quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Investidor Mirim

 


Olá pessoal,

 

  Não sei se vocês estão por dentro do assunto, mas vocês sabiam que está havendo um boom de contas abertas na Bolsa de Valores de São Paulo [B³] por investidores mirins? Segundo essa matéria da Revista Istoé Dinheiro, o total de investidores de até 18 anos nas corretoras do grupo XP saltou 370% nos últimos 2 anos. E nos 12 meses encerrados em setembro, o número de contas de pessoas de até 15 anos na [B³] mais do que dobrou, passando de 12 mil. Esses dados por si só já mostram uma mudança relevante na nova geração que está se formando no nosso país. Uma geração mais educada financeiramente, e que sabe gerenciar riscos e analisar ativos individualmente no mercado financeiro.                                                      

  Há 2 décadas atrás, quando eu era adolescente, não costumávamos ler esse tipo de notícia. Pelo contrário, era muito comum lermos matérias sobre o consumismo desenfreado por parte das pessoas da minha idade naquela época. Aliás, vale ressaltar que naquele período o Brasil ainda mantinha uma taxa Selic muito alta, incentivando as pessoas a aplicarem o dinheiro na renda fixa do banco tradicional, que se resumia praticamente à caderneta de poupança, ao CDB e aos fundos de investimentos de renda fixa com taxa de administração exorbitante. A Bolsa de Valores se resumia a poucas empresas listadas e pouquíssimos investidores individuais (especuladores em sua maioria). Ainda era um ambiente hostil, guardando resquícios da época do pregão viva-voz e da hiperinflação.                     

  Mas para a nossa felicidade, o ambiente de bolsa vem mudando positivamente nos últimos anos. A relativa estabilidade monetária, apesar da estabilidade fiscal estar sendo ameaçada agora, permitiu um amadurecimento do mercado de capitais brasileiro, com a entrada de mais empresas, maior comprometimento com a governança corporativa e maior amplitude de salvaguardas internas para combater eventuais fraudes, contando com o apoio institucional da CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Podemos destacar também o surgimento de uma onda de educação financeira promovida por influenciadores digitais na internet, principalmente via Youtube. Inclusive alguns investidores mirins, como mostrado na matéria da Istoé Dinheiro, estão promovendo a disseminação da educação financeira através de canal próprio no Youtube. É muito importante que eles tenham essa iniciativa.                   

  É primordial a atitude dos pais em cultivar o hábito de poupar e investir o suado dinheiro nas crianças ainda cedo. A partir dos primeiros anos de vida os pais já podem ensinar o filho a poupar e investir de uma forma mais lúdica, recorrendo a ferramentas como moedas, cédulas, cofres em formato de porquinho e jogos educativos, como Banco Imobiliário (joguei muito na minha infância). A personalidade do indivíduo é formada ainda na primeira infância e os hábitos que ele adquire nessa fase tende a ser cultivado de forma exponencial ao longo da vida.

  O nosso país precisa muito de uma geração de jovens educados financeiramente, que poupam, investem e disseminam o seu conhecimento para o restante da sociedade. Nenhum país na história da humanidade se desenvolveu sem uma poupança interna robusta que alavancasse o seu crescimento. Se você tem filho(a) pequeno(a) e leu esse artigo, reflita a respeito. Ele(a) e o Brasil irão lhe agradecer eternamente!

      

             

Abraços,

Seja Independente 


Nenhum comentário:

Postar um comentário