sábado, 21 de dezembro de 2019

Investimento no Exterior



  Olá pessoal,
                            
  Hoje eu vou abordar um assunto muito importante para os investidores, que é o investimento em ativos no exterior. Como alguns já devem saber, existem duas formas de se investir em ativos internacionais. A primeira é investindo diretamente aportando em uma corretora local através de remessa de dólares. A outra é investindo em produtos lastreados em ativos internacionais emitidos no Brasil, como fundos de investimento em ativos internacionais, ETF (Exchange Traded Fund) e BDR (Brazilian Depositary Receipt). Vou explicar no artigo no que implica investir em cada modalidade e qual deles atende melhor o objetivo específico de cada investidor.
  Primeiramente, vamos falar sobre o investimento direto através de remessa de dólares. Nesse caso, o investidor necessita previamente abrir uma conta em uma corretora de valores no exterior, como por exemplo, a corretora Avenue Securities, que tem sido bastante requisitada pelos brasileiros nos últimos anos (veja matéria). Após abrir a conta, o investidor necessita remeter os dólares para os EUA através de uma instituição financeira que vai cobrar uma taxa para tal serviço. Desde 2016 existe uma plataforma digital em parceria com o Banco Máxima que faz essa remessa de uma forma muito mais acessível, chamada Remessa Online (ver matéria). Ela tem sido muito requisitada desde então, assim como a Avenue Securities. Sendo assim, o investidor não residente nos EUA passa a ter acesso ao maior mercado de valores mobiliários do mundo, com toda a sua gama gigantesca de ativos. Mas vale uma ressalva aqui. O investidor de longo prazo que tem o objetivo de obter renda passiva dos seus investimentos capaz de garantir uma independência financeira a ele, dificilmente vai conseguir isso num tempo razoavelmente esperado pela maioria dos investidores (15 a 20 anos), a não ser que esse investidor tenha uma grande capacidade de aportar somas de recursos relevantes na corretora norte-americana, o que não é o caso da maioria dos investidores brasileiros de renda média. Essa dificuldade de obter uma renda passiva em dólares somada a uma renda passiva em reais, capaz de garantir uma tranquilidade financeira, se deve ao fato dos ativos norte-americanos serem bem menos acessíveis aos brasileiros, começando pela disparidade do câmbio, ou seja, o investidor nacional precisa de um valor hoje QUATRO vezes maior para investir em um ativo internacional de uma forma “equitativa”, sem contar as taxas de remessa. Outro detalhe relevante é que, não apenas hoje, mas historicamente, os ativos norte-americanos são bem mais valorizados do que os ativos brasileiros, ou seja, eles são mais “salgados”, e isso se deve a uma série de fatores, dentre eles, a estabilidade político-econômica dos EUA, diferente do nosso país, que sempre foi instável.




  Mas isso significa dizer que não devemos investir no exterior? De forma nenhuma, muito pelo contrário. E é aí que entra a outra modalidade que é investir em produtos lastreados em ativos internacionais emitidos e distribuídos pelas instituições financeiras nacionais (bancos e corretoras). Em minha opinião, a melhor alternativa e é a que eu utilizo hoje para mim, é o ETF, que nada mais é do que um fundo de ações tendo como referência um índice da bolsa de valores. Esse fundo é gerido por um gestor profissional que compra e vende ações desse índice para obter o melhor resultado possível. A grande vantagem desse produto de investimento é que ele possui taxas de administração mais baixas do que o fundo de investimento tradicional, aumentando, por conseguinte, a rentabilidade. A forma de adquirir cotas de ETF é a mesma adotada para adquirir ações ou cotas de fundo de investimento imobiliário. O único ETF internacional distribuído aqui no Brasil que eu conheço é o IVVB11, gerido pela BlackRock Brasil (ver aqui). Outro produto emitido e distribuído no Brasil é o BDR, que são recibos de depósitos lastreados em ações norte-americanas. Eles se dividem em Patrocinados e Não-Patrocinados. Os Patrocinados são destinados apenas para investidores qualificados, ou seja, são mais restritos. Os Não-Patrocinados são distribuídos ao público em geral, porém são inacessíveis para o investidor de renda média. Existem alguns fundos de BDR Não-Patrocinados distribuídos pelos bancos e corretoras, porém eles exigem uma aplicação mínima e uma taxa de administração mais altas. Prefiro os ETF’s.



  Percebam que o objetivo de diversificação é muito mais acessível para o investidor de renda média do que o objetivo de obter renda passiva. E a diversificação é facilmente obtida investindo em produtos lastreados em ativos internacionais emitidos e distribuídos no nosso país. Mas isso não significa dizer que isso valerá para o investidor de renda média durante toda a sua caminhada, pois muitos fatores podem mudar a estratégia de diversificação adotada inicialmente. Esse investidor pode aumentar drasticamente a sua renda mensal ou receber uma herança muito grande que o permita a investir em outro patamar, acessando o mercado norte-americano de forma mais acessível. Enfim, não existe uma forma ideal para investir no exterior, pois existe uma infinidade de fatores que influenciam a tomada de decisão. Cabe ao investidor ponderar!
 
Abraços,
Seja Independente


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