Olá pessoal,
Depois desse período de recesso de final/início de ano, estou voltando
hoje a escrever no blog, e para começar bem o ano de 2019, escreverei um artigo
mais motivacional e também mais “realista”. Vocês irão entender o que estou
falando mais a frente.
Eu vejo hoje em dia a mídia especializada em investimentos recomendar um
aporte maior na renda variável para aproveitar o ambiente político-econômico
atual propício para esse tipo de alocação. Quantas vezes já não vimos nos
últimos meses diversos veículos de comunicação especializados afirmarem que o Índice
Bovespa atingirá os 120 mil pontos até tal data, ou que os fundos imobiliários
são a bala de prata do momento, ou que a rentabilidade da renda fixa deixará de
ser atraente daqui pra frente, ou que as empresas varejistas da Bolsa serão
muitíssimo beneficiadas pelo atual momento, dada a expectativa de redução
gradual da taxa Selic, que é a principal indexadora dos contratos de
empréstimos dessas empresas. Enfim, não faltam argumentos para que o investidor
realoque a maior parte da sua carteira para a renda variável, mesmo que ele não
tenha perfil para tal.
Mas me permita dizer uma coisa a você, meu caro colega investidor, que
assim como eu está começando agora: não existe nenhuma garantia de que todas
essas expectativas de crescimento econômico, de melhora nos indicadores socioeconômicos,
de sucessivos superávits na balança comercial, enfim, de bonança, sejam
concretizadas nos próximos anos. Não
vamos confundir aqui garantia/certeza com expectativa/probabilidade. Tudo pode
acontecer nas próximas semanas, meses e anos, tanto em âmbito nacional como em
âmbito internacional. É o chamado “Cisne Negro”, descrito com maestria no livro
“A Lógica do Cisne Negro”, do autor Nassim Nicholas Taleb (para quem tiver
interesse no assunto, recomendo a leitura do livro). Ninguém pode prever o
futuro, cujos eventos dependem de uma infinidade de variáveis para acontecerem.
O presidente Bolsonaro pode sofrer outro atentado e morrer, e no seu lugar
assumir o General Mourão e assim se iniciar uma guerra civil nesse já combalido
país. O presidente americano Donald Trump pode iniciar uma terceira guerra
mundial caso sofra algum atentado da Coréia do Norte ou do Estado Islâmico.
Pode estourar uma nova crise mundial tão ou mais grave que a última. Enfim,
podem acontecer várias catástrofes no curto, médio e longo prazo que irão
impactar pesadamente a sua carteira de renda variável.
Portanto, não dê ouvidos a analistas ou a qualquer outro membro da mídia
especializada que recomende um aporte maior na Bolsa nesse momento para que se
aproveite o próximo ciclo de alta, como se isso fosse a garantia de sua
independência financeira. O que vai te deixar rico ou independente na Bolsa é o
aporte mensal em boas empresas, o reinvestimento dos proventos nessas boas
empresas, e o efeito dos juros compostos ao longo dos anos. Disciplina,
perseverança e sede por conhecimento para aprender mais são as ferramentas que
farão você atingir os seus objetivos. Por isso mesmo, não existe um melhor
momento para se investir na renda variável. Isso talvez funcione para aqueles
que praticam daytrade ou swingtrade, mas para o investidor focado
no longo prazo, isso tem pouco efeito na rentabilidade acumulada da sua
carteira.
Nesse momento em que escrevo o artigo, estou iniciando a leitura do 4ª
capítulo do livro acima mencionado. É um pouco prolixo e verborrágico, mas vale
a pena a sua leitura para que se possa aprender mais sobre esse universo
gigantesco dos investimentos.
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