domingo, 23 de dezembro de 2018

Paulo Guedes no 19º Fórum da Liberdade (2006)



Olá pessoal,



   Gostaria que vocês assistissem esse excelente vídeo do nosso futuro ministro da economia Paulo Guedes, explicando com maestria sobre todos esses assuntos que tenho tratado recentemente no meu blog, e acredito que todo investidor iniciante, assim como eu, deve assistir esse vídeo.

Analisar os fundamentos da economia é muito importante!


Olá pessoal,

  Hoje eu irei falar sobre a importância de se analisar os fundamentos da economia nacional antes de iniciar a formatação da sua carteira de investimentos. Na minha humilde opinião, como investidor iniciante e autodidata, é primordial analisar todos os fundamentos econômicos antes de começar a investir, mas obviamente que a maioria dos investidores não terá essa percepção no início da formatação. Pelo contrário, eles terão essa percepção após já terem investido uma parte do patrimônio e adquirido uma certa bagagem de conhecimento por meio de livros, sites e cursos. Além do mais, essa análise não se encerra num determinado ponto do tempo, mas sim continua de forma perene enquanto o investidor estiver formatando a sua carteira ao longo da vida.
  No caso específico do Brasil, ainda continuamos com fundamentos ruins, apesar do nosso potencial para crescer nas próximas décadas. Precisamos de várias reformas no meu ponto de vista, como previdenciária, tributária, trabalhista, política, administrativa, penal e educacional. Precisamos de mais Brasil e menos Brasília. Precisamos acabar com os privilégios de elites abastadas que vem se perpetuando desde os tempos em que éramos colônia de Portugal. Herdamos de Portugal um Estado intervencionista, paternalista, hipertrofiado e corrupto, e que ao invés de ter sido expurgado do nosso ordenamento jurídico, foi aprimorado após a redemocratização e a Constituição de 88 em benefício da classe política e em detrimento da sociedade em geral. E o que tudo isso significa para a nossa carteira de investimentos? Muita coisa, a começar pelos juros altos praticados pelo governo e pelos bancos, pela inflação que corrói os salários dos trabalhadores e pela alta carga tributária imposta pelo governo. Com base nesse cenário, posso afirmar que o mais prudente a se fazer é ser conservador na formatação da sua carteira “agressiva”. Os melhores setores nesse caso são aqueles que se beneficiam dos juros altos e da sua própria natureza “resiliente”. É por isso que metade da minha carteira de ações está investida no setor financeiro (bancos e seguradoras) e a outra metade nos setores elétrico, hospitalar e educacional. A única empresa cíclica em que eu invisto é a Ambev, por se tratar de uma multinacional brasileira com ótima governança corporativa e líder de mercado (pelos menos por enquanto, apesar da Heineken). Também invisto numa carteira de fundos imobiliários com foco exclusivamente em salas comerciais, numa carteira de títulos públicos e numa ETF norte-americana (para diversificar geograficamente e fazer o hedge cambial), mas essas carteiras representam a menor parte da minha carteira total de investimentos.
  Entendam que é muito difícil para as grandes empresas listadas na Bolsa do setor cíclico fazerem investimentos de longo prazo para que possam ter maior rentabilidade e assim gerarem maior retorno para os seus acionistas. O ambiente de negócios no nosso país é muito hostil, a começar pela alta e complexa carga tributária, pelos altos encargos sociais e trabalhistas, pela mão-de-obra desqualificada em virtude do nosso baixo nível educacional, pela insegurança jurídica que dificulta o cumprimento dos contratos, sejam eles cíveis ou administrativos, pela precária infraestrutura das rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, e por todos os outros gargalos conjunturais que formam o nosso chamado Custo-Brasil. Mesmo que futuros governos liberais tenham a boa vontade de reverter esse quadro, isso levaria décadas para começar a surtir efeitos, dada a quantidade de problemas que nós temos, a começar pela nossa mão-de-obra desqualificada e o envelhecimento populacional aliado a uma diminuição da natalidade (perda do bônus demográfico).
  Portanto, antes e durante a formatação da sua carteira de investimentos, pense mais a respeito desses problemas que entravam o nosso crescimento econômico. Um bom livro que eu recomendo para entender um pouco mais a nossa situação é “Macroeconomia para Executivos”, dos autores Fabio Giambiagi e Cristiane A. J. Schmidt. 





                                                       
Abraços,
Seja Independente

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Reforma da Previdência não resolve o seu problema!


Olá pessoal,

  No artigo de hoje vou falar de uma forma oportuna sobre um tema recorrente nos dias atuais, não apenas no Brasil, mas no mundo inteiro, que é a Previdência Social. Meu interesse em falar sobre esse tema hoje surgiu ao ler uma entrevista no site Infomoney com o economista Andras Uthoff, consultor internacional e conselheiro regional da OIT e professor da Faculdade de Economia e Negócios da Universidade do Chile (ver aqui).

Economista Andras Uthoff



  Na opinião desse economista, a promessa do modelo de previdência por capitalização -adotado no Chile em 1981 durante a ditadura de Augusto Pinochet - de gerar poupança suficiente para impulsionar a economia e garantir empregos de qualidade, fracassou. Ele lembra que, atualmente, mesmo com a reforma promovida no governo de Michelle Bachelet, 79% das pensões estão abaixo do salário mínimo. Na época da implementação, o Estado chileno fechou o sistema público e criou Administradoras de Fundos de Pensão (AFP). Entretanto, essas administradoras, ao invés de investir no Chile, passaram a investir em instrumentos financeiros no exterior. Isso não gerou o aumento esperado da poupança interna e, consequentemente, não gerou o crescimento esperado do PIB chileno, gerando desemprego, informalidade e alta rotatividade. Sendo assim, o trabalhador chileno não teve condições de contribuir para a sua previdência de forma regular e disciplinada ao longo de sua vida laboral.




