Olá pessoal,
Muitos de vocês devem ter visto um vídeo do deputado estadual de Minas Cleitinho Azevedo (se ainda não viu, veja o vídeo abaixo), comparando preços antes e depois da pandemia. A inflação dos alimentos disparou nas últimas semanas. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o setor supermercadista tem sofrido forte pressão de aumento nos preços devido à política fiscal de incentivo às exportações, e o crescimento da demanda interna impulsionado pelo auxílio emergencial do governo federal (fonte).
Mas eu
gostaria de chamar a atenção de vocês para um dado recente que mostra um
descompasso entre o IPCA, índice de inflação oficial, e o IGP-M, índice
utilizado no reajuste de aluguéis. Enquanto o primeiro registrou uma alta de
2,28% nos últimos 12 meses, o segundo registrou uma alta de 13% no mesmo
período (fonte).
Como explicar tamanha diferença? Simples: O IGP-M subiu bem mais que o índice
oficial pelo fato dele ser mais atrelado à variação do dólar, que teve uma
valorização de 34,19% no período. Para que possamos entender melhor, é
necessário mostrar como esses índices são calculados. O IPCA – Índice de preços
para o consumidor amplo – é o índice de inflação oficial do Brasil, calculado e
divulgado pelo IBGE. Ele tem como público-alvo famílias com renda mensal de 1 a
40 salários mínimos nas regiões metropolitanas das principais capitais do país
e a cesta de bens e serviços típicos deste público-alvo inclui alimentação e bebidas,
transportes, habitação, saúde e cuidados pessoais, despesas pessoais,
vestuário, comunicação, artigos de residência e educação. Já o IGP-M – Índice
geral de preços do mercado – é um índice amplamente utilizado nos reajustes dos
contratos de aluguéis e de energia elétrica, calculado e divulgado pela FGV. Ele
é composto por outros índices, que são o IPA, o IPC e o INCC.
Esse tipo de notícia mostra de forma
contundente que qualquer índice de inflação é uma média geral englobando uma
determinada cesta de bens e serviços de um determinado público-alvo em um
determinado período. Portanto, cada indivíduo e cada família tem o seu próprio
índice de inflação no período, podendo divergir em muito da média divulgada
dependendo da cesta consumida.
A principal função de uma carteira de
investimentos é preservar o poder de compra do indivíduo ao longo do tempo e
nem sempre uma carteira conservadora composta majoritariamente por títulos
atrelados à inflação conseguirá cumprir essa missão. Portanto, por mais
conservador que você seja, aloque parte da sua carteira de investimentos em
ativos de renda variável, como ações e fundos imobiliários. Nem que seja pouco.
No longo prazo, o seu dinheiro agradece!
Abraços,
Seja
Independente
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