Olá pessoal,
Conforme prometido, irei
falar um pouco sobre o livro Investindo em Ações no Longo Prazo, do autor
norte-americano Jeremy J. Siegel. Vou explicar porque ele tem uma abordagem
mais otimista do que o livro de Benjamin Graham no tocante ao retorno das ações
no longo prazo.
Apesar de se tratar de um
livro escrito totalmente dentro da realidade norte-americana assim como o livro
de Benjamin, podem-se tirar algumas conclusões dele no que diz respeito às
ações. Ao longo da leitura do livro, consegui destacar alguns trechos que faz o
investidor iniciante refletir sobre as vantagens de se investir em ações
visando o longo prazo.
Assim como eu fiz no
artigo anterior, vou tentar abordar as lições tiradas do livro sem me alongar
muito para que o artigo não fique cansativo. Logo no início do livro, ao tratar
do assunto demografia mundial e onda de envelhecimento, o autor lança uma
pergunta fundamental: os trabalhadores dos mercados emergentes são capazes
de produzir bens suficientes para atender aos aposentados do mundo desenvolvido
e esses trabalhadores podem economizar uma renda suficiente para comprar os
ativos que os aposentados do mundo desenvolvido precisam vender para financiar
sua aposentadoria? O autor responde que neste exato momento não, pois
embora 80% da população mundial viva nos países em desenvolvimento, essas economias
geram apenas metade da produção mundial. Porém, o autor afirma que essa
proporção está mudando rapidamente. Segundo ele, o crescimento do PIB da China
e da Índia é particularmente notável e continuará sendo até o final deste
século. Ao lançar essa pergunta, o autor mostra que o PIB mundial irá crescer
até o final deste século ao invés de diminuir, pois a onda de envelhecimento no
mundo inteiro será compensada pelo crescimento populacional e consequente
aumento da produtividade nos países emergentes, preenchendo a lacuna. E tudo isso
favorece o investimento em ações no longo prazo.
Em outro trecho mais adiante, o autor mostra o
retorno total dos ativos desde 1802 nos EUA em um gráfico (não vou mostrá-lo
aqui no artigo), onde o retorno anualizado das ações é de 8,1%, enquanto que o
dos títulos públicos é de 5,1%, o das letras é de 4,2%, o do ouro é de 2,1% e o
do dólar é de 1,4%, ou seja, o retorno das ações sobrepuja o dos outros ativos
com sobras, de “lavada”. Sem levar em consideração que foi analisada apenas a
média do mercado acionário (o autor fala em carteira ponderada por
capitalização), pois se compararmos apenas com as ações mais rentáveis, essa
diferença aumenta ainda mais. O autor ainda destaca que é fundamental
compreender que o retorno total das ações retratado no gráfico não representa o
crescimento no valor total do mercado acionário dos Estados Unidos. A riqueza
em ações aumenta a um ritmo significativamente mais lento do que o retorno
total das ações. O retorno total aumenta mais rapidamente do que a riqueza em
ações porque os investidores consomem a maior parte dos dividendos pagos pelas
ações e, portanto, esses dividendos não são reinvestidos e não podem ser usados
pelas empresas para gerar capital. Na minha concepção, esse é o trecho mais
importante do livro. Se o leitor compreender esse importante detalhe e encaixar
na sua estratégia de investimento, não tenho dúvidas de que conseguirá obter um
ótimo resultado no longo prazo.
Existem vários outros trechos
valiosos no livro, mas prefiro que o leitor descubra por si próprio. Citei
apenas os que eu considero mais importantes. Aconselho o investidor a adquirir
o livro após ter lido o livro O Investidor Inteligente, pois um complementa o
outro com abordagens diferentes. Cabe a cada leitor ter uma reflexão crítica de
cada livro após a leitura de ambos e tirar as suas próprias conclusões.
Espero ter contribuído
mais uma vez para a comunidade de investidores e desejo uma excelente leitura a
todos. Bons estudos e bons investimentos!
Abraços,
Seja Independente
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