  Quais lições podemos extrair desse exemplo do Chile? Pelo menos duas lições que eu considero fundamentais: 1ª) Nunca confie o seu futuro a qualquer pessoa ou instituição, pública ou privada. Você é a única pessoa responsável por gerir os recursos que irão prover o seu sustento na velhice. Não delegue essa função a ninguém, nem ao governo através da previdência social ou dos fundos de pensão (no caso do Chile), nem aos bancos através de previdência privada; 2ª) Não existe uma Previdência Social ideal que cumpra a sua função social, em nenhum país do mundo. Investir maciçamente em infraestrutura e educação, fortalecer o comércio exterior eliminando barreiras protecionistas, incentivar a livre iniciativa e diminuir impostos, são medidas muito mais efetivas para a diminuição das desigualdades sociais do que simples reformas na previdência social.
  Sugiro ao colega leitor ler toda a entrevista para que possa entender a complexidade da questão previdenciária, não apenas no Chile, mas no mundo inteiro. É necessário que cada um de nós tenha a consciência de que o futuro é incerto e cabe somente a nós a responsabilidade pela gestão dos recursos que irão prover as nossas necessidades na velhice.

Abraços,
Seja Independente

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Perspectivas para o futuro da economia brasileira


Olá pessoal,

  No artigo de hoje irei falar um pouco sobre as perspectivas para o futuro da economia brasileira. É importante no momento atual fazermos uma reflexão sobre todos os problemas pelo qual o nosso país está passando, para que possamos fazer projeções acerca de nosso futuro. Também é importante avaliarmos o cenário externo atual, pois ele irá interferir também na nossa economia, para melhor ou para pior dependendo da política externa adotada pelo futuro governo.
  Como bem sabemos, Jair Bolsonaro foi eleito Presidente da República para o próximo mandato 2019-2022 e com ele veio uma equipe econômica ortodoxa, liberal e reformista. Isso é um bom sinal para a retomada econômica e a volta da geração de empregos. Mas infelizmente isso não é suficiente. As principais reformas necessárias para o nosso país, a previdenciária e a tributária, por mais eficientes que sejam, precisam ainda passar pelo crivo do Congresso Nacional, e isso não será nada fácil, haja vista o nosso Congresso ser bastante heterogêneo, composto em sua maioria por vários parlamentares de partidos diferentes, cada qual com sua ideologia, sem contar a velha e costumeira política do toma-lá-dá-cá. Sendo assim, existe um risco iminente de passar pelo Congresso reformas desidratadas, com várias emendas, ou até mesmo postergadas, “empurradas com a barriga”. Se isso acontecer, ficará muito difícil resolver o rombo fiscal do governo, e sendo assim, restarão apenas duas alternativas para resolver o problema no curto prazo: aumentar impostos ou aumentar a dívida pública, que já é gigantesca, diga-se de passagem. Ambas são como enxugar gelo, não atacam as causas do problema. Para piorar a situação, segundo alguns economistas internacionais, existe o risco de voltarmos a ter uma crise econômica mundial caso a tensão comercial entre EUA e China continue aumentando e a política fiscal de Donald Trump continue em vigor até o final do seu mandato. Toda crise mundial respinga nos países emergentes, e ainda somos um país emergente.
  No melhor dos cenários, com o governo conseguindo aprovar as reformas no Congresso sem muitas mudanças e sem a eclosão de uma crise mundial, podemos crescer em média 4 a 5% ao ano nos próximos cinco anos, no meu ponto de vista. No pior dos cenários, com as reformas sendo prejudicadas no Congresso e a eclosão de uma crise mundial severa que afete nossa balança comercial, voltaremos à estaca zero, crescendo talvez nem 1% em média ao ano nos próximos cinco anos, dando os vôos de galinha de sempre.
  Mas devemos ser otimistas. Temos o dever moral e cívico de sermos otimistas e cumprir bem o nosso papel na sociedade brasileira, prestando bons serviços e investindo na nossa economia. Se você já está num patamar financeiro elevado e quer remeter todo seu capital para o exterior, não faça isso, pelo menos agora. Vamos manter a esperança de que em breve voltaremos a ter um crescimento tão bom quanto foi o de 15 anos atrás no início do governo Lula. Não podemos abandonar o país agora, pois caso abandonemos ficará mais difícil deixarmos um país mais justo para os nossos filhos e netos.
  Encerro o artigo com um ditado do ex-presidente norte-americano John F. Kennedy, que diz: “Não pergunte o que seu país pode fazer por você. Pergunte o que você pode fazer por seu país”.

Abraços,
Seja Independente


sábado, 24 de novembro de 2018

Bitcoin não é investimento!









