sábado, 27 de março de 2021

Tenha cuidado com os CDBs!

 



Olá pessoal,

 

  Hoje eu falarei sobre uma classe de ativos da renda fixa que é muito tradicional entre os brasileiros: trata-se do CDB (Certificado de Depósito Bancário). Vou mostrar aqui neste artigo que essa classe da renda fixa não é a melhor opção para compor a alocação de renda fixa da sua carteira de investimentos. E que você deve tomar bastante cuidado antes de investir em qualquer um deles, independente de ser um CDB de um banco tradicional ou ser um CDB de um banco de médio ou pequeno porte.    

  Conforme eu havia explicado no meu e-book Aprenda a Investir e SEJA INDEPENDENTE, muitas pessoas imaginam que o investimento em renda fixa é o mais seguro que existe, mas isso não é necessariamente verdade. Depende muito da forma como você investe nessa modalidade. Os riscos presentes na renda fixa são os de liquidez, mercado e crédito. O risco de liquidez acontece quando o investidor tenta vender o seu título antes do vencimento, mas não consegue. O risco de mercado, por sua vez, se faz presente quando o investidor vende o título auferindo uma rentabilidade menor do que a rentabilidade que seria auferida caso o mantivesse até o vencimento, ou até mesmo uma rentabilidade negativa. E o risco de crédito, considerado o mais latente na renda fixa, acontece quando o investidor leva um calote do emissor do título, ou seja, fica sem receber o principal mais juros pela perda de capacidade financeira do emissor.

  Os CDBs fazem parte dos ativos de renda fixa privada, que são os títulos de dívida emitidos por empresas privadas, como instituições financeiras e sociedades anônimas. E o CDB nada mais é do que um empréstimo concedido pelo cliente ao banco em troca do recebimento de juros. Eles sofrem incidência de IR e possuem garantia do FGC – Fundo Garantidor de Crédito (leia este artigo aqui).

  Os títulos de renda fixa privada são os que têm o maior risco de crédito do mercado financeiro, pois nem mesmo os títulos emitidos pelas instituições financeiras cobertos pelo FGC estão isentos de risco, pois o FGC é um fundo com recursos limitados e em algumas situações extremas pode não conseguir honrar os seus compromissos. Portanto, é necessária muita cautela ao investir em títulos privados, analisando a solidez dos emissores dos títulos.

  Você deve estar se perguntando agora: “Tudo bem, já entendi. Mas como eu analiso a solidez dos emissores dos títulos?” Você analisa consultando o grau de investimento ou Rating, que é a avaliação do risco de crédito dada por uma agência de classificação de risco a uma entidade econômica, podendo ser um país, uma empresa ou um banco (fonte). Não preciso nem dizer que fazer esse tipo de avaliação por conta própria requer muito estudo. Geralmente quem faz essas avaliações são os profissionais seniores do mercado financeiro.

  Portanto, quando você se animar ao ver na plataforma da sua corretora um CDB de um banco desconhecido prometendo remunerar o seu capital em 120% do CDI ao ano, lembre-se de que não existe almoço grátis no mercado. Quanto maior o retorno oferecido por um banco, maior é a necessidade dele de se capitalizar mais para não quebrar. Quanto aos CDBs dos bancos tradicionais, saibam que aquelas remunerações pífias de 70% do CDI ao ano não são à toa. Como são bancos mais seguros com uma probabilidade baixíssima de lhe dar um calote e sem tanta necessidade de capital, eles oferecem a você uma remuneração suficiente para manter o spread bancário deles no maior patamar possível, já que eles chegam a cobrar quase 500% de juros rotativos no seu cartão de crédito.

  Além do risco de crédito dos CDBs ser bem maior do que a dos títulos públicos, ainda existe a desvantagem da falta de liquidez dos CDBs, pois muitos exigem um prazo de carência para resgate de no mínimo 3 meses. Alguns permitem o resgate apenas no vencimento. Esse fator excluem os CDBs da cesta de ativos de renda fixa necessários para a composição de uma reserva de emergência, pois eles deverão estar disponíveis para resgate a qualquer momento.       

  Se você deseja aprender a formatar uma carteira de investimentos diversificada ideal para o seu perfil de risco e os seus objetivos, entre em contato comigo no Instagram (link no início da página). Terei o maior prazer em atendê-lo.                       

 

Abraços,

Seja Independente


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