Olá pessoal,
No artigo de hoje vou falar de uma forma oportuna sobre um tema
recorrente nos dias atuais, não apenas no Brasil, mas no mundo inteiro, que é a
Previdência Social. Meu interesse em falar sobre esse tema hoje surgiu ao ler
uma entrevista no site Infomoney com o economista Andras Uthoff, consultor
internacional e conselheiro regional da OIT e professor da Faculdade de
Economia e Negócios da Universidade do Chile (ver aqui).
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Economista Andras Uthoff |
Na opinião desse economista, a promessa do modelo de previdência
por capitalização -adotado no Chile em 1981 durante a ditadura de
Augusto Pinochet - de gerar poupança suficiente para impulsionar a economia e
garantir empregos de qualidade, fracassou. Ele lembra que, atualmente, mesmo
com a reforma promovida no governo de Michelle Bachelet, 79% das pensões estão
abaixo do salário mínimo. Na época da implementação, o Estado chileno fechou o
sistema público e criou Administradoras de Fundos de Pensão (AFP). Entretanto,
essas administradoras, ao invés de investir no Chile, passaram a investir em
instrumentos financeiros no exterior. Isso não gerou o aumento esperado da
poupança interna e, consequentemente, não gerou o crescimento esperado do PIB
chileno, gerando desemprego, informalidade e alta rotatividade. Sendo assim, o
trabalhador chileno não teve condições de contribuir para a sua previdência de
forma regular e disciplinada ao longo de sua vida laboral.
Quais lições podemos extrair desse exemplo do Chile? Pelo menos duas
lições que eu considero fundamentais: 1ª) Nunca confie o seu futuro a qualquer
pessoa ou instituição, pública ou privada. Você é a única pessoa responsável
por gerir os recursos que irão prover o seu sustento na velhice. Não delegue essa
função a ninguém, nem ao governo através da previdência social ou dos fundos de
pensão (no caso do Chile), nem aos bancos através de previdência privada; 2ª)
Não existe uma Previdência Social ideal que cumpra a sua função social, em
nenhum país do mundo. Investir maciçamente em infraestrutura e educação,
fortalecer o comércio exterior eliminando barreiras protecionistas, incentivar
a livre iniciativa e diminuir impostos, são medidas muito mais efetivas para a
diminuição das desigualdades sociais do que simples reformas na previdência
social.
Sugiro ao colega leitor ler toda a entrevista para que possa entender a
complexidade da questão previdenciária, não apenas no Chile, mas no mundo
inteiro. É necessário que cada um de nós tenha a consciência de que o futuro é
incerto e cabe somente a nós a responsabilidade pela gestão dos recursos que
irão prover as nossas necessidades na velhice.
Abraços,
Seja Independente
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