Olá pessoal,

  No artigo de hoje eu irei falar sobre bitcoin e defender a minha opinião de que ela e as outras moedas digitais não são investimento. É sempre importante frisar que eu não pretendo aqui neste blog ser o dono da verdade e convencer as pessoas sobre o que é certo e errado no mundo dos investimentos, apenas pretendo demonstrar a minha opinião e defende-la com argumentos. Portanto quem quiser discordar de mim e parar a leitura agora, fique à vontade.
  Vamos lá. Para que o leitor possa entender o porquê de não achar as moedas digitais uma forma de investimento, precisamos entender a diferença entre investimento e reserva de valor. A sociedade costuma chamar tudo aquilo que tem a possibilidade de gerar lucro no futuro de “investimento”, mas nem sempre é assim. Investimento é aquele negócio que garante o valor do principal com segurança e gera um lucro excedente no futuro. Mas nem todo negócio funciona dessa forma. No meu ponto de vista, os únicos investimentos que atendem esses requisitos são as ações, os fundos imobiliários e alguns ativos da renda fixa, principalmente os títulos públicos. Pois são os únicos que podem garantir o valor do principal com segurança e gerar um valor real acima da inflação acumulada do período do investimento para aquele investidor que estudou o negócio e sabia o que estava fazendo. Mas existem ativos cuja volatilidade de preço ou índice beta, como os analistas costumam chamar, é tão grande ao longo do período que ele não tem como garantir o valor do principal com segurança. Nesta categoria estão incluídos, além das próprias moedas digitais, contratos futuros de ouro, moedas estrangeiras como dólar, euro e iene, obras de arte e joias. A única função desses ativos é servir de proteção aos investidores em épocas de fortes recessões ou até mesmo depressões econômicas. Por isso eles costumam ser chamados de reserva de valor. Aqui não importa a rentabilidade, mas sim a proteção. Funcionam quase que como um “seguro catástrofe” num ambiente de caos econômico, como os ocorridos no crash da bolsa americana em 1929 e a crise do subprime em 2008. Alguns economistas preveem que num futuro não tão distante ocorrerá uma depressão econômica mundial de proporções inimagináveis, sendo muito maior do que as da década de 30 e a mais recente de 2008. Sendo assim, se torna imprescindível para o investidor incluir na sua carteira esse “seguro catástrofe”, para que não fique desguarnecido num eventual “fim do mundo”. Recomendo alocar esse tipo de ativo na carteira cerca de 1% do total. Quando o investidor já possui uma carteira multimilionária e certa experiência, é prudente que aumente esse percentual para até 5%, pois a relação entre patrimônio e proteção é sempre diretamente proporcional.
  Existem livros escritos por economistas renomados da Escola Austríaca de Economia, como “Desestatização do Dinheiro”, de Friedrich August von Hayek, ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 1974, e “O que o governo fez com o nosso dinheiro?”, de Murray N. Rothbard, que foi vice-presidente acadêmico do Ludwig von Mises Institute, que apesar de terem sido escritos há décadas atrás, são bem atuais no tocante ao surgimento das moedas digitais. Recomento a leitura desses livros para quem quer entender um pouco mais sobre essas moedas. Se alguém me perguntar se as moedas digitais são uma bolha, eu respondo que podem até ser no curto prazo, mas tenho minhas dúvidas se elas deixarão de existir, pois a plataforma digital que está por trás das moedas digitais, chamada de Blockchain, veio para ficar de vez. É a mesma plataforma que vai digitalizar os processos dos cartórios e das repartições públicas no Brasil e no mundo. É uma tecnologia da Terceira Revolução Industrial, e não tem como voltar atrás!





  











  

  





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  Espero ter contribuído mais uma vez para a comunidade de investidores e caso queiram dar a sua opinião, deixem seus comentários. Todos aqueles que desejam aprender mais com o blog e querem contribuir de alguma forma para o seu crescimento serão bem-vindos!

Abraços,
Seja Independente

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Imóveis x Fundos Imobiliários


Olá pessoal,

  No artigo de hoje falarei sobre as diferenças entre o investimento em imóveis e o investimento em fundos imobiliários. Antes de falar a respeito das diferenças, farei um breve histórico das modas de investimento no Brasil. Da década de 70 para cá existiram três grandes modas: a era dos imóveis, a era dos juros e a era dos riscos.
  Até a década de 70, o Brasil era uma economia predominantemente rural, em que as cidades estavam começando a crescer. Devido ao difícil acesso ao mercado financeiro, os brasileiros que conseguiam economizar compravam imóveis, mais por falta de opção mesmo. Sendo assim, o patrimônio desses investidores se multiplicou rapidamente. Por isso, as pessoas mais experientes geralmente aconselham o investimento em imóveis, porque têm em mente que esse tipo de investimento é infalível. Já a partir da década de 80, a economia brasileira passou por uma instabilidade gigantesca em virtude da hiperinflação do período. Sendo assim, os governos desse período adotaram juros estratosféricos para esfriar a atividade econômica. Portanto, os investidores passaram a ser agiotas, sendo remunerados por esses juros pornográficos da renda fixa (Caderneta de Poupança e Títulos Públicos). Já no início do século XXI, a economia brasileira já estava estabilizada após o Plano Real, e com a inflação sob controle e os juros reduzidos, os investidores passaram a se arriscar mais no mercado financeiro. Onde estou querendo chegar com essa retrospectiva? Estou querendo mostrar ao leitor, principalmente aos mais experientes, que não necessariamente o investimento em imóveis seja a melhor opção na economia. Pode até ser, mas na condição de o investidor saber pesquisar (fazer checklist e avaliação), ter paciência e fazer as contas corretamente.
  Hoje sabemos como se procede a aquisição e registro de imóveis e todos os percalços que são gerados para mantê-los e revende-los posteriormente com algum ganho de capital. No momento da pesquisa, é recomendado contratar uma avaliação de mercado para o imóvel. No momento da aquisição, já está embutido no valor do imóvel a comissão do corretor (quando existe a intermediação). No momento do registro, é obrigatório recolher o imposto de transmissão e os emolumentos cartorários, cujo total pode variar de 3 a 5% do valor do imóvel, dependendo da região. Durante o período de usufruto, caso não consiga alugar, é necessário pagar IPTU, energia elétrica, água encanada, taxa de condomínio e as despesas de manutenção elétrica, hidráulica e afins, sem contar reformas necessárias para a conservação do imóvel, como pintura e emassamento de paredes com infiltração ou troca de piso ou janela quebrados. Após a contabilização de todos esses itens, o investidor ainda deverá considerar o valor de avaliação de mercado no momento da venda (alguns imóveis se desvalorizam), o recolhimento de imposto de renda e a comissão da imobiliária sobre os aluguéis mensais, e após tudo isso, o custo de oportunidade caso aquele valor investido no imóvel fosse aplicado no mercado financeiro. Somente após toda essa contabilidade o investidor saberá se teve ganho ou perda de capital com o imóvel investido. Além disso, ainda não estou contando com o fato de que geralmente o valor dispendido em um único imóvel é muito alto, podendo ser mais alto ainda caso o investidor financie em prestações a perder de vista.
  Mas para quem sente segurança apenas com imóveis, nem tudo está perdido. Após o fortalecimento do mercado de capitais no Brasil, surgiram os fundos imobiliários, que são fundos formatados na forma de condomínios, onde cada “condômino” adquire cotas desse fundo para que possam ser investidos em vários imóveis com a finalidade de explorar comercialmente, seja alugando ou vendendo. Cada fundo é gerido por uma empresa chamada gestora e administrado por uma empresa chamada administradora, e cada uma dessas empresas é remunerada mensalmente por meio das taxas de gestão e administração, que são descontadas das receitas mensais do fundo. Os rendimentos líquidos são distribuídos mensalmente para os cotistas, arcando com o imposto de renda somente quando revende as suas cotas no mercado. Portanto, o investidor de fundos imobiliários conta com quatro grandes vantagens em relação ao investidor de imóveis: 1ª) O valor investidor nas cotas do fundo é muito menor do que o valor investido em um único imóvel, pois o investidor adquire apenas um quinhão de um portfólio imobiliário juntamente com outros investidores; 2ª) Pelo fato de estar investindo em um pedaço de um portfólio contendo dezenas de imóveis, o investidor passa a diversificar automaticamente os seus investimentos, puxando o risco da sua carteira para baixo, sem comprometer o retorno (relação risco/retorno ideal); 3ª) O investidor conta com uma equipe de profissionais gabaritados para cuidar de toda a parte burocrática, inclusive das tomadas de decisões, livrando o investidor de muitas dores de cabeça comuns aos investidores que investem diretamente em imóveis; 4ª) Ao investir em cotas de fundos imobiliários, o investidor passa a ter muito mais liquidez do que se investisse apenas em imóveis. O cotista pode resgatar as suas cotas em questão de horas com um eventual prejuízo muito pequeno. Já o investidor de imóveis pode levar meses para vender e ainda ter um grande prejuízo caso tenha que vender numa época de crise.
  Não é o meu intuito aqui neste artigo tentar convencer alguns investidores a descartar completamente o investimento direto em imóveis. Apenas quero alertar que não é a única opção existente no mercado que vai garantir rentabilidade futura para o investidor. O investidor pode diversificar a sua carteira com ações, fundos imobiliários e um ou dois imóveis, ao invés de investir todo o patrimônio em imóveis, perdendo liquidez e correndo altos riscos, sem contar o fato de que muitas vezes não tem recursos suficientes para investir em um único imóvel sequer.
  Espero ter contribuído mais uma vez para aqueles que assim como eu estão se aprofundando no mundo dos investimentos. É de vital importância que cada um de nós tenha consciência da necessidade de eliminar crenças limitantes da nossa mente e estar sempre aberto a novos conhecimentos. Desejo a todos bons investimentos e bons estudos!

