Olá
pessoal,
Vocês devem ter tomado conhecimento que o COPOM elevou a taxa básica de
juros para 3,5% ao ano (fonte)
no dia 05 de maio. Porém, os juros reais continuam negativos, principalmente se
descontarmos outros índices inflacionários, como o IGP-M. Vou explicar para
vocês no que implica os juros reais continuarem negativos.
Primeiramente, é importante revisarmos o conceito de
juros/rendimentos/rentabilidade real conforme eu havia explicado no meu e-book Aprenda
a Investir e SEJA INDEPENDENTE: trata-se simplesmente da rentabilidade líquida
da inflação, ou seja, é a rentabilidade divulgada com o desconto da inflação
acumulada durante a vigência do título. A rentabilidade real deve ser
considerada a rentabilidade verdadeira para os investidores, pois de nada
adianta investir em um título com rentabilidade nominal muito alta se a
inflação acumulada no período tiver sido maior do que essa rentabilidade.
Para calcular a rentabilidade real, não basta apenas subtrair a rentabilidade nominal da inflação, pois estamos trabalhando aqui com juros compostos. Você deve dividir a soma de 1 com a rentabilidade nominal em formato de razão centesimal pela soma de 1 com a inflação em formato de razão centesimal e o resultado subtrair de 1. Observe a fórmula abaixo:
Baseando-se nesse conceito, podemos concluir que os juros reais ou
rentabilidade real continuam negativos, levando em consideração que a inflação
(IPCA) já acumula pouco mais de 6% nos últimos 12 meses (fonte). E no que isso
implica para os seus investimentos em renda fixa?
Isso implica numa perda do seu poder de compra. Quanto maior for o
percentual da sua carteira alocado em renda fixa, maior será essa perda. Mas
isso não significa dizer que você deve zerar a sua renda fixa pelo fato de
“estar perdendo dinheiro”. Lembre-se sempre dos 3 pilares dos investimentos:
liquidez; segurança/risco; e rentabilidade. O pilar da segurança/risco baixo
você encontrará apenas na renda fixa pública. Não tem para onde correr. Você terá
que arcar com essa rentabilidade real negativa.
E no que isso implica para a economia brasileira? Isso implica numa fuga
de dólares, puxando a cotação do dólar para cima. Qual é a atratividade da
renda fixa brasileira para o gringo que tem à sua disposição o porto seguro da
renda fixa mundial? Atualmente nenhuma, já que a rentabilidade real brasileira
está negativa. Consequentemente, com o dólar mais caro, a inflação de vários
insumos importados tenderá a subir bastante. Os bens agrícolas exportados também
subirão de preço, pois o câmbio desvalorizado puxa a cotação desses bens para
cima. Consequentemente, essa alta é repassada para o mercado interno.
E no que isso implica para o nosso futuro? Bem, isso aí já vai depender
das medidas adotadas por esse governo e pelos governos futuros. E quando eu
falo de governo, eu não falo apenas de poder executivo. Eu também falo de poder
legislativo. Caso as reformas estruturantes (tributária, administrativa,
política, educacional, etc.) sejam aprovadas de forma correta num espaço de
tempo razoável, poderemos manter a taxa básica de juros num patamar baixo e
manter a inflação num nível muito baixo. Isso ocorre devido ao choque de oferta
gerado pela estabilidade econômica e pelas condições favoráveis para produzir e
gerar emprego e renda. Depende somente de nós!
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Abraços,
Seja Independente
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