domingo, 6 de setembro de 2020

Afinal, qual índice de inflação seguir!?

 


Olá pessoal,

 

  Muitos de vocês devem ter visto um vídeo do deputado estadual de Minas Cleitinho Azevedo (se ainda não viu, veja o vídeo abaixo), comparando preços antes e depois da pandemia. A inflação dos alimentos disparou nas últimas semanas. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o setor supermercadista tem sofrido forte pressão de aumento nos preços devido à política fiscal de incentivo às exportações, e o crescimento da demanda interna impulsionado pelo auxílio emergencial do governo federal (fonte).  


    

   Mas eu gostaria de chamar a atenção de vocês para um dado recente que mostra um descompasso entre o IPCA, índice de inflação oficial, e o IGP-M, índice utilizado no reajuste de aluguéis. Enquanto o primeiro registrou uma alta de 2,28% nos últimos 12 meses, o segundo registrou uma alta de 13% no mesmo período (fonte). Como explicar tamanha diferença? Simples: O IGP-M subiu bem mais que o índice oficial pelo fato dele ser mais atrelado à variação do dólar, que teve uma valorização de 34,19% no período. Para que possamos entender melhor, é necessário mostrar como esses índices são calculados. O IPCA – Índice de preços para o consumidor amplo – é o índice de inflação oficial do Brasil, calculado e divulgado pelo IBGE. Ele tem como público-alvo famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos nas regiões metropolitanas das principais capitais do país e a cesta de bens e serviços típicos deste público-alvo inclui alimentação e bebidas, transportes, habitação, saúde e cuidados pessoais, despesas pessoais, vestuário, comunicação, artigos de residência e educação. Já o IGP-M – Índice geral de preços do mercado – é um índice amplamente utilizado nos reajustes dos contratos de aluguéis e de energia elétrica, calculado e divulgado pela FGV. Ele é composto por outros índices, que são o IPA, o IPC e o INCC.

  Esse tipo de notícia mostra de forma contundente que qualquer índice de inflação é uma média geral englobando uma determinada cesta de bens e serviços de um determinado público-alvo em um determinado período. Portanto, cada indivíduo e cada família tem o seu próprio índice de inflação no período, podendo divergir em muito da média divulgada dependendo da cesta consumida.          

   A principal função de uma carteira de investimentos é preservar o poder de compra do indivíduo ao longo do tempo e nem sempre uma carteira conservadora composta majoritariamente por títulos atrelados à inflação conseguirá cumprir essa missão. Portanto, por mais conservador que você seja, aloque parte da sua carteira de investimentos em ativos de renda variável, como ações e fundos imobiliários. Nem que seja pouco. No longo prazo, o seu dinheiro agradece!      


Abraços,

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