Abraços,
Seja Independente


sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Empresário x Investidor


Olá pessoal,

  No artigo de hoje falarei sobre as diferenças entre as atividades de empresário e investidor e como o investidor que é empresário pode conciliar as duas atividades para construir patrimônio no longo prazo. Já ouvi muitos empresários dizerem que é melhor reinvestir os lucros da empresa do que investir os lucros em outros ativos, e humildemente tenho que discordar parcialmente desse pensamento. Vou explicar o porquê dessa minha discordância.
  O investimento em um negócio próprio é considerada a de maior risco dentre as diversas formas de investir, superando o risco dos investimentos em ações. Ao investir em um negócio próprio, você terá de administrar os riscos com funcionários, burocracias inerentes à atividade, recolhimento de impostos e envio de informações ao fisco, controle de qualidade dos produtos e/ou serviços, satisfação de clientes, fornecedores e concorrentes. Já ao investir em ações, você estará adquirindo parte do capital de uma empresa de grande porte, com grande participação em seu mercado, finanças organizadas, administradas por profissionais altamente gabaritados e fiscalizada por todo um mercado de investidores. Todas essas qualidades não eliminam a possibilidade dessas empresas quebrarem, mas diminuem esse risco sensivelmente.   
  Aquele empresário que se diz empreendedor puro sangue e ama o seu negócio, geralmente é o que defende com unhas e dentes o reinvestimento total dos lucros no próprio negócio. Mas em minha humilde opinião não é prudente reinvestir a totalidade dos lucros, pois na medida em que você concentra excessivamente todo o seu patrimônio em um único negócio, o seu risco aumenta consideravelmente. Diversificação é a chave para a construção de um grande patrimônio no longo prazo com uma relação risco/retorno ideal. Mesmo que esse empresário seja muito conservador e aceite investir uma parte dos seus lucros na caderneta de poupança ou fundo de renda fixa do seu banco e em imóveis, ele já estará de certa forma diversificando o seu patrimônio. Nesse caso, basta o empresário trocar as aplicações bancárias e os imóveis pelos investimentos no tesouro direto e nos fundos imobiliários, respectivamente, e isso ele consegue facilmente abrindo uma conta na corretora de valores de sua preferência. Pode parecer besteira ou perda de tempo para esse empresário, mas essa pequena atitude representa um retorno muito maior para ele no longo prazo.
  É necessário que o empresário compreenda que os lucros da sua empresa são a fonte cristalina para a construção de um patrimônio que irá permitir uma renda passiva capaz de sustenta-lo sem a obrigatoriedade de trabalhar incansavelmente para pagar as contas. O trabalho será apenas por prazer. Mesmo reconhecendo a importância de se reinvestir uma parte dos lucros anualmente para que a empresa possa crescer organicamente e gerar mais lucros no futuro, acredito que o futuro de uma empresa sempre será incerto, pois são muitas as variáveis exógenas e endógenas que afetam o negócio. Por exemplo, um funcionário sofre um acidente de trabalho e vem a óbito. Prejuízo financeiro e moral imensurável para a empresa. Outro exemplo, o setor na qual a empresa está inserida passa por constantes mudanças tecnológicas e a empresa não se adaptou, tornando-se obsoleta frente aos seus correntes. Ela irá falir em breve com toda a certeza. Poderia dar vários outros exemplos aqui, principalmente de variáveis endógenas, no caso em se tratando do Brasil, exemplos não faltam mesmo, haja vista a insegurança jurídica que reina em nosso país.
  Enfim, espero que o leitor compreenda a mensagem que tentei transmitir neste artigo. Não sou o dono da verdade e não pretendo aqui persuadir o leitor que é empresário a deixar de reinvestir os lucros. Apenas aconselho a investir uma parte dos lucros em outros ativos existentes no mercado. Espero ter contribuído mais uma vez e desejo bons investimentos e bons estudos!

