domingo, 8 de julho de 2018

Meu Início Como Investidor e os Produtos Bancários


Olá pessoal,



   Acredito que meu início como investidor tenha sido similar ao início da grande maioria dos brasileiros que decidem se tornar investidores assim como eu: investindo através dos produtos bancários.
   Após ler o livro de um autor best-seller sobre investimentos (não vou citar o nome), decidi investir através dos produtos bancários oferecidos pelos bancos onde possuo conta. Assim que fui recebendo o meu salário mensal e as gratificações anuais, fui aportando nos bancos. Primeiro, decidi aportar a minha primeira gratificação anual numa previdência privada (PGBL). Achava que seria interessante para o meu futuro, já que eu receberia um salário vitalício após o término do prazo de contribuição (30 anos) e os meus herdeiros se tornariam beneficiários do plano automaticamente sem a necessidade de passar por inventário, após a minha morte. Mas eu cometi o grave erro de não consultar previamente as taxas de administração e a taxa de carregamento (que são altas). Também cometi o grave erro de não consultar o histórico de rentabilidade líquida dos planos. Fiz as contas após 3  anos contribuindo para o plano e descobri que a rentabilidade líquida acumulada antes do imposto foi de 90% do CDI, ou seja, uma rentabilidade pífia, considerando que no período analisado a taxa Selic foi de 1% ao mês em média. Para completar o desastre, escolhi a opção pela tributação regressiva, ou seja, quanto mais tempo me mantivesse fiel ao plano, menor seria a alíquota do imposto, podendo chegar a 10% após o prazo de 10 anos, mas caso eu optasse por resgatar em prazos curtos de 2 a 6 anos, o leão me daria uma enorme mordida, podendo chegar a 35%. Resumindo, escolhi o pior produto bancário (e o mais vendido pelos bancos, diga-se de passagem) de todas as opções disponíveis. Aconselho a investir nesse produto bancário apenas os funcionários públicos do alto escalão do governo e os executivos seniores das grandes multinacionais que sofrem pesada tributação na fonte, e ainda assim pesquisando de forma altamente criteriosa em todos os bancos e seguradoras.
  Após me educar financeiramente lendo livros, artigos de blogs na internet, assistindo palestras no youtube, consegui perceber os erros que havia cometido e comecei a tomar providências para aumentar o meu patrimônio e impedir que ele fosse corroído cada vez mais pelas taxas exorbitantes dos produtos bancários. Abri uma conta numa corretora de baixo custo e comecei a aportar periodicamente parte do meu salário e posteriormente parte do meu PGBL. Hoje tenho uma carteira formatada para a minha independência financeira, sendo a maior parte alocada em renda variável (90%) e a menor parte em tesouro direto (10%). Antes de abrir a conta na corretora, eu cheguei a investir em ações e no tesouro direto nas corretoras dos bancos onde eu possuo conta, por uma questão de comodidade. Mas logo depois eu descobri que os custos envolvidos são bem maiores que os custos de uma corretora independente. Então eu fui conversar com os gerentes das minhas contas e solicitei a portabilidade assim que eu abri a conta na corretora. Foi um pouco burocrático, mas eu consegui. Após resolver essa pendência e iniciar as compras na corretora, também me cadastrei no Canal Eletrônico do Investidor (CEI), para que eu possa consultar mensalmente os meus extratos de investimento e os proventos creditados. O único produto bancário que mantive ativo foi uma LCI (letra de crédito imobiliário) a 86% do CDI com resgate após um prazo de carência de 24 meses, com a finalidade de formar uma reserva de emergência robusta que me cubra por um prazo de 12 meses.
  Quero deixar bem claro aqui que não pretendo convencer os outros investidores a resgatarem todos os produtos bancários que possuem ou não investirem em produtos bancários em hipótese alguma. É óbvio que o investidor pode investir em um produto bancário, como é o meu caso. Apenas quero alertar o colega investidor de que existem vários produtos bancários, como fundos de investimento de renda fixa cobrando taxas de administração na casa dos 3%, fundos de investimentos em ações cobrando taxas de administração na casa dos 5% + taxa de performance (20% do que exceder o índice Bovespa é o mais comum), CDB rendendo 70% do CDI antes do imposto, cuja rentabilidade mal cobre a inflação do período, sendo que o investidor pode investir por conta própria através de corretoras de baixo custo, auferindo uma rentabilidade infinitamente superior no longo prazo.
   Bem, esse foi o meu início como investidor e espero que ajude os outros colegas investidores que estejam iniciando a formatação de suas carteiras de investimento. Esse é o meu primeiro artigo no blog e espero ter contribuído para a comunidade de investidores!

Abraços,
Seja Independente

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