Olá pessoal,
Hoje irei fazer uma breve continuação do artigo “Que tipo de investidor
você é?”, publicado no início desse mês. E irei adotar a mesma estratégia:
tomando como ponto central mais alguns trechos do livro O Investidor
Inteligente (gosto muito desse livro), com o intuito de estimular a leitura
dele pelos investidores iniciantes e reforçar a ideia que tentei transmitir
neste outro artigo.
No artigo eu falei sobre as dificuldades do investidor empreendedor,
dando o exemplo das limitações dos gestores de fundos de investimentos. Pois
bem, vou tomar essa ideia como ponto de partida. No capítulo 15 do livro,
intitulado “A escolha de ações para o investidor empreendedor”, entre as
páginas 417 a 419, o autor é muito feliz em alguns trechos ao tentar explicar
as dificuldades enfrentadas pelos analistas e gestores de fundos. Vamos ao
primeiro trecho: Com muita frequência, lembramos a analogia entre o trabalho
da multidão de analistas de títulos em Wall Street e o desempenho dos jogadores
de bridge mestres em um torneio de bridge duplicado. Os primeiros tentam
escolher as ações com “mais probabilidade de sucesso”; os últimos, obter os
pontos máximos em cada mão jogada. Apenas poucos podem realizar ambos os objetivos.
Na medida em que todos os jogadores de bridge
têm um nível similar de perícia, os vencedores podem ser determinados por
acasos de vários tipos, em vez de pela capacidade superior. Apesar de o
autor ser norte-americano e citar “Wall Street”, essa verdade dita por ele
serve para qualquer lugar do mundo. Outro trecho bem interessante: Os
leitores deste livro, por mais inteligentes e conhecedores que sejam,
dificilmente poderiam esperar fazer um trabalho melhor de seleção de carteira
do que os melhores analistas do país. No entanto, se é verdade que um segmento razoavelmente
grande do mercado acionário é muitas vezes discriminado ou inteiramente
desprezado pelas seleções analíticas usuais, então o investidor inteligente
pode ter condições para lucrar com as subvalorizações daí resultantes. Porém,
para fazer isso, ele precisa seguir métodos específicos que não são geralmente
aceitos em Wall Street, uma vez que os
métodos lá aceitos não parecem produzir os resultados que todos gostariam de
obter. O que autor quis dizer aqui foi o seguinte: se você não faz parte do
seleto grupo dos melhores analistas do país, mas se garante ao selecionar
determinados ativos, deve ter em mente que possui conhecimento suficiente para
ter plena segurança do que está fazendo e também personalidade suficiente para
seguir em frente sem se importar com as opiniões do “Senhor Mercado”.
Enfim, não estou aqui querendo insinuar que os investidores
empreendedores sempre irão perder para o “resto do mercado” ao tentar bater o
seu benchmarking. Apenas insisto em
afirmar que para se tornar um investidor empreendedor ganhador, se requer tempo,
e até lá o investidor defensivo pode ter uma performance superior dentro
daquele determinado período, pois lembrem-se que os fatores mais importantes no
processo de construção de riqueza é o valor aplicado e o tempo, e não a
rentabilidade.
Abraços,
Seja Independente
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