Abraços,
Seja Independente

sábado, 20 de outubro de 2018

Longevidade e Juros Compostos: uma combinação perfeita!


Olá pessoal,

  No artigo de hoje falarei sobre um assunto bem interessante para quem está começando a investir e que com certeza vai servir de motivação para continuar investindo no longo prazo: a combinação perfeita da longevidade com os juros compostos. Muitos podem estar achando estranho esse título, mas eu vou explicar tentando ser o mais didático possível.
  Muitos já devem saber o efeito milagroso dos juros compostos nos investimentos, gerando verdadeiras fortunas para quem sabe investir ao longo do tempo. Pois bem, esse efeito só acontece se o investidor se mantiver vivo por muito tempo enquanto os investimentos crescem exponencialmente, isso porque o fator multiplicador (1 + i) é elevado à potência pelo número de anos do investimento. Sendo assim, quanto mais tempo o investidor levar para resgatar em vida aquele investimento, maior será o montante ao final do período. Para que se possa ter uma ideia da dimensão do efeito dos juros compostos, pesquise no Google sobre a fábula educacional do xadrez e a função exponencial, contada no livro “O homem que calculava”, do autor Júlio César de Melo e Sousa (pseudônimo Malba Tahan). Acredito que após ler a fábula muitos irão se surpreender com o resultado, assim como eu também fiquei. Mas óbvio que, na prática, ninguém investe durante 64 anos sem consumir boa parte dos rendimentos e do principal (uma parte do principal pode ser doada ou herdada), pois seria loucura. O autor quis apenas mostrar o quão poderosa é a força dos juros compostos. Como dizia o autor da teoria da relatividade Albert Einstein: “Os juros compostos é a força mais poderosa do universo”.




  Acredito que agora você deve estar começando a entender a importância da longevidade para aqueles indivíduos, que assim como eu, se dedicam aos investimentos. Por isso é importante manter hábitos saudáveis, como dieta balanceada e atividade física regular. Muitos podem questionar essa tese alegando que um indivíduo pode ter hábitos nocivos ao longo da vida, como dieta inadequada, alcoolismo e tabagismo, mas pode ter uma boa genética e sendo assim sobrepujar os efeitos que abreviam a longevidade. Mas muitas pessoas também se esquecem de que não adianta apenas viver muito. Também é necessário ter qualidade de vida ao longo da jornada da vida, pois os hábitos nocivos tendem a causar doenças de todo tipo, gerando gastos extras com saúde, como consultas médicas frequentes, tratamentos e exames caros, remédios caros e etc., diminuindo a capacidade daquele investidor de fazer os aportes necessários. Sem contar que algumas pessoas possuem algum problema de saúde crônico, como alergia, hipertensão, diabetes tipos I e II, insuficiência renal, hemofilia e etc., além das infecções comuns a todas as pessoas que nos acometem ao menos uma vez na vida. Também vale lembrar aqui que nunca antes na história da humanidade o ser humano conseguiu uma expectativa de vida tão alta como a da atualidade, sem contar a crescente taxa de natalidade em alguns continentes como a África e a Ásia. Consequentemente, o número de habitantes no nosso planeta tende a aumentar substancialmente nas próximas décadas. E isso demanda muitos gastos com saúde ao redor do mundo. E sabemos que nem todo ser humano nasce para cuidar da saúde dos outros. Sendo assim, a tendência é que os gastos com saúde inflacionem ao longo do tempo. Por isso é tão importante cuidar da saúde se prevenindo ao invés de se remediar constantemente.
  Existem vários exemplos de investidores que são a prova viva de que os juros compostos é a força mais poderosa do universo. O exemplo mais conhecido no mundo é o do megainvestidor norte-americano Warren Buffett. Sua fortuna está hoje avaliada em US$ 72,5 BILHÕES. Começou a investir em ações aos 11 anos de idade em 1942 e desde então não parou de investir. Por isso, a maior parte de sua riqueza, cerca de 94% dela, foi obtida somente após Warren passar dos 60 anos de idade, justamente devido ao efeito dos juros compostos.


Warren Buffett
   Enfim, exemplos não faltam, poderia passar um dia inteiro dando outros exemplos neste artigo, mas por questão de economicidade citei apenas o caso do vovô bilionário Warren Buffett, por ser o mais conhecido. Por isso sempre recomendo que o investidor nunca desista ao longo da caminhada, mesmo sendo cansativo e chato. Costumam dizer que o investimento de longo prazo é como uma maratona de 40 km e não uma corrida de 100 m. Paciência e disciplina são fundamentais para atingir os seus objetivos.




  Espero ter contribuído mais uma vez para a comunidade de investidores com esse artigo motivacional. Bons estudos e bons investimentos!

