segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Não sejamos otimistas demais!


Olá pessoal,

  Hoje eu li uma matéria no Infomoney sobre uma palestra proferida pelo ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do BC e atual secretário de Fazenda de SP, Henrique Meirelles, no qual ele diz que a reforma da previdência é o “mínimo necessário”, mas não será capaz de resolver todos os problemas do país. Eu concordo com ele. Quem lê meus artigos irá se lembrar do artigo “Analisar os fundamentos da economia é muito importante”, no qual eu digo que ainda continuamos com fundamentos ruins. Pois bem, esse artigo de hoje continua com a mesma linha de raciocínio, mas pegando um gancho com essa matéria.
  Na palestra, o ex-ministro disse que daqui a dois ou três anos, o crescimento do país só será mantido caso o ambiente dos negócios seja mais saudável (ver matéria aqui). Em linhas gerais, isso é explicado por mim com outras palavras nesse outro artigo citado. Para que ocorra uma melhora no ambiente de negócios, são necessárias várias reformas, inclusive outra reforma trabalhista que seja mais justa para ambas as partes. Também é necessária, para mim a mais importante, uma reforma no ensino público de forma abrangente e perene, para tirarmos esse gigantesco e lamentável atraso na educação. As reformas previdenciária e tributária, por si só, não resolvem todos os nossos problemas, pois elas resolvem apenas o déficit fiscal do governo, mas não a anemia do nosso setor produtivo. Sem contar a probabilidade de desidratação dessas reformas no Congresso Nacional, o que diminuiria muito a eficácia delas. E não vou nem falar da reforma política, pois eu sei que essa é quase utópica. Percebam meus caros colegas, o tamanho dos nossos desafios. Vão levar tempo para saírem do papel e mais tempo para começarem a surtir efeito. Estamos falando aqui em décadas, não em meses ou anos. Não vai ser em um mandato presidencial de quatro anos que as coisas irão se resolver. Não existe salvador da pátria. O que existe, de fato, são pessoas e cultura. E esses dois itens requerem muito tempo para evoluir.
  Muitos que estão lendo esse artigo agora podem estar me achando pessimista. Sim, eu sei disso. Mas eu prefiro me considerar um “realista com os pés no chão”, um eufemismo para pessimista. É por isso que sou cético em relação à maioria dos nossos ativos no longo prazo. Apenas os setores mais resilientes resistem. Os setores de consumo cíclico tendem a sofrer no longo prazo mesmo, não tem jeito. Sendo assim, não me resta outra alternativa a não ser conservador dentro da minha carteira “agressiva”. O dinheiro sempre flui de volta para o setor financeiro, pois é dele que provêm todos os recursos que mantem a economia, inclusive do governo. Ou por acaso vocês acham que os bancos tiveram os maiores lucros da bolsa nos últimos anos, em plena recessão, porque são mais bem administrados do que as outras? Não é à toa! Quanto aos setores elétrico, hospitalar e educacional, esses possuem uma demanda inelástica, principalmente o elétrico, e sendo assim, tendem a suportar mais os efeitos de uma recessão.
  Portanto, meus caros colegas, na minha humilde opinião, sejam céticos em relação a dicas quentes, não importa da onde venha, nem que seja da melhor casa de análise ou melhor corretora do mundo. O mercado sobrevive exatamente disso, das dicas quentes, pois é isso que paga as contas dele. Quanto mais você seguir as dicas, mais você vai girar a sua carteira, consequentemente, mais você vai pagar assinatura ou corretagem, e mais você vai se ferrar. O que eu aconselho, sem querer ser o dono da verdade, é estudar muito e formatar a sua carteira por conta própria, errando pouco e acertando muito. Só assim você sobrevive. A palavra de ordem para quem está começando, assim como eu, é sobrevivência. Se você quebrar no início, fica muito mais difícil!

Abraços,
Seja Independente

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