Olá pessoal,
Hoje eu vou falar sobre a importância da resiliência para os
investidores iniciantes em meio a essa turbulência nos mercados financeiros ao
redor do mundo causada pela pandemia do novo coronavírus e as suas
consequências na economia mundial, como foi o caso da guerra de preços do
petróleo entre Rússia e Arábia Saudita. Assim como eu expliquei no artigo
anterior sobre o coronavírus (veja
aqui), eu irei explicar neste artigo que o investidor não deve seguir o
efeito manada e, se for o caso, reavaliar o seu perfil de investidor.
É público e notório que após a mudança na política econômica brasileira
com a implementação de reformas, programa de privatizações, redução da taxa de
juros etc., um sentimento de otimismo e esperança tomou conta dos investidores
individuais que já investiam na Bolsa como também encorajou vários brasileiros
a investirem sem ter tido nenhum conhecimento prévio, sem nunca ter lido algum
livro ou realizado algum curso sobre investimentos, apenas com base em
recomendações de casas de análise, mídias especializadas, gerentes de bancos e
outros veículos com conflitos de interesses. Portanto, é natural que numa crise
mundial como essa que se propague um clima de pânico, ocasionando o famoso “efeito
manada”. Nesse tipo de situação, surgem dois tipos de investidor iniciante:
aquele que é agressivo, mas ainda não tem o conhecimento necessário para sair
ileso numa turbulência como essa, e aquele que acha que é agressivo, mas na
verdade é conservador, devendo reavaliar o seu perfil. A mensagem que eu
pretendo passar nesse artigo é especialmente para o primeiro tipo de investidor,
o agressivo “sem educação financeira”. Não é porque esse tipo de investidor
perdeu dinheiro que ele deve desistir. Tem que ser resiliente. É óbvio que
ninguém gosta de perder dinheiro. Mas o investidor deve encarar essa perda como
um custo de aprendizado. Alguns perdem mais dinheiro do que outros, é
verdade. Mas o grande segredo é saber tirar o aprendizado necessário para
continuar em frente, e não desistir. Se o investidor perdeu dinheiro, é porque
adotou a estratégia errada. Então ele deve procurar adquirir o conhecimento
necessário para adotar a estratégia ideal para minimizar as perdas em épocas de
crise. Vejam o exemplo do Thiago Nigro, do canal Primo Rico, que começou
perdendo cinco mil reais (veja
aqui) e hoje é uma celebridade no mundo dos investimentos. Não estou
pregando aqui que todos devem seguir os mesmo passos seguidos pelo Thiago, mas
sim continuar em frente para alcançar um resultado satisfatório. Já para aquele
investidor que se iludiu com “especialistas” achando que iria ficar rico do dia
para a noite, mas entrou em pânico e resolveu vender tudo, eu recomendo
reavaliar o perfil reconhecendo ser conservador, e não há nenhum problema
nisso. E como o investidor descobre se é mesmo agressivo ou se é conservador?
Simples: aquele que é conservador se conforma com a perda e resolve nunca mais
investir em algo que não sabe e que não tem interesse em aprender. Já o
agressivo não se conforma com a perda e resolve continuar estudando sobre o
mercado, reverter o prejuízo que teve e continuar investindo até se tornar um “profissional”,
como foi o caso de Thiago Nigro.
Como tudo na vida, apenas a prática diária com disciplina e perseverança
é que te torna um especialista, um expert, um conhecedor da matéria. Por
exemplo, fiz um curso intensivo de inglês durante dois anos e meio. Mas após a
conclusão do curso não fiz outros cursos periódicos, não estudei por conta
própria em casa e não conversei em inglês com ninguém. O resultado não poderia ser
outro a não ser ainda ter dificuldade para falar e escrever fluentemente.
Quando eu viajo para o exterior eu consigo me comunicar com outras pessoas em
inglês, mas ainda com dificuldade. Percebam que a dificuldade sempre estará
presente enquanto não houver a prática diária suficiente para treinar a sua
mente a incorporar aquela habilidade. Com os investimentos funciona da mesma
forma. Nunca deixe de investir periodicamente. E quando falo em investir não
falo apenas no ato de aportar na corretora, abrir o home broker, escolher o
ativo e enviar a ordem de compra. Investir vai muito além disso. Falo também no
ato de analisar as demonstrações financeiras dos ativos alocados na sua
carteira, tomar as decisões de comprar ou vender um ativo ou vários ativos em
um determinado período de tempo, rebalancear a carteira periodicamente etc.
Enfim,
a mensagem foi passada e acredito que muitos investidores iniciantes irão ler
esse artigo e se identificar com ele. Tanto o investidor agressivo sem o devido
preparo como o investidor conservador. E cada um deles irá descobrir qual é o
melhor caminho para atingir a independência financeira através dos
investimentos no futuro. Podem-se delegar os investimentos a um profissional do
mercado devidamente habilitado, geralmente no caso do conservador, ou pode-se
assumir a gestão da carteira assumindo todos os riscos inerentes a atividade,
geralmente no caso do agressivo ou moderado. Eu já decidi o melhor caminho para
mim. E você, já decidiu o seu?
Abraços,
Seja Independente
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