenário não é nada animador. No médio prazo não temos nenhuma
ideia de quem poderá ganhar a eleição presidencial, podendo acontecer a mesma
coisa que aconteceu na Argentina no ano passado.
Mas a minha grande preocupação é em relação ao longo prazo. Além dos
fatores já frisados tantas vezes nos meus artigos sobre o nosso país, como a perda
do bônus demográfico e o péssimo desempenho educacional dos nossos
jovens, existem outros fatores que podem impactar negativamente o nosso futuro.
Um deles é o nosso atraso tecnológico. O mundo atual se desenvolve
através do descobrimento de novas tecnologias nos mais diversos setores da
economia. O problema, meu caro leitor, é que esse desenvolvimento acontece numa
velocidade impressionante. E quanto maior for essa velocidade, mais para trás
ficarão os países emergentes dependentes de commodities, cujos déficits
colossais em suas balanças comerciais serão mais frequentes. Outro fator é a insegurança
jurídica que permeia todo o nosso ordenamento jurídico. Quem é empresário
no Brasil sabe o quão difícil é lidar com essa insegurança nas mais diversas
áreas (veja
esse artigo). Para vocês terem uma ideia da loucura que é acompanhar as
normas tributárias no nosso país, leiam esse estudo do IBPT (ver
aqui). É surreal. Isso desanima muitos empreendedores brasileiros e afugenta
o investidor estrangeiro. Poderia citar outros fatores aqui, mas para não me
estender muito preferi destacar esses dois que eu considero mais evidentes. Sem
contar que eu poderia adentrar em outras searas, como a política, por exemplo.
Prefiro não adentrar. Poderia criar uma polêmica sem fim e não levar a lugar
nenhum.
Vejam bem, não estou tentando convencer ninguém a resgatar todos os
investimentos nacionais e transferir para o exterior. Apenas estou alertando
que TALVEZ seria interessante diversificar geograficamente. E a melhor alternativa
é os EUA, que é um país que se caracteriza por sua solidez econômica e pelo seu
respeito à propriedade privada. Sem contar que ao investir em ativos
norte-americanos o brasileiro estará diversificando também no câmbio (dólar).
Enfim, não é uma decisão fácil de ser tomada. Depende muito do perfil do
investidor. A minha única recomendação é estudar!
Abraços,
Seja Independente
Nenhum comentário:
Postar um comentário