Olá
pessoal,
Conforme eu já tinha falado em outro artigo,
neste ano a Bolsa de Valores [B³] passou a ter quase 3 milhões de CPF’s
cadastrados (ver aqui).
Essa quantidade se deve em boa parte ao aumento expressivo ocorrido após a
eclosão da pandemia (fonte).
Entretanto, muitos investidores novatos entraram na Bolsa de Valores de uma forma
que, digamos, não é a ideal. E isso acontece porque ainda predomina na
sociedade brasileira a cultura do investimento de curto prazo numa ânsia
desenfreada por enriquecimento rápido. Vou explicar.
Para que possamos entender melhor, é
necessário saber que existem no mercado financeiro contratos chamados de derivativos.
Tratam-se de contratos mútuos no qual se estabelece um preço de compra e venda
derivado do preço de outro ativo, denominado ativo-objeto. Esse ativo pode ser
financeiro (ações, taxas de juros, moedas, etc.) ou físico (soja, café, boi
gordo, milho, ouro, etc.). Esses instrumentos financeiros possuem certo grau de
complexidade com as finalidades de proteção, especulação e arbitragem. Pois
bem, para não entrar em maiores detalhes e o artigo não ficar extenso, vamos
nos ater somente a um tipo de derivativo, chamado de opções. No mercado
brasileiro, as opções mais comuns são as opções de ações. Justamente com
os ativos mais arriscados que requerem um grau de conhecimento teórico e
prático maior, os investidores novatos foram especular de peito aberto,
investindo todas as economias que possuem em algo que ainda não dominam (fonte).
Para esses novatos, sem querer ser presunçoso, aqui vai um conselho: investir no mercado financeiro não é Hollywood! Quem acha que para enriquecer no mercado, em questão de semanas, basta adotar a mesma estratégia adotada pelos personagens hollywoodianos, como os do filme A Grande Aposta ou como os da série Billions, está enganado. Bolsa não é loteria! Compreendam de uma vez por todas que não existem investimentos com probabilidade de retornos explosivos sem estarem acompanhados de riscos explosivos. Muitos investidores de Wall Street se utilizam de instrumentos financeiros sofisticados, como os derivativos, para alavancar os seus resultados. É verdade. Mas todos aqueles que são profissionais implementam em suas estratégias uma coisa chamada gerenciamento de risco, justamente pelo fato deles saberem que o risco é muito alto. Eles não ficam ricos instantaneamente com uma única operação. Leva tempo para enriquecer, assim como em qualquer outra estratégia.
Investir, na verdade, é entediante. É algo
mais parecido como assistir a grama da sua casa crescer lentamente do que
apostar uma grana no cassino. Você precisa ler relatórios periodicamente,
gastar sola de sapato visitando as empresas (para quem é gestor de fundos) e
ter muita paciência em épocas difíceis para não se desfazer dos papéis. Mas
quem prefere investir majoritariamente com derivativos, day trade e outras estratégias mais arriscadas, não está errado.
Apenas se faz necessário ter mais cuidado ao optar por elas. Lembrem-se sempre
que, segundo o megainvestidor Warren Buffett, a regra nº 1 dos investimentos é
não perder dinheiro e a regra nº 2 é não se esquecer da regra nº 1. Não saber
gerenciar os riscos te tira do jogo. Mas se você souber, sobreviverá a cada
rodada.
Abraços,
Seja
Independente
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