Olá
pessoal,
Hoje eu gostaria de falar para você sobre uma crença limitante em
relação à aposentadoria e investimentos que persiste nas mentes dos
brasileiros: a de que a aposentadoria da Previdência Social ou INSS (Isso Nunca
Será Suficiente) será suficiente para manter o seu padrão de vida no futuro.
Mentiram pra você! Ela nunca será suficiente e vou te mostrar os motivos para
você tirar essa crença limitante da sua mente hoje mesmo.
Quem é minimamente informado sabe que houve recentemente em nosso país
uma reforma previdenciária com uma previsão de economia na casa dos trilhões de
reais em décadas. E por qual motivo fizeram essa reforma? Simples: a
Previdência Social está se tornando cada vez mais insustentável. Por
falar em reforma previdenciária, vamos entender quais foram as principais
mudanças estabelecidas por ela, conforme quadro abaixo.
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Vejam que as novas regras estabelecidas estão mais desfavoráveis para quem deseja se aposentar mais cedo. O estabelecimento de uma idade mínima para se aposentar, por si só, faz muita diferença para esses segurados. Sem contar o fato de que aqueles segurados que ganham mais, vão contribuir com mais, sendo até 14% (antes era 11%) para os segurados do regime geral e 22% para os segurados do regime próprio (servidores públicos federais). Já os que recebem menos vão ter uma contribuição menor, que começa em 7,5%. Diante dessa situação, não resta outra alternativa a não ser planejar uma previdência complementar através de uma carteira de investimentos bem equilibrada e formatada de acordo com o perfil de investidor do segurado.
Mas fiquem sabendo que essa insustentabilidade previdenciária não é um
problema exclusivamente brasileiro. Vários outros países ao redor do mundo
estão enfrentando a mesma dificuldade e se vendo obrigados a reformarem também
os seus sistemas de Previdência Social. E o principal motivo para tamanha
dificuldade se deve às pressões demográficas na maioria dos países, ou seja, as
populações de idosos estão aumentando significativamente. No caso do Brasil,
estima-se que em 2050 a população de 60 anos ou mais será de 68 milhões de
habitantes, conforme o gráfico abaixo.
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E ainda existem estudos do governo e de alguns economistas que apontam
para a necessidade de reformar a nossa Previdência Social novamente em menos de
uma década, justamente pelo fato de que os brasileiros estão vivendo mais e as
famílias estão tendo menos filhos. Com isso, menos jovens entrarão no mercado
de trabalho e mais idosos viverão mais tempo precisando da aposentadoria para
sobreviver. A conta não vai fechar.
Quanto à suficiência para a aposentadoria, é do conhecimento de todos
que o cálculo do valor das aposentadorias baseia-se na média salarial de todo o
período contributivo, ou seja, boa parte do total contribuído para a
Previdência Social não retorna para o trabalhador na aposentadoria. Isto ocorre
pelo fato da Previdência Social funcionar pelo regime de repartição, onde a
arrecadação se dá pela cobrança de contribuição das pessoas que estão em
atividade para o financiamento das aposentadorias daqueles que já estão
aposentados. Para vocês terem uma ideia, a única forma de se aposentar com o
teto da Previdência Social (regime geral) é contribuir com 14% do valor do teto
durante 40 anos, além de ter a idade mínima e o tempo de contribuição
suficiente para se aposentar com o valor máximo. Isso ocorre pelo fato da
reforma da previdência ter modificado o cálculo da média dos salários, onde
antes eram usados só os 80% maiores salários desde 1994 e descartados os 20%
menores, e hoje (após a promulgação da reforma) a média é calculada com base em
100% dos salários. Acredito que isso
seja para poucos brasileiros e, convenhamos, você não vai querer aguardar tanto
tempo para se aposentar com um boa aposentadoria.
Você pode estar pensando agora: “Ah Pedro, mas eu sou servidor público e
contribuo o excedente do teto do INSS para um fundo de pensão. Portanto, eu vou
receber uma aposentadoria equivalente ao que recebia na ativa”. Meu caro
leitor, deixe eu te explicar uma coisa: o seu fundo de pensão bonitinho lá pode
ter problemas financeiros no futuro, seja por questões atuariais, seja por
questões de governança (fraude), sendo obrigado a lhe cobrar uma contribuição
extra para que ele possa manter a sua aposentadoria no mesmo patamar. A regra
da casa sempre é: nunca confie 100% no governo e nos fundos de pensão ligados
ou não ao governo. Procure formar o seu patrimônio para que no futuro ele lhe
garanta rendimentos mensais de forma autônoma.
Compreenda,
meu caro leitor, que a sua contribuição previdenciária tem uma natureza de
imposto, pois ele é obrigatório (para quem tem renda formal) e destinado ao
financiamento das aposentadorias vigentes. Apenas uma parte do que você
contribuiu voltará para você no futuro. Procure contar com a Previdência Social
para lhe amparar em casos de doença, acidente e maternidade e para ajudar
financeiramente aquelas pessoas que você ama. Mas não conte integralmente com
ela para a sua aposentadoria. Combinado?
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Abraços,
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