Abraços,
Seja Independente
 

                                       

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Formação Básica do Investidor

Olá pessoal,

  Neste artigo falarei sobre as áreas de conhecimento que o investidor deve dominar para que possa ter sucesso na sua carreira de investidor. Na verdade esse artigo é um complemento do artigo sobre o conhecimento, mas um pouco mais analítico, com mais digressões sobre o assunto, e mais voltado para a parte prática.
  Para que um investidor consiga primeiramente sobreviver ao mercado financeiro para depois obter êxito futuramente, ele deve estar constantemente informado e explorando o máximo de conteúdo disponível na internet, nos livros e nos cursos. É importante também que antes de qualquer coisa o investidor comece investindo pouco dinheiro e formando a sua reserva de emergência. Assim que for adquirindo conhecimento, o investidor se sentirá mais seguro para aumentar os aportes mensais.
  São várias áreas de conhecimento que o investidor deve dominar com clareza para que possa ter o discernimento necessário na hora de investir. Para não ter que citar todas, vou citar as que eu considero mais importante. O investidor deve entender de Política. Saber o que é Socialismo (Carl Marx, Lênin, Stálin). Saber o que é Capitalismo. O investidor deve entender de Geopolítica/História. Saber os principais acontecimentos do mundo moderno e as respectivas lições extraídas de cada uma delas (Guerras mundiais I e II, Guerra Fria, Ditaduras ao redor do mundo). O investidor deve entender de Economia. Saber o que é uma economia de livre mercado (Adam Smith, David Ricardo, Malthus, Escola Austríaca de Economia), o que é uma economia intervencionista (John Maynard Keynes). Saber o que foi o padrão ouro. Saber o que é o padrão papel-moeda. Saber como se origina a inflação. Saber um pouco de microeconomia (oferta e demanda, demanda inelástica, bens complementares, bens substitutos). O investidor deve entender pelo menos o básico de Matemática Financeira. Saber o que é juros compostos e o seu efeito exponencial nos investimentos. Saber calcular o valor presente de qualquer investimento ou empréstimo. O investidor deve entender pelo menos o básico de Contabilidade. Saber distinguir um ativo de um passivo e entender o grande segredo por trás da fórmula [Patrimônio Líquido = Ativo – Passivo]. Existem vários outras áreas importantes, mas prefiro deixar o colega investidor satisfazer a sua curiosidade por conta própria. O Google e o Youtube existem para isso. São ótimas ferramentas de estudo e de fácil acesso.
  O investidor mais conservador que investe boa parte do patrimônio em renda fixa (acima de 50%) pode questionar a necessidade de ter essa formação básica, essa vasta gama de conhecimento, para obter êxito nos investimentos, já que a renda fixa é “segura” e não traz grandes surpresas ao longo do tempo. Mas é aí que está o grande X da questão. Dependendo da inflação acumulada ao longo do período e a qualidade da renda fixa desse investidor, ao invés de ter êxito ele pode ter um grande prejuízo, sem ele mesmo saber, pois renda fixa não é a mesma coisa de poder aquisitivo. Para entender melhor o que estou dizendo, basta ler novamente o meu artigo sobre ‘Renda Fixa e Inflação’. Portanto, é importante que o investidor, por mais conservador que ele seja, tenha um pouco de conhecimento em cada área, principalmente em Economia. Querem ver outro exemplo de como é importante ter conhecimento nessas áreas, como Matemática Financeira, por exemplo? Mesmo na renda fixa existe um vasto leque de opções de investimento, desde CDB e LCI dos grandes e pequenos bancos, debêntures de empresas, fundos de investimento em renda fixa, fundos multimercados, até as opções mais seguras, que são os títulos do Tesouro Direto. Cada um deles possui uma taxa pré-fixada ou pós-fixada e um prazo de vencimento, além de outras características importantes, mas vamos nos ater apenas a essas duas para sermos mais objetivos. Para que o investidor consiga atingir os seus objetivos financeiros, seja uma aposentadoria, um imóvel próprio, um veículo próprio, ou uma viagem dos sonhos com a família, o investidor deve saber usar a fórmula de capitalização por juros compostos para que possa fazer uma estimativa de quanto vai resgatar líquido de taxas e impostos no dia do vencimento. Sem contar o trabalho que terá para analisar outros fatores que também influenciam no montante líquido que será resgatado, como o rating das instituições financeiras que vendem os produtos bancários, pois existe a possibilidade de calote nesse caso, e a taxa de administração que incide nos fundos de investimento.
  Mas caso o investidor conservador não tenha se convencido dessa necessidade de estudar pelo menos um pouco cada assunto, ou seja, opte pela ignorância (pelo menos nos investimentos e não na profissão) e delegue o seu patrimônio a um gestor de um fundo de investimento, seja através de um banco ou de uma corretora, saiba que os riscos continuarão a existir. Você terá que confiar num gestor ou numa equipe de gestores que você não conhece, não sabe se tem competência suficiente, se tem outros interesses além de cuidar do seu patrimônio (sempre tem), enfim, você pagará caro por um serviço ao longo de vários anos e não sabe se realmente terá o retorno desejado.
  Enfim, espero que o investidor compreenda a mensagem que tentei trazer nesse artigo e a partir de agora invista mais consciente. Espero ter contribuído mais uma vez para a comunidade de investidores. Bons estudos e bons investimentos.


