sexta-feira, 19 de julho de 2019

Brasil e o seu “capitalismo de araque”


Olá pessoal,


  Hoje irei falar sobre uma matéria no Infomoney a respeito de um podcast onde um dos gestores de fundos de investimento mais renomados do país, Henrique Bredda, do fundo Alaska Black, explica que uma injeção de capitalismo pode prejudicar o Ibovespa (ver matéria aqui).  


Gestor Henrique Bredda


  Ele diz o seguinte: O Brasil tem um capitalismo de araque, a gente não tem concorrência em nada. São duas ou três empresas em cada setor. Na Bolsa, que geralmente concentra as líderes setoriais, essas empresas vivem uma situação de oligopólio – com acesso a crédito, capacidade de crescer e margens largas – enquanto as outras sofrem. Esse cenário é um espetáculo para a Bolsa. Primeiramente destaco aqui o termo cunhado pelo gestor, “capitalismo de araque”. Nunca vi um adjetivo tão bem colocado para o nosso capitalismo. Admito que gostei bastante. Mas seguindo em frente, o gestor explica que uma injeção de capitalismo pode estimular novas empresas, nacionais e estrangeiras, a entrarem em setores atualmente dominados por algumas poucas e desbancar essas líderes futuramente. Ele dá o exemplo do setor de maquininhas, onde a líder Cielo teve suas margens corroídas após a entrada de novos competidores. Na verdade, já estamos vendo o surgimento de vários entrantes no mercado financeiro em geral, principalmente o bancário. Mas vale lembrar que alguns deles ainda não abriram capital na Bolsa, ainda não tem histórico de resultados, ainda não caíram no gosto das grandes massas e provavelmente sejam incorporados pelos gigantes do setor futuramente. Na realidade, os gigantes contam com uma vantagem perante esses novos entrantes: a falta de educação financeira das massas. O educador financeiro Leandro Ávila do Clube dos Poupadores explica isso muito bem neste artigo aqui. E esse fenômeno que está ocorrendo no setor financeiro também pode acontecer em outros setores. Principalmente os setores mais sensíveis às mudanças tecnológicas. Mas mesmo que essa “destruição de valor” ocorra, ela não acontece do dia para a noite, ela acontece de uma forma lenta e gradual.
  O investidor precisa entender que ninguém possui uma bola de cristal para prever o futuro, mas não é por isso que ele deve deixar de investir na empresa ou no setor A, B ou C. Se o investidor perceber através dos indicadores que a empresa está perdendo os seus fundamentos, basta tomar a decisão de vender as ações pelo preço que o “senhor mercado” aceitar e comprar as ações de outra empresa. Portanto, não há motivo para preocupação. Continue estudando e tendo paciência. O importante é nunca parar!

Abraços,
Seja Independente

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