sábado, 5 de dezembro de 2020

Cuidado com o conflito de interesses!

 



Olá pessoal,

 

  Vocês devem concordar comigo que o surgimento de influenciadores digitais na área de finanças e investimentos aumentou assustadoramente nos últimos anos, não é mesmo? Isso é um movimento a ser comemorado e apoiado, sem dúvida. Afinal, precisamos de educação financeira urgentemente. Porém, como nada nesse mundo é perfeito, existem vieses por trás dos conteúdos transmitidos pelos influenciadores a serem considerados pelos investidores. Trata-se do viés de conflito de interesses. Esse viés existe em todas as categorias profissionais, pois no sistema capitalista as pessoas são movidas por interesses financeiros e não há nenhum problema em relação a isso. O problema está na incapacidade das pessoas reconhecerem o surgimento do conflito. Vou explicar o que está acontecendo.                                                              

  No meu ponto de vista, percebo que muitos influenciadores digitais lidam constantemente com o conflito de interesses na prestação dos serviços aos clientes, pois muitos deles são patrocinados por diversas instituições financeiras, principalmente corretoras de valores mobiliários, cujo faturamento provém majoritariamente de ativos que não atendem o perfil de risco e os objetivos dos investidores. Vejo-os ensinando o público leigo a formar uma carteira de investimentos padronizada, sem levar em conta o perfil individual de cada um. Eles incentivam investimentos em opções de ações, em criptomoedas, em metais preciosos, enfim, em ativos que possuem uma volatilidade acima da média, justificando que os mesmos são necessários para uma boa diversificação de carteira na medida em que aumentam a descorrelação de ativos, diminuindo dessa forma o risco total da carteira. Acontece, meu caro leitor, que nem todo investidor terá o perfil de risco necessário para aprender a gerenciar esses ativos dentro da carteira.                                 

  Você deve compreender que não existe a melhor carteira de investimentos conforme eu havia explicado nesse artigo aqui. Uma carteira pode ser formada de diferentes formas para alcançar objetivos. Eu, por exemplo, não gosto de investir nos ativos citados anteriormente. Acho as opções de ações muito arriscadas, pois são especulativas e complexas, além de gerarem maiores comissões para as corretoras. As criptomoedas (bitcoin) ainda não se provaram no tempo, são muito voláteis e ainda carecem de regulamentação. Nas poucas vezes que investi em bitcoin, não tive bons resultados. Já os metais preciosos (ouro), apesar de terem se provado no tempo, também são muito voláteis e possuem altas taxas de custódia. Mesmo assim, considero a reserva de valor mais amigável. O ETF de ouro é uma boa opção (no mercado norte-americano existem várias opções). Além desses 3 exemplos, existem vários outros ativos que eu poderia citar, mas foquei apenas nesses por serem mais propagados pelos influenciadores.            

  Se você tem um perfil mais agressivo e se dispõe a aprender sobre estratégias com opções de ações, exchanges confiáveis para investir em criptomoedas e as diversas formas de investir em metais preciosos, vá em frente. Caso contrário, tenha muita cautela antes de dar qualquer passo. Independente do seu perfil, saiba reconhecer o surgimento de conflitos de interesses que possam impactar a sua carteira futuramente. A melhor forma de se capacitar para tal é adquirindo conhecimento de forma autônoma, preferencialmente através da leitura de livros e artigos (leia esse artigo aqui). Receio, meu caro leitor, que por mais conservador que você seja, você terá que adquirir algum conhecimento.          

            

Abraços,

Seja Independente 


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