Abraços,
Seja Independente

domingo, 30 de setembro de 2018

Livro Investindo em Ações no Longo Prazo, do autor Jeremy J. Siegel







Olá pessoal,

  Conforme prometido, irei falar um pouco sobre o livro Investindo em Ações no Longo Prazo, do autor norte-americano Jeremy J. Siegel. Vou explicar porque ele tem uma abordagem mais otimista do que o livro de Benjamin Graham no tocante ao retorno das ações no longo prazo.
  Apesar de se tratar de um livro escrito totalmente dentro da realidade norte-americana assim como o livro de Benjamin, podem-se tirar algumas conclusões dele no que diz respeito às ações. Ao longo da leitura do livro, consegui destacar alguns trechos que faz o investidor iniciante refletir sobre as vantagens de se investir em ações visando o longo prazo.
   Assim como eu fiz no artigo anterior, vou tentar abordar as lições tiradas do livro sem me alongar muito para que o artigo não fique cansativo. Logo no início do livro, ao tratar do assunto demografia mundial e onda de envelhecimento, o autor lança uma pergunta fundamental: os trabalhadores dos mercados emergentes são capazes de produzir bens suficientes para atender aos aposentados do mundo desenvolvido e esses trabalhadores podem economizar uma renda suficiente para comprar os ativos que os aposentados do mundo desenvolvido precisam vender para financiar sua aposentadoria? O autor responde que neste exato momento não, pois embora 80% da população mundial viva nos países em desenvolvimento, essas economias geram apenas metade da produção mundial. Porém, o autor afirma que essa proporção está mudando rapidamente. Segundo ele, o crescimento do PIB da China e da Índia é particularmente notável e continuará sendo até o final deste século. Ao lançar essa pergunta, o autor mostra que o PIB mundial irá crescer até o final deste século ao invés de diminuir, pois a onda de envelhecimento no mundo inteiro será compensada pelo crescimento populacional e consequente aumento da produtividade nos países emergentes, preenchendo a lacuna. E tudo isso favorece o investimento em ações no longo prazo.
   Em outro trecho mais adiante, o autor mostra o retorno total dos ativos desde 1802 nos EUA em um gráfico (não vou mostrá-lo aqui no artigo), onde o retorno anualizado das ações é de 8,1%, enquanto que o dos títulos públicos é de 5,1%, o das letras é de 4,2%, o do ouro é de 2,1% e o do dólar é de 1,4%, ou seja, o retorno das ações sobrepuja o dos outros ativos com sobras, de “lavada”. Sem levar em consideração que foi analisada apenas a média do mercado acionário (o autor fala em carteira ponderada por capitalização), pois se compararmos apenas com as ações mais rentáveis, essa diferença aumenta ainda mais. O autor ainda destaca que é fundamental compreender que o retorno total das ações retratado no gráfico não representa o crescimento no valor total do mercado acionário dos Estados Unidos. A riqueza em ações aumenta a um ritmo significativamente mais lento do que o retorno total das ações. O retorno total aumenta mais rapidamente do que a riqueza em ações porque os investidores consomem a maior parte dos dividendos pagos pelas ações e, portanto, esses dividendos não são reinvestidos e não podem ser usados pelas empresas para gerar capital. Na minha concepção, esse é o trecho mais importante do livro. Se o leitor compreender esse importante detalhe e encaixar na sua estratégia de investimento, não tenho dúvidas de que conseguirá obter um ótimo resultado no longo prazo.
  Existem vários outros trechos valiosos no livro, mas prefiro que o leitor descubra por si próprio. Citei apenas os que eu considero mais importantes. Aconselho o investidor a adquirir o livro após ter lido o livro O Investidor Inteligente, pois um complementa o outro com abordagens diferentes. Cabe a cada leitor ter uma reflexão crítica de cada livro após a leitura de ambos e tirar as suas próprias conclusões.
  Espero ter contribuído mais uma vez para a comunidade de investidores e desejo uma excelente leitura a todos. Bons estudos e bons investimentos!

Abraços,
Seja Independente

domingo, 16 de setembro de 2018

Livro O Investidor Inteligente, do autor Benjamin Graham





   Olá pessoal,

  Conforme prometido, irei falar um pouco sobre o Livro O Investidor Inteligente, do autor norte-americano Benjamin Graham. Vou explicar aqui o motivo pelo qual o megainvestidor Warren Buffett disse ser esse o melhor livro sobre investimentos que ele já leu.
   Apesar de se tratar de um livro escrito totalmente dentro da realidade norte-americana numa época longínqua que remonta desde o início do século XX (já foram lançadas várias edições ao longo do tempo), podem-se tirar várias lições valiosíssimas dele. Ao longo da leitura do livro, consegui destacar vários trechos tratando de diversos aspectos pertinentes à formatação de uma carteira de investimentos. De uma forma geral, é um livro que procura aconselhar o investidor leigo a ter o máximo de cautela e humildade na formatação da carteira, através de uma alocação adequada em renda fixa e diversificando ao máximo os ativos em renda variável.
   Assim como eu fiz no artigo anterior, vou tentar abordar as lições tiradas do livro sem me alongar muito para que o artigo não fique cansativo. Logo no início do livro, o autor destaca que o objetivo principal do livro será dar conselhos ao leitor sobre áreas de possíveis erros significativos e desenvolver políticas com as quais ele se sinta à vontade. Ele afirma que o principal problema do investidor é ele mesmo, na medida em que esse se expõe a contragosto às emoções e tentações do mercado após comprar ações, sem ter o temperamento necessário para o processo de investimento. Em outro trecho mais adiante, o autor aborda a questão do risco, cujo conceito é com frequência ampliado de forma a ser aplicado a uma eventual queda no preço de um título, muito embora essa queda possa ser de natureza cíclica e passageira e ser improvável que o proprietário seja forçado a vender em tais épocas. Ele afirma que muitas ações envolvem riscos de deterioração, porém um investimento em um conjunto de ações, executado de forma apropriada, não carrega qualquer risco substancial desse tipo e sendo assim não deveria ser tachado de arriscado simplesmente por causa da oscilação de preços. Em outro trecho mais adiante, o autor aborda a questão da política de investimento, onde essa depende em primeiro lugar de escolher o papel defensivo (passivo) ou o empreendedor (ativo). O ativo deve ter um conhecimento suficiente para justificar encarar suas operações de investimento como equivalentes a um negócio empresarial. Não há espaço nessa filosofia para um meio-termo ou uma série de gradações entre o status passivo e ativo. Nesse trecho, que eu considero o mais intrigante do livro, o autor coloca “o leitor contra a parede” e o aconselha a tomar uma posição no tocante à sua política de investimentos, e aconselhando-o a resistir corajosamente à tentação recorrente de aumentar o retorno da carteira ao se desviar por outros caminhos. Em outro trecho já nos últimos capítulos, o autor aborda a questão da diversificação, afirmando que manter seu dinheiro espalhado por muitas ações e setores é o único seguro confiável contra o risco de estar errado e que, além disso, maximiza suas chances de acerto. Nesse trecho, que considero de suma importância, o autor lembra que uma previsão perfeita do futuro não é um dom disponível para a maioria dos investidores e, sendo assim, a diversificação torna o único almoço grátis que o investidor tem à sua disposição. E aqui vale fazer uma ressalva muito importante: quando se fala em diversificação, não se fala apenas em diversificação de ativos, mas de classes de ativos. Tanto na renda variável como na renda fixa, existem as diversas classes de ativos. Na variável, podemos citar além das ações, os fundos imobiliários, cuja volatilidade é bem menor do que as ações e pagam proventos mensais. Sendo assim, eles ajudam a diversificar a carteira de renda variável diluindo o seu risco. Na renda fixa, além dos títulos públicos, existem várias outras classes de ativos, como CDBs, LCIs e debêntures, mas particularmente não aconselho o investidor a diversificar na renda fixa pelo fato dos títulos públicos serem de longe a classe mais segura, pois o único papel da renda fixa é amortecer o risco sistêmico de toda a carteira.
   Existem vários outros trechos valiosos no livro, mas prefiro que o leitor descubra por si próprio. Citei apenas os que eu considero mais importantes. Aconselho o investidor a adquirir o livro após ter lido o livro Pai Rico e Pai Pobre e ter explorado todo o material disponível na internet (ver Meus Favoritos), por se tratar de um livro um pouco mais técnico, apesar de não abordar nenhuma fórmula matemática.
  Espero ter contribuído mais uma vez para a comunidade de investidores e desejo uma excelente leitura a todos. Bons estudos e bons investimentos!

