sexta-feira, 19 de junho de 2020

A robotização da mão-de-obra barata

Olá pessoal,

  Quem acompanha aqui o meu blog deve ter lido um artigo publicado nessa semana onde eu tratei sobre o aumento assustador da desigualdade social que haverá no futuro (ver aqui). Um dos fatores que influenciarão nesse aumento que eu destaquei no artigo é a robotização da mão-de-obra barata. É um fator que também me preocupa bastante. Vou explicar.  
  Quem gosta de acompanhar o surgimento de novas tecnologias e/ou tem o hábito de assistir documentários que tratam sobre as revoluções tecnológicas que houveram na história do capitalismo, tem pleno conhecimento do que está acontecendo nas empresas ao redor do mundo. Muitos empregos já deixaram de existir, muitos deixarão de existir em breve e muitos empregos novos surgirão num futuro próximo (ver aqui). Acredito que os países desenvolvidos têm consciência desse problema e buscarão implementar políticas públicas de educação para preparar os seus jovens em relação à essa robotização dos postos de trabalho. A minha preocupação é em relação aos países subdesenvolvidos com ensino público de baixa qualidade, como o Brasil. Uma preparação bem feita para enfrentar essa robotização passa necessariamente por uma boa oferta de ensino público, do básico ao médio/técnico.    



  Não basta apenas investir mais recursos públicos na educação. Precisamos aumentar a eficiência e a eficácia das nossas políticas públicas de ensino, ou seja, conseguir formar profissionais capacitados para o novo mercado de trabalho otimizando os recursos públicos investidos. Na minha opinião, deveríamos investir na educação básica (da pré-escola ao ensino médio/técnico) ao invés de despejar bilhões de reais em universidades federais, valorizar os nossos professores através de uma política salarial baseada na meritocracia e implementar políticas públicas de integração entre as escolas e as famílias dos estudantes ( comunidade). As escolas públicas devem ter um maior protagonismo na vida das pessoas de uma determinada região, contribuindo para o seu desenvolvimento socioeconômico.
  Confesso que um dos meus setores preferidos na Bolsa de Valores, não do ponto de vista financeiro, mas do ponto de vista social, é o setor educacional. As instituições de ensino são os elementos propulsores do desenvolvimento social de qualquer país. Continuarei investindo nesse setor aconteça o que acontecer, pois assim eu poderei contribuir para o desenvolvimento do meu país de uma forma mais concreta. Obviamente que existem outros setores que cumprem uma função social importante, como o setor de saúde. Mas não se compara, na minha visão, com o setor educacional. A Cogna (antiga Kroton) é a maior empresa do setor no Brasil atualmente (já falei dela nesse artigo aqui) e está investindo fortemente na educação básica através de empresas que compõe a sua holding, a Saber e a Vasta. 
  Enfim, a única forma de enfrentar o processo de robotização no mercado de trabalho e catapultar o desenvolvimento econômico de um país é investir com qualidade na educação. Investir em infraestrutura, em abertura de mercados com privatização de estatais, em importação de mão-de-obra qualificada etc., gera um crescimento econômico de curto e médio prazo. Mas não gera um crescimento econômico de longo prazo de forma sustentável. Como eu já falei diversas vezes em outros artigos: pessoas e cultura são a matéria-prima para o desenvolvimento econômico de um país. Guardem isso por favor! 


Abraços,
Seja Independente

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