Antiga ação ao portador |
Quando não existia computador era assim |
Olá
pessoal,
Muitos de vocês que ainda não investem no
mercado financeiro já devem ter se perguntado por qual motivo todos os
investidores investem em ações de empresas, já que o mercado acionário é visto
como algo muito arriscado. Vocês verão que existe um motivo por trás disso e que
não é tão complicado assim como vocês imaginam.
Como
já havia explicado em outro artigo (ver
aqui), ao investir em ações, você estará adquirindo parte do capital de uma
empresa de grande porte, com grande participação em seu mercado, finanças
organizadas, administradas por profissionais altamente gabaritados e
fiscalizada por todo um mercado de investidores. Todas essas qualidades não
eliminam a possibilidade dessas empresas quebrarem, mas diminuem esse risco
sensivelmente. E para que esse risco seja minimizado nos seus investimentos,
você investe em várias empresas, para que o impacto negativo gerado pela quebra
de uma não afete de maneira relevante toda a sua carteira. É a chamada
diversificação.
Mas o real motivo por trás desse tipo de
investimento, considerado por muitos como o melhor, é que a ação de uma empresa
de grande porte em muitas ocasiões supera com certa folga todos os índices de
inflação acumulados no longo prazo. Em outras palavras, ele repõe a inflação ou
conserva o seu poder de compra e ainda gera um excedente de rentabilidade (plus). Para quem é familiarizado com
economia e matemática financeira, pode-se dizer que ele gera uma rentabilidade
real positiva no longo prazo. Para que possamos entender melhor, vamos
compará-lo com os títulos de renda fixa atrelados a algum índice inflacionário
como o IPCA ou o IGP-M. Esse título, como por exemplo, o título público IPCA+
2035, irá repor todo o IPCA acumulado do período e pagar uma taxa além dessa
reposição. Mas conforme já expliquei em outros artigos (veja
esse último), cada indivíduo e cada família tem o seu próprio índice de
inflação no período, podendo divergir em muito da média divulgada dependendo da
cesta consumida. Já a ação de uma empresa sólida pode sobrepujar o seu próprio
índice de inflação no período, independente de quão alta tenha sido a
valorização da sua cesta de bens e serviços consumidos.
E você deve estar se perguntando agora por
qual motivo isso acontece. E a resposta é simples: as empresas de grande porte
com ações listadas em bolsas de valores conseguem repassar os seus custos para
os seus clientes, por mais que esses custos tenham se valorizado muito no
período. Se a inflação dos alimentos sobe muito, supermercados com ações
listadas na B³, como o Carrefour e o Pão de Açúcar, repassam essa inflação para
os clientes. Se a inflação das tarifas bancárias sobe muito, os bancos
tradicionais repassam essa inflação para os clientes. Se a inflação da energia
elétrica ou da água encanada sobe muito, concessionárias de energia elétrica,
como a Eletrobrás, e concessionárias de saneamento, como a Sabesp (SP) e a
Sanepar (Paraná), repassam essa inflação para os clientes. O mesmo fenômeno
ocorre em todos os outros setores da economia, até mesmo nos menos resilientes.
Aqueles que têm dificuldade para repassar no longo prazo vão à falência,
irremediavelmente.
Histórico de retorno dos ativos 1802 - 2013 |
Obviamente que sempre existirá o risco de uma
empresa sólida quebrar, conforme havia explicado anteriormente. Mas adotando
uma estratégia conservadora que consiste em investir em empresas com uma
demanda resiliente, como energia elétrica, água encanada, alimentos e bebidas,
serviços bancários, serviços médicos e outros, e numa quantidade em que você
possa acompanhar o desempenho de todas elas ao longo do período, com certeza
você irá valorizar o seu dinheiro bem acima de qualquer índice inflacionário.
Lembre-se que o risco estará apenas presente naquilo em que você não sabe o que
está fazendo. Portanto, estude para diminuir esse risco, perca o medo e tenha
coragem para agir.
Abraços,
Seja Independente
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