Olá
pessoal,
Vocês devem concordar comigo que o surgimento
de influenciadores digitais na área de finanças e investimentos aumentou
assustadoramente nos últimos anos, não é mesmo? Isso é um movimento a ser
comemorado e apoiado, sem dúvida. Afinal, precisamos de educação financeira
urgentemente. Porém, como nada nesse mundo é perfeito, existem vieses por trás
dos conteúdos transmitidos pelos influenciadores a serem considerados pelos
investidores. Trata-se do viés de conflito de interesses. Esse viés existe em
todas as categorias profissionais, pois no sistema capitalista as pessoas são
movidas por interesses financeiros e não há nenhum problema em relação a isso.
O problema está na incapacidade das pessoas reconhecerem o surgimento do
conflito. Vou explicar o que está acontecendo.
No meu ponto de vista, percebo que muitos
influenciadores digitais lidam constantemente com o conflito de interesses na
prestação dos serviços aos clientes, pois muitos deles são patrocinados por
diversas instituições financeiras, principalmente corretoras de valores
mobiliários, cujo faturamento provém majoritariamente de ativos que não atendem
o perfil de risco e os objetivos dos investidores. Vejo-os ensinando o público
leigo a formar uma carteira de investimentos padronizada, sem levar em conta o
perfil individual de cada um. Eles incentivam investimentos em opções de ações,
em criptomoedas, em metais preciosos, enfim, em ativos que possuem uma
volatilidade acima da média, justificando que os mesmos são necessários para
uma boa diversificação de carteira na medida em que aumentam a descorrelação de
ativos, diminuindo dessa forma o risco total da carteira. Acontece, meu caro
leitor, que nem todo investidor terá o perfil de risco necessário para aprender
a gerenciar esses ativos dentro da carteira.
Você deve compreender que não existe a melhor
carteira de investimentos conforme eu havia explicado nesse
artigo aqui. Uma carteira pode ser formada de diferentes formas para
alcançar objetivos. Eu, por exemplo, não gosto de investir nos ativos citados
anteriormente. Acho as opções de ações muito arriscadas, pois são especulativas
e complexas, além de gerarem maiores comissões para as corretoras. As criptomoedas
(bitcoin) ainda não se provaram no tempo, são muito voláteis e ainda carecem de
regulamentação. Nas poucas vezes que investi em bitcoin, não tive bons
resultados. Já os metais preciosos (ouro), apesar de terem se provado no tempo,
também são muito voláteis e possuem altas taxas de custódia. Mesmo assim,
considero a reserva de valor mais amigável. O ETF de ouro é uma boa opção (no
mercado norte-americano existem várias opções). Além desses 3 exemplos, existem
vários outros ativos que eu poderia citar, mas foquei apenas nesses por serem
mais propagados pelos influenciadores.
Se você tem um perfil mais agressivo e se
dispõe a aprender sobre estratégias com opções de ações, exchanges confiáveis
para investir em criptomoedas e as diversas formas de investir em metais
preciosos, vá em frente. Caso contrário, tenha muita cautela antes de dar
qualquer passo. Independente do seu perfil, saiba reconhecer o surgimento de
conflitos de interesses que possam impactar a sua carteira futuramente. A melhor
forma de se capacitar para tal é adquirindo conhecimento de forma autônoma,
preferencialmente através da leitura de livros e artigos (leia
esse artigo aqui). Receio, meu caro leitor, que por mais conservador que
você seja, você terá que adquirir algum conhecimento.
Abraços,
Seja Independente
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