Abraços,
Seja Independente
  
                                                                                                                 

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Livro Pai Rico Pai Pobre, do autor Robert Kiyosaki







  

   Olá pessoal,

  Conforme prometido no último artigo, irei falar um pouco sobre o Livro Pai Rico Pai Pobre, do autor norte-americano Robert Kiyosaki. Vou explicar aqui neste artigo o motivo pelo qual eu disse que se o investidor tiver que ler apenas um livro sobre investimentos em toda sua vida, que seja esse.
  Pois bem, esse livro serve para todos os perfis de investidores, do mais conservador ao mais agressivo. Para entender melhor vou fazer uma analogia: um profissional de qualquer área ou um atleta de qualquer modalidade esportiva precisa possuir um embasamento teórico bem sedimentado para que assim possa evoluir ao longo de sua carreira. Quando o profissional ou atleta não possui esse embasamento, ele não consegue desempenhar a sua atividade com eficiência e exatidão, ou como diz aquele ditado popular: “fica mais perdido do que cego em tiroteio”. É por isso que vemos tantas pessoas perdendo muito dinheiro em investimentos arriscados, sem saber o que está fazendo. Na verdade essas pessoas não estão investindo, mas sim especulando.
  Por isso a leitura desse best-seller internacional é tão importante para o investidor iniciante, pois ele explica conceitos básicos relacionados ao dinheiro, desmistificando mitos e mostrando verdades. Sendo assim, o livro muda totalmente o mindset do investidor e abre para ele um mundo de possibilidades que antes não conseguia enxergar. Mesmo que o investidor seja conservador e invista quase todo o patrimônio em renda fixa, o livro também servirá na medida em que as crenças limitantes de enriquecimento forem sendo eliminadas de sua mente. Por se tratar de um livro com um propósito diferente dos demais, mais voltado para a formação básica do investidor, ele se torna fundamental, mesmo tendo sido escrito numa realidade diferente da nossa (realidade norte-americana).
  Pelo fato de existir várias versões diferentes do livro (mesmo sem fugir do tema central) e para que o artigo não fique muito extenso e cansativo, não entrarei nos mínimos detalhes, prefiro que o colega investidor leia e absorva os ensinamentos por si próprio. Mas eu tentarei esmiuçar em um pouco mais de detalhes a questão central dessa obra: todo e qualquer investidor que deseje se tornar rico necessita de educação financeira. Porém, ela não é ensinada no sistema tradicional de ensino. O que o autor quer dizer com isso? Ele quer dizer que as escolas tradicionais continuam formando profissionais para o mercado de trabalho, ou seja, da mesma forma que faziam na Era Industrial. Há várias gerações, os alunos aprendem desde cedo que devem estudar para ingressar numa faculdade, conseguir um diploma e arranjar um emprego numa empresa que garanta todos os benefícios e uma aposentadoria digna na velhice. Porém, o autor ressalta que desde o início da década de 90 saímos da Era Industrial e entramos na Era Informacional, onde um diploma e um emprego não são mais garantias de uma vida rica e próspera.



  Eu até gostaria de sugerir ao colega investidor que explore o site do Clube dos Poupadores antes e depois de ler o livro. Em vários artigos, Leandro Ávila (criador do site) cita alguns trechos do livro e explica o verdadeiro significado de cada um deles. É importante ressaltar que o investidor deve não apenas ler, mas também refletir a respeito de cada ensinamento e ter a consciência de que precisa colocar em prática tudo o que for aprendido nele para alcançar os seus objetivos. Acredito que seja um ótimo investimento por se tratar de um produto de alto valor vendido a um preço baixo. Nesse momento em que estou escrevendo, ele está sendo vendido (uma das versões) na Amazon por R$57,99 sem o frete. Na Saraiva, por R$41,90 sem o frete. Se aceitarmos o fato de que um livro como esse pode mudar as nossas vidas, esse valor no final das contas se torna irrelevante.
  Espero ter contribuído mais uma vez para a comunidade de investidores e desejo uma excelente leitura para todos. Bons estudos e bons investimentos!

Abraços,
Seja Independente