Olá pessoal,
No artigo de hoje falarei sobre as diferenças
entre as atividades de empresário e investidor e como o investidor que é
empresário pode conciliar as duas atividades para construir patrimônio no longo
prazo. Já ouvi muitos empresários dizerem que é melhor reinvestir os lucros da
empresa do que investir os lucros em outros ativos, e humildemente tenho que
discordar parcialmente desse pensamento. Vou explicar o porquê dessa minha
discordância.
O investimento em um negócio próprio é considerada
a de maior risco dentre as diversas formas de investir, superando o risco dos
investimentos em ações. Ao investir em um negócio próprio, você terá de
administrar os riscos com funcionários, burocracias inerentes à atividade,
recolhimento de impostos e envio de informações ao fisco, controle de qualidade
dos produtos e/ou serviços, satisfação de clientes, fornecedores e concorrentes.
Já ao investir em ações, você estará adquirindo parte do capital de uma empresa
de grande porte, com grande participação em seu mercado, finanças organizadas,
administradas por profissionais altamente gabaritados e fiscalizada por todo um
mercado de investidores. Todas essas qualidades não eliminam a possibilidade dessas
empresas quebrarem, mas diminuem esse risco sensivelmente.
Aquele empresário que se diz empreendedor puro
sangue e ama o seu negócio, geralmente é o que defende com unhas e dentes o
reinvestimento total dos lucros no próprio negócio. Mas em minha humilde
opinião não é prudente reinvestir a totalidade dos lucros, pois na medida em
que você concentra excessivamente todo o seu patrimônio em um único negócio, o
seu risco aumenta consideravelmente. Diversificação é a chave para a construção
de um grande patrimônio no longo prazo com uma relação risco/retorno ideal. Mesmo
que esse empresário seja muito conservador e aceite investir uma parte dos seus
lucros na caderneta de poupança ou fundo de renda fixa do seu banco e em
imóveis, ele já estará de certa forma diversificando o seu patrimônio. Nesse
caso, basta o empresário trocar as aplicações bancárias e os imóveis pelos
investimentos no tesouro direto e nos fundos imobiliários, respectivamente, e
isso ele consegue facilmente abrindo uma conta na corretora de valores de sua
preferência. Pode parecer besteira ou perda de tempo para esse empresário, mas
essa pequena atitude representa um retorno muito maior para ele no longo prazo.
É necessário que o empresário compreenda que
os lucros da sua empresa são a fonte cristalina para a construção de um patrimônio
que irá permitir uma renda passiva capaz de sustenta-lo sem a obrigatoriedade de
trabalhar incansavelmente para pagar as contas. O trabalho será apenas por
prazer. Mesmo reconhecendo a importância de se reinvestir uma parte dos lucros
anualmente para que a empresa possa crescer organicamente e gerar mais lucros
no futuro, acredito que o futuro de uma empresa sempre será incerto, pois são
muitas as variáveis exógenas e endógenas que afetam o negócio. Por exemplo, um
funcionário sofre um acidente de trabalho e vem a óbito. Prejuízo financeiro e
moral imensurável para a empresa. Outro exemplo, o setor na qual a empresa está
inserida passa por constantes mudanças tecnológicas e a empresa não se adaptou,
tornando-se obsoleta frente aos seus correntes. Ela irá falir em breve com toda
a certeza. Poderia dar vários outros exemplos aqui, principalmente de variáveis
endógenas, no caso em se tratando do Brasil, exemplos não faltam mesmo, haja
vista a insegurança jurídica que reina em nosso país.
Enfim, espero que o leitor compreenda a
mensagem que tentei transmitir neste artigo. Não sou o dono da verdade e não
pretendo aqui persuadir o leitor que é empresário a deixar de reinvestir os lucros.
Apenas aconselho a investir uma parte dos lucros em outros ativos existentes no
mercado. Espero ter contribuído mais uma vez e desejo bons investimentos e bons
estudos!
Abraços,
Seja
Independente