sábado, 14 de março de 2020

Seja resiliente!


Olá pessoal,
                            
  Hoje eu vou falar sobre a importância da resiliência para os investidores iniciantes em meio a essa turbulência nos mercados financeiros ao redor do mundo causada pela pandemia do novo coronavírus e as suas consequências na economia mundial, como foi o caso da guerra de preços do petróleo entre Rússia e Arábia Saudita. Assim como eu expliquei no artigo anterior sobre o coronavírus (veja aqui), eu irei explicar neste artigo que o investidor não deve seguir o efeito manada e, se for o caso, reavaliar o seu perfil de investidor.     
  É público e notório que após a mudança na política econômica brasileira com a implementação de reformas, programa de privatizações, redução da taxa de juros etc., um sentimento de otimismo e esperança tomou conta dos investidores individuais que já investiam na Bolsa como também encorajou vários brasileiros a investirem sem ter tido nenhum conhecimento prévio, sem nunca ter lido algum livro ou realizado algum curso sobre investimentos, apenas com base em recomendações de casas de análise, mídias especializadas, gerentes de bancos e outros veículos com conflitos de interesses. Portanto, é natural que numa crise mundial como essa que se propague um clima de pânico, ocasionando o famoso “efeito manada”. Nesse tipo de situação, surgem dois tipos de investidor iniciante: aquele que é agressivo, mas ainda não tem o conhecimento necessário para sair ileso numa turbulência como essa, e aquele que acha que é agressivo, mas na verdade é conservador, devendo reavaliar o seu perfil. A mensagem que eu pretendo passar nesse artigo é especialmente para o primeiro tipo de investidor, o agressivo “sem educação financeira”. Não é porque esse tipo de investidor perdeu dinheiro que ele deve desistir. Tem que ser resiliente. É óbvio que ninguém gosta de perder dinheiro. Mas o investidor deve encarar essa perda como um custo de aprendizado. Alguns perdem mais dinheiro do que outros, é verdade. Mas o grande segredo é saber tirar o aprendizado necessário para continuar em frente, e não desistir. Se o investidor perdeu dinheiro, é porque adotou a estratégia errada. Então ele deve procurar adquirir o conhecimento necessário para adotar a estratégia ideal para minimizar as perdas em épocas de crise. Vejam o exemplo do Thiago Nigro, do canal Primo Rico, que começou perdendo cinco mil reais (veja aqui) e hoje é uma celebridade no mundo dos investimentos. Não estou pregando aqui que todos devem seguir os mesmo passos seguidos pelo Thiago, mas sim continuar em frente para alcançar um resultado satisfatório. Já para aquele investidor que se iludiu com “especialistas” achando que iria ficar rico do dia para a noite, mas entrou em pânico e resolveu vender tudo, eu recomendo reavaliar o perfil reconhecendo ser conservador, e não há nenhum problema nisso. E como o investidor descobre se é mesmo agressivo ou se é conservador? Simples: aquele que é conservador se conforma com a perda e resolve nunca mais investir em algo que não sabe e que não tem interesse em aprender. Já o agressivo não se conforma com a perda e resolve continuar estudando sobre o mercado, reverter o prejuízo que teve e continuar investindo até se tornar um “profissional”, como foi o caso de Thiago Nigro.
  Como tudo na vida, apenas a prática diária com disciplina e perseverança é que te torna um especialista, um expert, um conhecedor da matéria. Por exemplo, fiz um curso intensivo de inglês durante dois anos e meio. Mas após a conclusão do curso não fiz outros cursos periódicos, não estudei por conta própria em casa e não conversei em inglês com ninguém. O resultado não poderia ser outro a não ser ainda ter dificuldade para falar e escrever fluentemente. Quando eu viajo para o exterior eu consigo me comunicar com outras pessoas em inglês, mas ainda com dificuldade. Percebam que a dificuldade sempre estará presente enquanto não houver a prática diária suficiente para treinar a sua mente a incorporar aquela habilidade. Com os investimentos funciona da mesma forma. Nunca deixe de investir periodicamente. E quando falo em investir não falo apenas no ato de aportar na corretora, abrir o home broker, escolher o ativo e enviar a ordem de compra. Investir vai muito além disso. Falo também no ato de analisar as demonstrações financeiras dos ativos alocados na sua carteira, tomar as decisões de comprar ou vender um ativo ou vários ativos em um determinado período de tempo, rebalancear a carteira periodicamente etc.     
  Enfim, a mensagem foi passada e acredito que muitos investidores iniciantes irão ler esse artigo e se identificar com ele. Tanto o investidor agressivo sem o devido preparo como o investidor conservador. E cada um deles irá descobrir qual é o melhor caminho para atingir a independência financeira através dos investimentos no futuro. Podem-se delegar os investimentos a um profissional do mercado devidamente habilitado, geralmente no caso do conservador, ou pode-se assumir a gestão da carteira assumindo todos os riscos inerentes a atividade, geralmente no caso do agressivo ou moderado. Eu já decidi o melhor caminho para mim. E você, já decidiu o seu?

Abraços,
Seja Independente

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