segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Reforma da Previdência não resolve o seu problema!


Olá pessoal,

  No artigo de hoje vou falar de uma forma oportuna sobre um tema recorrente nos dias atuais, não apenas no Brasil, mas no mundo inteiro, que é a Previdência Social. Meu interesse em falar sobre esse tema hoje surgiu ao ler uma entrevista no site Infomoney com o economista Andras Uthoff, consultor internacional e conselheiro regional da OIT e professor da Faculdade de Economia e Negócios da Universidade do Chile (ver aqui).

Economista Andras Uthoff



  Na opinião desse economista, a promessa do modelo de previdência por capitalização -adotado no Chile em 1981 durante a ditadura de Augusto Pinochet - de gerar poupança suficiente para impulsionar a economia e garantir empregos de qualidade, fracassou. Ele lembra que, atualmente, mesmo com a reforma promovida no governo de Michelle Bachelet, 79% das pensões estão abaixo do salário mínimo. Na época da implementação, o Estado chileno fechou o sistema público e criou Administradoras de Fundos de Pensão (AFP). Entretanto, essas administradoras, ao invés de investir no Chile, passaram a investir em instrumentos financeiros no exterior. Isso não gerou o aumento esperado da poupança interna e, consequentemente, não gerou o crescimento esperado do PIB chileno, gerando desemprego, informalidade e alta rotatividade. Sendo assim, o trabalhador chileno não teve condições de contribuir para a sua previdência de forma regular e disciplinada ao longo de sua vida laboral.




  Quais lições podemos extrair desse exemplo do Chile? Pelo menos duas lições que eu considero fundamentais: 1ª) Nunca confie o seu futuro a qualquer pessoa ou instituição, pública ou privada. Você é a única pessoa responsável por gerir os recursos que irão prover o seu sustento na velhice. Não delegue essa função a ninguém, nem ao governo através da previdência social ou dos fundos de pensão (no caso do Chile), nem aos bancos através de previdência privada; 2ª) Não existe uma Previdência Social ideal que cumpra a sua função social, em nenhum país do mundo. Investir maciçamente em infraestrutura e educação, fortalecer o comércio exterior eliminando barreiras protecionistas, incentivar a livre iniciativa e diminuir impostos, são medidas muito mais efetivas para a diminuição das desigualdades sociais do que simples reformas na previdência social.
  Sugiro ao colega leitor ler toda a entrevista para que possa entender a complexidade da questão previdenciária, não apenas no Chile, mas no mundo inteiro. É necessário que cada um de nós tenha a consciência de que o futuro é incerto e cabe somente a nós a responsabilidade pela gestão dos recursos que irão prover as nossas necessidades na velhice.

Abraços,
Seja Independente

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