quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Formação Básica do Investidor

Olá pessoal,

  Neste artigo falarei sobre as áreas de conhecimento que o investidor deve dominar para que possa ter sucesso na sua carreira de investidor. Na verdade esse artigo é um complemento do artigo sobre o conhecimento, mas um pouco mais analítico, com mais digressões sobre o assunto, e mais voltado para a parte prática.
  Para que um investidor consiga primeiramente sobreviver ao mercado financeiro para depois obter êxito futuramente, ele deve estar constantemente informado e explorando o máximo de conteúdo disponível na internet, nos livros e nos cursos. É importante também que antes de qualquer coisa o investidor comece investindo pouco dinheiro e formando a sua reserva de emergência. Assim que for adquirindo conhecimento, o investidor se sentirá mais seguro para aumentar os aportes mensais.
  São várias áreas de conhecimento que o investidor deve dominar com clareza para que possa ter o discernimento necessário na hora de investir. Para não ter que citar todas, vou citar as que eu considero mais importante. O investidor deve entender de Política. Saber o que é Socialismo (Carl Marx, Lênin, Stálin). Saber o que é Capitalismo. O investidor deve entender de Geopolítica/História. Saber os principais acontecimentos do mundo moderno e as respectivas lições extraídas de cada uma delas (Guerras mundiais I e II, Guerra Fria, Ditaduras ao redor do mundo). O investidor deve entender de Economia. Saber o que é uma economia de livre mercado (Adam Smith, David Ricardo, Malthus, Escola Austríaca de Economia), o que é uma economia intervencionista (John Maynard Keynes). Saber o que foi o padrão ouro. Saber o que é o padrão papel-moeda. Saber como se origina a inflação. Saber um pouco de microeconomia (oferta e demanda, demanda inelástica, bens complementares, bens substitutos). O investidor deve entender pelo menos o básico de Matemática Financeira. Saber o que é juros compostos e o seu efeito exponencial nos investimentos. Saber calcular o valor presente de qualquer investimento ou empréstimo. O investidor deve entender pelo menos o básico de Contabilidade. Saber distinguir um ativo de um passivo e entender o grande segredo por trás da fórmula [Patrimônio Líquido = Ativo – Passivo]. Existem vários outras áreas importantes, mas prefiro deixar o colega investidor satisfazer a sua curiosidade por conta própria. O Google e o Youtube existem para isso. São ótimas ferramentas de estudo e de fácil acesso.
  O investidor mais conservador que investe boa parte do patrimônio em renda fixa (acima de 50%) pode questionar a necessidade de ter essa formação básica, essa vasta gama de conhecimento, para obter êxito nos investimentos, já que a renda fixa é “segura” e não traz grandes surpresas ao longo do tempo. Mas é aí que está o grande X da questão. Dependendo da inflação acumulada ao longo do período e a qualidade da renda fixa desse investidor, ao invés de ter êxito ele pode ter um grande prejuízo, sem ele mesmo saber, pois renda fixa não é a mesma coisa de poder aquisitivo. Para entender melhor o que estou dizendo, basta ler novamente o meu artigo sobre ‘Renda Fixa e Inflação’. Portanto, é importante que o investidor, por mais conservador que ele seja, tenha um pouco de conhecimento em cada área, principalmente em Economia. Querem ver outro exemplo de como é importante ter conhecimento nessas áreas, como Matemática Financeira, por exemplo? Mesmo na renda fixa existe um vasto leque de opções de investimento, desde CDB e LCI dos grandes e pequenos bancos, debêntures de empresas, fundos de investimento em renda fixa, fundos multimercados, até as opções mais seguras, que são os títulos do Tesouro Direto. Cada um deles possui uma taxa pré-fixada ou pós-fixada e um prazo de vencimento, além de outras características importantes, mas vamos nos ater apenas a essas duas para sermos mais objetivos. Para que o investidor consiga atingir os seus objetivos financeiros, seja uma aposentadoria, um imóvel próprio, um veículo próprio, ou uma viagem dos sonhos com a família, o investidor deve saber usar a fórmula de capitalização por juros compostos para que possa fazer uma estimativa de quanto vai resgatar líquido de taxas e impostos no dia do vencimento. Sem contar o trabalho que terá para analisar outros fatores que também influenciam no montante líquido que será resgatado, como o rating das instituições financeiras que vendem os produtos bancários, pois existe a possibilidade de calote nesse caso, e a taxa de administração que incide nos fundos de investimento.
  Mas caso o investidor conservador não tenha se convencido dessa necessidade de estudar pelo menos um pouco cada assunto, ou seja, opte pela ignorância (pelo menos nos investimentos e não na profissão) e delegue o seu patrimônio a um gestor de um fundo de investimento, seja através de um banco ou de uma corretora, saiba que os riscos continuarão a existir. Você terá que confiar num gestor ou numa equipe de gestores que você não conhece, não sabe se tem competência suficiente, se tem outros interesses além de cuidar do seu patrimônio (sempre tem), enfim, você pagará caro por um serviço ao longo de vários anos e não sabe se realmente terá o retorno desejado.
  Enfim, espero que o investidor compreenda a mensagem que tentei trazer nesse artigo e a partir de agora invista mais consciente. Espero ter contribuído mais uma vez para a comunidade de investidores. Bons estudos e bons investimentos.


Abraços,
Seja Independente

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